Capítulo 5 " A SEPARAÇÃO "

Quando vovó chegou em casa contou-me sobre uma viagem que eu faria com os meus pais, naquele mesmo final de semana que se aproximava. Iríamos para uma casa de praia de uns conhecidos do meu pai e ficaríamos quinze dias por lá. Mais minha intuição continuava gritando no meu peito, que algo não estava certo. Que alguma coisa de ruim iria acontecer. Não sei explicar o porquê.

Seria um momento só nosso, pois os meus pais viviam na cidade devido ao trabalho e eu pouco os via, apenas nos finais de semana.

Sempre que eles vinham para casa da vovó traziam consigo muitos presentes, mais ainda assim não supria a falta que eu sentia da presença deles, no meu dia a dia. Daquele contanto do dia a dia, de me senti pertencente um núcleo familiar completo. Não que eu esteja reclamando, pois vovó sempre foi meu tudo, ela foi meu pai minha mãe minha amiga. Nunca me deixou faltar afeto sincero o amor genuíno e os ensinamentos valiosos. Mais é como se os meus pais fossem estranhos que vinham me visitar e dois dias depois iam embora. Até que tudo mudou e ai eu percebi que estava bom do jeito que era antes. Rsrs

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— Vovó eu não quero ir, não agora! Isso não é justo comigo.

Vovó notou pela minha voz que algo estava errado.

— Que carinha é essa Luísa. - pergunta vovó com uma sobrancelha arqueada.

- Não está animada como eu pensei que estaria minha adorada neta. Você sempre fica tão feliz quando eles estão aqui. O que houve mocinha? Divida comigo Lulu!

— Nada vovó, só estou com um aperto no peito é só isso. Não sei explicar o quer. Sinto que algo vai acontecer e que não será bom a senhora entendi-me?

— Claro que entendo meu amor. Isso é intuição feminina ou pressentimento minha filha. Sentimos quando algo está para acontecer mais nada além pode ser feito, acalme o seu coraçãozinho. Tudo que tem que ser será!

No dia seguinte os meus pais chegaram era uma manhã de sexta-feira e como de costume monopolizaram toda a minha atenção como sempre desesperados por minha presença e enchendo-me de mimos e muito carinho. Mais aquela sensação de preocupação de que algo iria acontecer continuava a incomodar-me.

— Olha filha que biquíni lindo a mamãe trouxe pra você, tenho certeza que você vai adorar conhecer o mar, sempre foi o seu sonho. Depois da praia temos uma surpresa pra você minha querida.

— Obrigada mãe, sim ele é muito bonito. Estou feliz sim, não ligue só estou preocupada com uma " coleguinha" da escola.

— Ah! Sim, entendi, meu amor. E o que houve com ela?

Esta aí foi a primeira mentira que contei na vida. Disse que uma coleguinha estava sofrendo muito com a separação dos pais e que sempre me contava sobre as brigas do casal. Não foi certo o que eu fiz, mais como diria que estava preocupada e confusa com relação aos sentimentos que tinha pelo neto da vizinha.

A mentira tem perna curta e nós prega peças dolorosas mais em alguns momentos recorremos mesmo a ela. Porque não encontramos outro caminho, pois a verdade nem sempre precisa ser ouvida pelo outro.

Bom eu pensei assim por um bom tempo mais hoje percebo que de nada vale a pena mentir. Pois ela sempre precisa de cúmplices para se manter de pé e uma sempre leva a outra e outra e o fim tudo e exposto. Enquanto que a verdade sempre triunfa sempre aparece trazendo paz e liberdade para os reféns da culpa e do arrependimento. Que sejamos sempre verdadeiros e principalmente com nós mesmos, sempre. Porquê as consequências de uma mentira ou uma omissão são terríveis. Destroem relações familiares, amizades, trabalho e relacionamentos.

Naquele dia não acompanhei vovó a casa de dona Firmina e na manhã seguinte partimos com destino a praia. Eu não pude me despedir. Foi tudo tão rápido. Queria ter dito um tchau😔Como queria! Mais foi assim.

Eram outros tempos não tínhamos celular nem redes sociais e o local onde estávamos era muito afastado e não tinha telefone sendo assim ficamos incomunicáveis todo esse tempo. Um dia antes do fim da viagem descobrir que não voltaria para a casa da vovó. Dali em diante tudo mudou a partir daquele momento iria morar com os meus pais na cidade. Pois, a escola do povoado não oferecia todas as séries do ensino fundamental e eles acharam por bem me tirarem logo de lá, para não atrapalhar o meu aprendizado. Estavam preocupados com a minha educação e já tinham conversado com a minha vó, eu fui a ultima a saber igual marido traído.

Eu sabia que esse dia chegaria mais na minha cabeça faltavam dois anos para isso acontecer. Pense na tristeza que senti, a menina da roça criada por vó com todo dengo do mundo, estaria agora na cidade grande em meio aos prédios e buzinas com pais que só via a noite antes de dormir. Longe de voinha dos bichos e longe de Caleb. Eu não imaginava que fosse doer tanto essa separação como doeu para pequena Luísa que eu era na época era como se tivessem arrancado um pedaço de mim, faltava algo mais eu não conseguia descrever ao certo o que faltava em mim, além da vovó e da pacata vida do interior. Queria voltar no tempo para poder descobri, contundo só descobriria muitos anos depois que faltava Caleb na minha vida, pois sem ele todas as coisas a minha volta perderam o seu brilho. Passei longos anos vendo tudo cinza, como um dia nublado de inverno sem fim.

Dias depois quando conseguir entrar em contato com vovó por meio de uma ligação descobrir que dona Firmina havia falecido e que Caleb e os seus pais tinham se mudado.

Ela disse que não tinha nenhuma notícia deles. Quem tinham sumido no vento💔

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💡Quem ai já perdeu contato com alguém que gostava muito? Como dói uma separação sem despedidas né moçada? Deixa sua experiência nos comentários😉👇

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