Capítulo 4 " O BEIJO "

Nós não sabemos o momento exato em que deixamos de ser crianças, talvez seja quando perdemos a breve cortina da inocência que cobre os nossos olhos. Muito embora sejamos tomados de forma abrupta pelo desejo de um outro corpo. Perdemos instantaneamente a sinceridade própria dos pequenos. Aquela leve e inocência que é só deles. A verdade das palavras as atitudes sem disfarces. Como é bom ser criança ser genuíno no agir. Sem medo de agradar ou não o outro. Simplesmente ser verdadeiro.

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— Que cara é essa Luísa? De quem comeu e não gostou, foi só um beijo garota. Nós ficamos o que têm de mais nisso. Não faz drama! As meninas da minha igreja a maioria todas elas ficam com os garotos. É normal sábia! A única anormal é você Luísa.

— O que tem de mais? Tudo Caleb. Eu nunca pensei que o meu primeiro beijo fosse assim roubado a força, você poderia ter pedido e ter ido com calma. Além do mais que diabo de beijo foi aquele que você ficou todo alerta, quero dizer o seu digo a sua, sua parte de baixo. - nesse momento baixei o rosto, morta de vergonha. E outra não generalize todas as meninas da sua igreja, não meu querido. Deve ter muitas esperando o momento certo pra beijar e alguém especial. E não me chama de anormal! Você é um idiota Caleb.

— Pedi Luísa? Se eu tivesse pedido e você tivesse me negado. Beijei ponto e acabou. Desculpa se te ofendi, mais como pode tanta inocência em uma pessoa só. Por isso te chamo de anormal, caramba Lu! Acaso eu não sou especial pra você. Que estória é essa de alguém especial? Você tá de olho em algum garoto na sua escola, me fala Luísa?

— Seria um risco que você teria que correr, faz parte da vida meu querido. Também belo beijo aquele, merda de beijo mal dado. Pronto falei, foi péssimo. E não! Eu não tô de olho em ninguém da minha escola. Você tá com ciúmes de irmão é?

Eu simplesmente agora olhando pra trás, percebo que eu não deveria ter dito aquilo que o beijo dele,tinha sido péssimo, pois Caleb ficou possesso de raiva. Com toda a razão. Fui um tantinho assim de afrontosa e debochada, isso sim! Acho que faz parte da idade, aquela atitude boba de afronta. E não tem nada haver com coragem.

— Repete Luísa! Repete o que você acabou de falar?

— Não repito nada. Só falei a verdade, você vai negar que foi ruim!

Ele aproximou-se o bastante para ficarmos bem, bem próximos e dos seus olhos saíam faíscas do tanto que brilhavam. Fiquei perdida naquele olhar por alguns instantes. Até me render diante das palavras que foram ditas por sua boca.

— Foi sim, mais foi com você. Que é diferente do quer se fosse com outra menina! Também Santa Lu, todas as meninas da minha igreja ficam já disse é normal, só você que não. Eu queria que o meu primeiro beijo fosse com você sua chata.

— Não me chama assim que eu odeio esse apelido. Elas são elas, eu sou eu. Você disse primeiro, isso é certo ou você está me enganando Caleb?

— Os meus pais falaram que você é criada muito presa, não saí de casa nunca. Quase não vai nem na sua igreja adorar a tal santa senhora de vocês. E outra eu não minto Luísa.

— Mais respeito viu com a minha religião, eu sempre respeitei a sua. E vocês evangélicos com várias denominações e não frequentam as igrejas dos outros irmãos, hum! O Deus é um só. Vocês se acham os escolhidos os perfeitos quando não são. Você é um idiota Caleb, só isso. Eu te odeio sabia?

Nesse momento estávamos parecendo nossas avós com aquelas discussões bobas infindáveis sobre religião. A minha é melhor que a sua, a minha isso e a sua aquilo. Que bobeira meu Deus. Que bobeira. São diferentes e ponto.

— Você estragou os meus sonhos. Oh! Seu idiota, nós somos amigos, Caca. Você não podia ter me beijado.

— Não fala assim Lulu. Eu não te vejo só como uma amiga. Olha nos meus olhos, e diz que você não senti nada por mim? Você quer que eu lhe ensine? Eu te ensino e aprendemos os dois.

Perguntou ele e eu simplesmente fechei os meus olhos e mandei pra bem longe os pensamentos de certo ou errado, enquanto segurava firme na barra da minha saia,dando lugar a curiosidade do "como é" e aos poucos de uma forma gentil senti ele aproximar os seus lábios dos meus e roubar selinhos calmos e doces que nada tinham a ver com o arroubo desenfreado dos beijos do dia anterior. Em pouco tempo as nossas bocas elas foram encaixando-se uma na outra em uma dança perfeita onde nossas línguas ditavam o ritmo. Era um outro Caleb na minha frente, foi uma tarde muito prazerosa de beijos consentidos. Foram perfeitos aqueles beijos e os guardo em minha memória com todo o carinho do mundo.

Eu não sabia mais daquele momento em diante tudo mudaria para nós. E as minhas tardes não seriam mais as mesmas de antes. Estávamos nós despedindo um do outro sem saber. Só nos veríamos muitos e muitos anos depois.....

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💡Como e onde foi o seu primeiro beijo? Foi consentido ou roubado? Têm lembranças dele ainda ou apagou totalmente da memória? Deixa nos comentários a sua experiência👇😉

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