Consequências!

(Yuri Scardua!)

Eu não conseguia acreditar no que estava vendo e no que eu havia sentido com as minhas próprias mãos. Mas também não poderia ficar pensando e nem comentar sobre o ocorrido. Afinal de contas, se Yoshiro quebrou o meu nariz porque sentiu eu agarrar um de seus seios sem querer, imagina se soubesse que eu acabei segurando a sua bunda.

"Porra, isso é muito estranho", pensei comigo mesmo. "Ele me mataria com certeza."

Yoshiro: "Yuri, no que está pensando?"

Seu olhar estava fixo em mim e ameaçador.

Eu: "Não, não é nada, é só que me perturba não saber o que fazer para te ajudar!"

Eu cocei a minha cabeça sem graça, tentando esconder meus pensamentos.

Yoshiro: "Vai me ajudar muito se você parar de ficar pensando no que aconteceu naquele banheiro, você entendeu?"

Parecia até que ele estava lendo a minha mente.

Eu: "O quê, eu? Não, eu nem sei do que você está falando!"

Eu coloquei a minha mão direita sobre o nariz para protegê-lo de qualquer possível ataque direto.

Yoshiro: "Ótimo, agora faça o favor de limpar essa sujeira. Estou indo para o meu quarto, eu preciso pensar um pouco. Não estou me sentindo bem."

Ele passou por mim sem voltar a olhar nos meus olhos e seguiu direto para seu quarto.

Eu suspirei aliviado e comecei a limpar o sangue do chão, tentando afastar os pensamentos sobre o que acontecera no banheiro.

"Como eu vou manter isso em segredo?", pensei comigo mesmo.

A porta do quarto de Yoshiro se fechou com um som suave, deixando-me sozinho com meus pensamentos.

Eu: "Droga... Meu melhor amigo virou uma garota, como é que eu vou lidar com essa porra?"

Depois de muito trabalho, eu finalmente havia terminado a faxina. Cansado, eu me sentei no sofá para tomar um fôlego.

Yoshiro: "Yuri, vem aqui!!!"

Gritou de seu quarto.

Eu: "Ah, merda!"

Eu me levantei e corri até o quarto de Yoshiro. Assim que cheguei, eu olhei de um lado para o outro, mas não vi Yoshiro em seu quarto.

Eu: "Yoshiro, o que aconteceu, onde você está???"

Logo eu fiquei preocupado. Eu vi uma pequena mão feminina se erguer pelo outro lado da cama e ouvi um fungado de nariz.

Yoshiro: "Estou aqui, seu imbecil!"

Sua voz estava um pouco rouca.

Eu: "Yoshiro, você..."

Quando eu me aproximei, eu o vi sentado no chão vestido com uma de suas camisas favoritas e abraçado a seus joelhos.

Yoshiro: "Não cabe... Nada cabe... Eu... Eu perdi todas as minhas roupas!"

Ele parecia desesperado.

Eu: "Você tem certeza, você tentou todas?"

Yoshiro me olhou com raiva.

"Claro que sim! Eu tentei todas, mas nenhuma delas serve! Eu estou preso nesse corpo de garota e não tenho nada para vestir!"

Eu me sentei ao lado dele, tentando confortá-lo.

"Vamos encontrar uma solução, Yoshiro. Vamos encontrar uma maneira de reverter isso e você voltar ao normal."

Lágrimas emergem dos olhos de Yoshiro, mesmo que ele não as queira soltar. Ele sempre foi um cara muito durão, mas aparentemente, segurar essa barra estava ficando difícil para ele.

Yoshiro: "Eu... Eu sei que fiz muita coisa ruim nessa vida, mas porra, cara, eu realmente mereço passar por isso?"

As lágrimas escorrem por seu rosto.

Eu: "A cara, não faz isso..."

Sim, eu estava me segurando para não dar um abraço nele.

Yoshiro: "Yuri..."

Ele segurou por muito tempo, mas acabou soltando tudo de uma vez.

Eu: "Mas que merda, eu nunca te vi chorando antes, você é sempre um puto de um cara durão, mano, não faz isso!"

Yoshiro: "Eu pareço um cara durão pra você Yuri?"

Ele chora ainda mais.

Eu: "Ah... Beleza, me desculpa, eu... Eu..."

De repente, sou surpreendido por um abraço forte de Yoshiro, ele encosta sua cabeça no meu peito e começa a molhar minha camisa com suas lágrimas.

Yoshiro: "Você é o meu melhor amigo, porra, diz alguma coisa!!!"

Ele abafa seu rosto no meu peito.

Sem escolha e sem saber o que dizer, eu apenas o reconforto em meus braços. Assim que ele sentiu o meu abraço, ele se recostou mais no meu corpo.

E então eu finalmente percebi... Eu pude sentir a sua dor... Seu corpo já não era o mesmo, ele já não era o Yoshiro que eu conhecia. Era só... Só uma garota triste agora.

Eu apertei o abraço, tentando transmitir conforto e apoio.

"Estou aqui, Yoshiro. Estou aqui para você", sussurrei no seu ouvido.

Yoshiro se segurou em mim, chorando sem parar, enquanto eu o mantinha seguro, sentindo sua dor e sua vulnerabilidade. Nesse momento, não importava mais o que havia acontecido. O que importava era que meu amigo precisava de mim.

Yoshiro: "Yuri... Me desculpa por ter te batido, tá bom?"

Disse ainda em prantos.

Eu: "Droga Yoshiro, você só está dizendo isso porque está triste, espera só você parar de chorar, tenho certeza que vai querer me bater de novo!"

Yoshiro: "Para de ser um babaca e só aceita as minhas desculpas, ok?"

Eu: "Beleza, me desculpa, você tem razão!"

Nosso abraço se prolongou por um tempo, e durante esse tempo, permanecemos em silêncio.

Depois que parou de chorar, Yoshiro desfez o abraço e nós dois nos mantivemos em silêncio.

Eu: "Você... Precisa de mais alguma coisa?"

Resolvi quebrar aquele gelo com uma pergunta.

Yoshiro olhou para mim, seus olhos ainda vermelhos, mas com um sorriso fraco.

Yoshiro: "Na verdade sim... Vou precisar das suas roupas emprestadas, seu número é menor que o meu então... Acho que me sentiria melhor usar algo que ao menos chegue perto de caber em mim!"

Ele disse, tentando esconder a vulnerabilidade.

Realmente, um cara que media 1,98 metros de altura agora medindo aproximadamente 1,68, com toda certeza mostraria uma grande mudança no tamanho de suas roupas. Além disso, mesmo eu tendo meus 1,81 de altura, é muito mais fácil Yoshiro usar as minhas roupas do que as dele.

Eu: "Tudo bem, você pode usar o meu quarto para se trocar lá mesmo!"

Digo com um sorriso sem graça.

Yoshiro olhou sério para mim, mas depois puxou um pequeno sorriso e seguiu para o meu quarto.

"Obrigado, Yuri...", disse ele, antes de fechar a porta.

Eu: "É... Muita coisa está diferente agora. Porra cara, será que Yoshiro mudou tanto assim, e tudo por minha culpa?" - Me perguntei enquanto me olhava no espelho.

Eu me sentei à beira da cama do meu amigo e pensei comigo mesmo: "Eu deveria encontrar aquela mulher misteriosa, eu tenho certeza que ela poderia reverter essa situação de algum jeito!"

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