Ana Luiza
Eu não sou completamente ruim com os meninos, não quando eles chegam até mim, o meu problema está em chegar até eles. Não sei me oferecer a ninguém, mas sei dar corda a um bom flerte.
Vinícius é o tipo de cara que pensa que todas as mulheres ao seu redor é caidinha por ele, e grande maioria é. Mas eu não iria sobrar com milhares de papéis pra entregar a uma menina que eu nem conheço só porque ele tem aquele sorrisinho de canto e é totalmente charmoso o jeito que ele arruma o cabelo. Eu não sou nenhuma boba.
Além de tudo quando sai rindo, pude ouvir ele bufar de raiva, isso foi impagável, não imaginei que o ego dele fosse tão frágil assim.
Me sento na sala de aula e abro minha mochila pra arrumar minhas coisas antes que o professor chegue. Eu me sento bem perto da lousa já que não escuto muito bem se estiver no fundo, me sinto mais concentrada sentando aqui.
Abro o caderno quando sinto alguém atrás de mim me cutucar, deduzo que seja o Jonas já que é o lugar em que ele costuma se sentar.
Ana Luísa: Se veio aqui comparar Dan Reynolds com mais algum adolescente fuleiro daqui eu vou matar vo...
Enquanto me viro vejo que não é Jonas e sim o Vinícius.
Ana Luísa: Ah, fala sério... O que foi, ein?
Vinícius: Então você não gosta de comparações ao Dan Reynolds?
Ana Luísa: Diz logo o que você quer.
Me viro pra frente de novo fingindo desinteresse, mas é quase impossível quando o perfume dele toma conta de todo o meu espaço.
Vinícius: Por que não pegou os papéis?
Ana Luísa: Por que não conheço a garota e não sou obrigada?
Vinícius: Mas eu também não conheço.
Ana Luísa: Okay, mas foi você que quase atropelou ela.
Vinícius: Tava me observando?
Ana Luísa: Sim, é com isso que eu gasto meu tempo, observando caras oferecidos.
Dou uma risada sarcástica, mas isso não era sarcasmo nenhum, era a mais pura verdade.
Vinícius: Você é bem sem educação não é?
Eu não o respondo, fico em silêncio na esperança de que ele saia dali.
Continuo abrindo o caderno e fazendo anotações. E em nenhum outro momento volto a olhar pra trás.
A aula começa e continuo imóvel, como se estivesse com torcicolo, então quando tudo acaba e ouço Jonas chamar o meu nome tenho a certeza de que ele não está mais lá, e não faço ideia de qual foi o momento que ele saiu.
Jonas me chama pra estudar de tarde na sua casa e eu aceito de primeira, os pais dele eram super receptivos com qualquer pessoa que ele levava lá, então era sempre bem tratada.
Depois da aula combino de passar em casa pra tomar um banho antes.
Dona Carmem, minha mãe e senhor Lúcio, meu pai não estavam com certeza ainda trabalhando, pensando em como sou estudiosa e como vou entrar na faculdade daqui a poucos meses. Enquanto eu fico aqui sem fazer ideia de qual faculdade cursar.
Tomo um banho, coloco um vestido solto, sandália e pego apenas dois livros, que vou levar na mão mesmo.
Saio de casa e ando pela rua tranquilamente, quando vou atravessar uma avenida na faixa de pedestre, ouço um barulho altíssimo de freios e vejo um carro vindo diretamente na minha direção.
Não sei como reagir.
Por um instante tudo para, inclusive eu.
Eu sempre fui assim, em momentos desesperadores eu simplesmente sumo, sofro um apagão e nunca sei como reagir.
Segundo viram uma eternidade na frente dos meus olhos, continuo olhando o carro preto vindo em minha direção sem conseguir mexer as minhas pernas, a única coisa que eu faço é fechar os olhos e colocar a mão em frente a cabeça, enquanto o ruído dos freios penetra em meus ouvidos.
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Atualizado até capítulo 100
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