(Yoshiro Akiyama!)
Tudo estava escuro e frio... Até que de repente, uma luz ofuscante tomou conta de tudo. Eu senti uma adrenalina inexplicável tomar conta de todo o meu corpo, meus pés e mãos estavam formigando e meu coração batia forte.
Meu corpo estava em total descontrole, foi então que acordei e me deparei com Yuri encostado na parede do banheiro, ele estava me olhando dos pés à cabeça com seus olhos verdes totalmente arregalados.
"Yuri... O que aconteceu?" perguntei, me colocando de pé com bastante dificuldade.
Yuri não respondeu, apenas continuou me olhando com uma expressão estranha. Seu olhar parecia estar atravessando minha alma.
"Yuri, fala algo!" implorei, sentindo uma onda de pânico.
Vendo que Yuri se manteve em silêncio, eu resolvi sair da banheira, mas uma tontura me atingiu e eu senti que cairia. No entanto, Yuri foi rápido e me segurou, impedindo que eu caísse.
Apesar disso, o desequilíbrio ainda nos fez cair no chão. Eu fiquei assustado, pois pesava quase o dobro de Yuri e era maior. Imaginei que o havia machucado.
No entanto, quando me inclinei para me levantar e olhei nos olhos de Yuri, ele estava corado. Sua palma quente cobria meu seio direito, e seu olhar me fez sentir um arrepio.
"Yuri, você está bem?" perguntei, preocupado.
Ele não respondeu, apenas me olhou com um brilho estranho nos olhos. Seu rosto estava próximo ao meu, e eu podia sentir sua respiração quente.
"Yuri?" repeti, sentindo uma onda de confusão.
Eu estava furioso, mas ao perceber que o maior problema não era a mão de Yuri, eu entrei em pânico.
"Yuri, você é um monstro!" gritei, estapeando seu rosto.
Eu me levantei rapidamente e olhei para baixo, horrorizado. Meus seios estavam ali, pendurados no meu tórax.
"Não... Não é possível!", eu gritava.
Eu apalpei desesperadamente o meio das minhas pernas.
"Mas que desgraça está acontecendo aqui? Cadê o meu pau?!" perguntei, desesperado.
Meu mundo estava desmoronando. Eu não sabia mais quem eu era ou o que estava acontecendo comigo.
Yuri se levantou, olhando para mim com uma expressão estranha.
"Você... Você não se lembra de nada?", perguntou ele, sua voz baixa e hesitante.
Eu sacudi a cabeça, sentindo-me completamente perdido.
"O que você fez comigo, Yuri?"
Yuri levantou lentamente, seus olhos vidrados no meu corpo, como se hipnotizado.
"Que porra você está olhando???" gritei, sentindo-me envergonhado e furioso.
Eu me cobri rapidamente com uma toalha pendurada na parede do banheiro.
Yuri voltou a si, sacudindo a cabeça.
"Desculpa, cara, eu... Eu só queria salvar a sua vida, eu juro por tudo que é mais sagrado, eu não sabia que isso iria acontecer!!!"
Ele tentou se explicar, mas eu não queria ouvir.
Eu caminhei até ele com raiva e soquei seu nariz com força.
Yuri cambaleou para trás e caiu sentado no chão, segurando o nariz quebrado com a mão direita.
"Sangue... Sangue meu...", ele gemia.
"Não foi minha culpa, eu sinto muito!!!"
Ele olhou para mim com lágrimas nos olhos, sangue escorrendo pelo rosto.
Eu fiquei parado, respirando fundo, tentando controlar minha raiva.
"O que você fez comigo, Yuri?" perguntei novamente.
Yuri olhou para cima, seu rosto contorcido de dor.
"A injeção... A injeção que eu te dei... Eu não sabia que iria ter esse efeito colateral..."
Ele parou, respirando com dificuldade.
"Você precisa me ouvir, cara... Eu posso explicar..."
Eu: "Yuri, eu quero que você me explique cada detalhe, quero saber exatamente o que aconteceu comigo!"
Yuri: "Você... Você promete que não vai me bater mais?"
Ele estava realmente com medo de mim, e ao que parece, apesar de meu corpo ter mudado, a minha força física ainda continuava a mesma.
Eu: "Yuri, por favor, apenas me conte tudo o que aconteceu enquanto eu estive fora!"
Yuri me contou cada detalhe do que ele sabia, sobre a mulher misteriosa, a escolha que teve que fazer para salvar minha vida, mas disse que não imaginava tamanha consequência.
Eu: "Essa mulher conseguiu me trazer até aqui desacordado e ferido, além do mais, ela ainda te deu a escolha de fazer isso comigo, ou me deixar morrer?"
Yuri assentiu, ainda segurando o nariz quebrado.
"Sim, ela disse que era a única maneira de salvar sua vida. Eu não sabia que iria ter esse efeito colateral... Eu juro, eu não sabia!"
Eu senti uma onda de raiva novamente, mas tentei me controlar.
"Quem é essa mulher? E o que ela quer de mim?"
Yuri balançou a cabeça.
"Eu não sei, cara. Ela apenas apareceu, me deu a escolha e desapareceu. Eu não sei o que ela quer de você."
Eu pude ver nos olhos de Yuri que ele ainda estava com medo de mim. Me sentindo culpado, me aproximei dele e abaixei lentamente ao seu lado.
Eu: "Ei, foi mal, eu... Eu só estou um pouco confuso, irritado e... Porra cara, olha só para o meu corpo!"
Eu resolvi dar uma olhada no nariz quebrado dele.
Yuri: "Pow cara, eu... Eu não sei nem o que dizer a respeito de tudo isso, seu corpo, ele..."
Eu torci o nariz quebrado dele, colocando-o no lugar e gerando-lhe uma grande dor que o fez gritar.
Eu: "Não se preocupe, se aquela injeção fez isso comigo, com certeza a pessoa que criou ela pode me trazer de volta!"
Disse olhando para a seringa usada dentro da banheira.
Yuri: "Você... Você acha que ela vai ajudar?"
Ele perguntou, ainda gemendo de dor.
Eu: "Tenho que tentar. Vamos encontrar essa mulher e descobrir o que ela quer de mim."
Eu me levantei e olhei para Yuri.
"Você vai me ajudar?"
Yuri assentiu rapidamente.
"Sim, eu vou ajudar. Nós vamos encontrar essa mulher e resolver isso."
Yuri usou papel higiênico para parar o sangramento nasal.
Yuri: "Beleza, mas como a gente vai encontrar essa mulher?"
Eu peguei a seringa dentro da banheira e tentei achar algo que pudesse ajudar, mas infelizmente ela era frágil e estava trincada.
"Droga!", disse eu, frustrado.
Yuri se aproximou por trás de mim.
"Você achou alguma coisa que poderia nos ajudar?"
Ele perguntou, mas eu não tive chance de responder.
Naquele momento, a memória de sua mão sobre o meu seio me fez virar de frente para ele e afastá-lo com a minha mão direita.
"Não!" eu disse, automaticamente.
Yuri olhou para mim, surpreso.
"Desculpa, eu não queria te assustar", disse ele.
Eu respirei fundo, tentando controlar meus sentimentos.
Eu: "Cara, desculpe, mas na minha atual condição, acho melhor você não ficar muito perto!"
Yuri: "O quê... Espere, aquilo foi um acidente, cara, eu não tive culpa!"
Ele demonstrou saber exatamente do que eu estava falando.
Eu: "Exatamente, eu não quero correr o risco de que algo daquele tipo volte a acontecer!"
Eu ajustei a toalha no meu corpo e saí do banheiro, acompanhando o rastro do meu sangue que estava no chão.
Yuri: "Beleza, eu entendo, mas... E seu pai, como você vai contar isso para ele?"
Ele veio me seguindo.
Eu: "Não vou contar, eu não posso fazer isso!"
Yuri: "Mas ele precisa saber, quero dizer... Ele vai ficar sabendo de um jeito ou de outro, não vai?"
Eu parei e olhei para Yuri.
"Você acha que ele vai entender?" perguntei, sentindo-me ansioso.
Yuri hesitou.
"Eu não sei, cara... Mas você precisa contar para alguém. Você não pode lidar com isso sozinho."
Eu sabia que Yuri estava certo, mas a ideia de contar para meu pai me dava calafrios.
Eu: "Não insista, Yuri, eu tenho os meios motivos. Além disso, se ficar enchendo o meu saco, vou socar o seu nariz de novo!"
Yuri levou a mão ao nariz quebrado, lembrando-se da dor.
"Desculpa, cara. Eu só quero ajudar."
Eu olhei para o meu reflexo em um pequeno espelho na parede do corredor e ao ver aquela garota japonesa do outro lado, logo me perguntei se aquele poderia ser realmente o meu rosto.
"Isso é real?", perguntei a mim mesmo.
Yuri se aproximou.
"Você está bem, Yoshiro?"
Eu não respondi. Estava perdido em meus pensamentos.
"Quem sou eu agora?", perguntei ao meu reflexo.
O rosto da garota japonesa me olhava de volta, mas não era o meu rosto. Ou será que era?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 35
Comments