Passaram-se alguns dias, minha mãe já está em casa, está sendo muito difícil para ela aceitar a nova condição de vida, é difícil para mim também ver tanta tristeza no olhar de uma das pessoas mais fortes que eu conheço. É como se a luz que habitava nela tivesse se apagado deixando apenas uma grande escuridão.
Dara- Mamãe está na hora de tomar o seu remédio
Digo me aproximando!
Daiana- Não preciso desses remédios, eles não me farão andar de novo.
Diz com uma voz triste, embargada pelo choro que tenta segurar.
Dara- Mãe, por favor, eu sei que é difícil mas, faz isso por mim, eu te amo demais e eu não quero te perder. Vou estar sempre aqui do seu lado independente de qualquer coisa. Agora, por favor, tome os remédios
Ela toma com um pouco de relutância, não posso imaginar o que se passa na cabeça dela todos os dias, sem poder sair da cama, ou fazer qualquer outra atividade sem precisar de ajuda.
Eu consegui um trabalho de meio período num barzinho aqui próximo da minha casa, assim ganho algum dinheiro para nos ajudar e não preciso deixar a minha mãe sozinha o dia inteiro. Nós temos uma vizinha, a dona Antônia, ela é maravilhosa e toma conta da minha mãe enquanto estou fora, mas devido a sua idade já avançada não pode fazer muito mais do que apenas observar ela.
Já fazem dois meses desde o acidente, infelizmente não conseguiram pegar o culpado, ele (a) saiu do local sem prestar socorro. Na verdade, por sermos uma família pobre em uma cidade pequena, as autoridades nem fazem tanta questão de descobrir quem foi.
Chego em casa, mais uma tarde cansativa, não posso reclamar com o senhor Lian, meu chefe. Ele foi muito gentil em me permitir trabalhar no bar mesmo não tendo experiência alguma. Às vezes aparecem alguns clientes sem noção que não tem o mínimo respeito, mas, eu preciso suportar, por minha mãe.
Dara- Mãe cheguei!
Entro na sala e vejo dona Antônia dormindo, ela é um amor.
Dara- Dona Antônia? A chamo
Dona Antônia- Oi minha filha, desculpe-me, acabei a pegar no sono.
Dara- Não se preocupe dona Antônia, eu agradeço muito o que a senhora tem feito por nós, fico bem mais tranquila em saber que minha mãe tem a sua companhia todas as tardes.
Dona Antônia- Imagina minha querida, você sabe que se eu pudesse faria muito mais, mas infelizmente a minha idade não me permite. Bom eu vou indo, sua mãe está dormindo um pouco.
Dara- A senhora é um anjo
Aproximo-me e dou um beijo na sua bochecha.
Entro no quarto e vejo minha mãe sentada na cama, poderia jurar que dona Antônia havia dito que ela estava dormindo.
Dara- Oi mamãe, como está se sentindo?
Daiana- Estou bem, filha.
Dara- Dona Antônia me disse que a senhora estava dormindo, mas...
Daiana- Sim eu estava, e era sobre isso que eu queria te falar, eu consegui sentar na cama sozinha filha.
Minha mãe me fala como um brilho nos olhos que a muito tempo eu não via, era como se uma chama de esperança tivesse acendido dentro dela.
Dara- Mãe, isso é maravilhoso.
Digo indo na sua direção e dando um forte abraço
Daiana- Sim minha filha, nas não vamos só precipitar, lembra do que o médico falou né? Eu não voltarei a andar, no máximo irei conseguir fazer alguns movimentos simples.
Sinto seu tom de voz mudar novamente, mas agora esplanava frustração.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Bernadete Lopes
Muita gente passa por essa situação, infelizmente.
2024-12-20
0
Andreia
Que barra para elas duas
2025-01-19
0
Marina lopes
tinha que fazer fisioterapia para não atrofiar,
2025-02-03
2