Há bastante tempo eu durmo hoje, até que não percebo que o dia já escureceu faz tempo. Certamente meus sogros e cunhada já estão prontos para mostrar suas garras se eu sair deste quarto.
Meu estômago dói. Desde que voltei pela manhã até agora, apenas água entrou no meu estômago. Rapidamente, pego o celular que está sob o travesseiro e peço comida através de um aplicativo de entrega. Fiz questão de pedir comida online, porque tenho certeza de que não vou conseguir nada para aliviar a dor do meu estômago.
Olho para o GPS que informa que o entregador chegará em frente à minha casa em quinze minutos, apresso-me em lavar o rosto e logo espero no quintal de casa para receber o salvador do meu estômago desta fome efêmera.
Vejo minha sogra e minha cunhada saindo da área de casa com uma sacola plástica que posso adivinhar ser o frango amassado, seu prato favorito.
"É gostoso dormir até tarde assim?" minha sogra comenta com sarcasmo assim que chega à varanda.
"Gostoso sim, senhora. Afinal, já faz um ano que acordo às quatro da manhã, como uma empregada preparando isso e aquilo para vocês. Não tem problema dormir o dia todo uma vez só, não é?" retruco.
Minha sogra me olha com um rosto amargo. "Não espere que você vai conseguir comer esta noite. Ainda mais, este mês você não entregou o dinheiro do seu salário."
"Se estiver com fome, come grama, só que eu não consigo diferenciar a senhorita Berryl de uma vaca, Ha ... Ha ...!" insulta Nela.
"Vamos entrar, Nel. Estou com muita fome. Vamos aproveitar essa comida nós três com seu irmão," convida a sogra.
Respiro aliviado quando eles se afastam de mim. Meu rosto instantaneamente se ilumina ao ver a moto do entregador entrando no portão de casa.
Desenho um sorriso leve enquanto estendo três notas de cinquenta reais como gorjeta para o entregador pela sua pontualidade na entrega do meu pedido. O entregador aceita o dinheiro com um rosto feliz.
"Obrigado, senhora. A benção para a esposa e os filhos realmente não vai para outro lugar." O entregador sorri emocionado.
Após o homem de meia-idade partir, apresso-me a sentar na sala de estar e saborear deliciosamente uma caixa de pizza ainda quente. E mais uma garrafa de bebida gaseificada que torna ainda mais saboroso.
"Realmente é bom, comer comida gostosa sozinha! Não é à toa que seu corpo está ficando assim," minha sogra zomba, parada na porta da cozinha.
"Sei lá, ser tão mesquinha. Pelo menos poderia oferecer para as pessoas da casa," Nela me olha com um rosto amargo. Eu sei bem, ela realmente gosta de pizza.
"Disse a senhora que eu não iria conseguir comida porque não entreguei o dinheiro do salário, não foi? Então, por que agora devem se importar com o que estou comendo? Comprei tudo isso com meu próprio dinheiro e realmente pretendia comer sozinha. Como a senhora que fez questão de comprar o jantar apenas para vocês três. Não há nada de errado com meu modo de pensar, certo? Estou apenas seguindo o exemplo de como vocês me tratam."
"Você não deve se exceder, Ryl. Respeite minha mãe!" grita Mas Ibnu, limpando os espaços entre os dentes com um palito.
"Simples, me respeite também," eu respondo.
"Veja só, Nu. Como você conseguiu uma esposa assim. Além de infértil, ainda tem o hábito de desobedecer," zomba a sogra.
Olho para eles com desdém e decido deixá-los enquanto continuam fervorosamente me insultando. Não vale a pena reagir, então é melhor ignorá-los e escolher dormir.
*Infértil? Ha... Ha...!*
...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...
"Isso aqui é um cartão de visitas exclusivo da CX Gym, não é qualquer um que pode ser membro lá. O acesso é difícil...!" Renata olha maravilhada para um cartão de visitas que eu estendo para ela.
"Sério?" pergunto sem acreditar. Afinal, qualquer notícia que Renata sempre me conta acaba se provando verdadeira.
"Lá vamos nós de novo, Ryl!" Renata faz uma careta.
Eu apenas dou uma risadinha ao ver sua expressão amarga e peço que continue a falar.
"A CX Gym, só tem magnatas, cara! Você é muito sortuda por conseguir acesso lá. Eu, que sou uma zé ninguém, imagina só correr na esteira... até brincadeira de corrida de saco lá gastaria toda minha sorte por um ano...!" diz Renata, devolvendo-me o cartão.
Balando a cabeça levemente, digo, "Mas, como ele sabia meu nome, Ren?"
"Você que disse que ele viu sua identidade, como assim?" Renata responde irritada.
"Ah! É verdade!" Bato na minha testa ao me dar conta do quão tola fui.
Renata dá uma gargalhada, rapidamente terminando sua porção final de arroz frito.
"Ei, Ryl! Preciso da sua permissão para investigar o celular do Ibnu. Mas, precisa de dinheiro, encontrei um profissional. E então?" pergunta Renata.
"Faça," respondo decididamente.
"Pelo menos pergunte quanto vai custar!" Renata protesta.
"Ah sim! Quanto?" pergunto por formalidade.
"Quase dois dígitos!" ela responde.
"Ok, vamos!" Nós batemos as mãos em um high-five, rindo juntas.
Renata, que até então estava alegre, de repente muda drasticamente sua expressão ao olhar para a porta do café.
"Tenho que ir, Ryl. Sua melhor amiga chegou aí. Tchau." despede-se Renata, caminhando para me deixar sozinha.
Viro meu rosto na direção da pessoa que Renata mencionou.
*Ah\, é a Kanaya*. penso.
"Ok, tchau! Depois me conta, Ren!" Aceno com a mão.
Kanaya puxa a cadeira à minha frente, agora é ela quem se senta ali. A mulher de pele branca como porcelana me olha com uma expressão amarga.
"Qual o problema, Nay?" pergunto com um sorriso leve.
"O problema é você, Ryl! Por que ainda insiste em ser amiga daquela faxineira? Eu já te avisei várias vezes, aquela menina só quer seu dinheiro, Ryl. Já vi muitos casos assim," responde Kanaya, áspera.
Kanaya e Renata nunca se deram bem desde o início. Kanaya acredita que Renata só quer se aproveitar de mim. Enquanto Renata nunca me disse a razão de não gostar de Kanaya.
Suspiro profundamente, "Renata. O nome dela é Renata, Nay." Ajusto a manga da minha camisa, "Por que vocês duas são assim?"
Em vez de responder, Kanaya opta por beber toda a água mineral que tinha em mãos desde o início. Seu rosto agora está claramente irritado. Será que ela sabe de algo ruim sobre Renata, mas hesita em me contar?
"Não esqueça esta noite, Ryl. Temos uma sessão de injeção," lembra Kanaya.
"Que tal amanhã? Estou muito cansada, Nay." Tento recusar gentilmente.
"Não, não, não! Você precisa da injeção de vitaminas hoje à noite. Já estamos atrasadas três dias, por isso você está tão cansada," Kanaya protesta, preocupada.
Kanaya sempre se preocupa comigo. Ela sempre teme que eu me sinta cansada. Onde mais eu encontraria uma amiga como ela?
Eu e Kanaya temos um cronograma regular todo mês. Kanaya faz injeções de clareamento, enquanto eu faço injeções de vitamina C. Isso porque eu costumo trabalhar até tarde, meu corpo está muito cansado e com deficiência de vitaminas. Então, Kanaya sugeriu que eu escolhesse injeções de vitaminas em vez das injeções de clareamento que se tornaram tendência ultimamente.
"Ok, então. Mas seja pontual, Nay," peço.
"Certo," responde Kanaya, sorrindo alegremente.
...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...
Já faz quase uma hora que espero por Kanaya no salão de beleza que costumamos frequentar juntas, mas ela nem deu as caras ainda. Sendo que esta noite também tenho um encontro marcado com Renata.
Tento ligar para ela várias vezes, sem uma única resposta. Continuo checando meu relógio de pulso incessantemente. São quase oito horas da noite.
Olho para o meu celular vibrando, há uma nova mensagem de Kanaya.
Kanaya: Berryl, me desculpe muito. Não posso ir. Meu pai e minha mãe estão brigando de novo. Agora, estão tentando me convencer com um monte de riquezas para conseguir a guarda. Isso é realmente frustrante. Vá tomar a injeção sozinha, Ryl. Amanhã, se tiver tempo, me acompanhe, tá?
Sinto muita pena de Kanaya, vivendo em meio a tanta riqueza. No entanto, é muito difícil encontrar paz em sua família. Ainda bem que minha família não é assim. Ah, isso me faz sentir ainda mais saudades da mamãe e do papai.
Eu: Ok, Nay.
Rapidamente guardo meu celular, mas ele vibra novamente.
Renata: Vamos nos encontrar agora na minha casa. Urgente!
Eu rapidamente guardei o celular e me levantei. Apressada, fui ao encontro da dona do salão que normalmente me aplica injeções de vitaminas.
"Mbak (senhora), hoje eu não vou fazer a injeção não, tá? Surgiu um compromisso de última hora. Kanaya também não poderá vir," expliquei.
"Poxa, que pena, senhora Berryl. Daí não vai fazer efeito. É rapidinho, vamos," insistiu a senhora Rani, dona do salão.
"Realmente não dá, senhora. Olha só, me dá o ampolo de Vit C e um kit de injeção para eu mesma fazer em casa, eu sei como fazer," respondi.
"Ah, não sei não... Depois a senhora Kanaya vai brigar comigo," ela disse, hesitante.
"Ué, por que a Kanaya teria que se zangar?" perguntei, confusa.
"Vamos logo, senhora. Se não for possível, eu vou embora agora mesmo," disse um pouco irritada, já que estava ansiosa para saber a informação que Renata tinha.
"Tá bom... espera um pouquinho, senhora Berryl," respondeu a senhora Rani.
Cinco minutos depois, a senhora Rani me entregou o que eu havia pedido. Após receber a nota fiscal, me despedi rapidamente e fui para a casa de Renata.
Estava tão nervosa com as informações que Renata me daria. Só de pensar nisso, meu coração disparava.
...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...
"É verdade o que você disse, Ryl. O Ibnu está te traindo." Renata me entregou um pen drive.
Passei a mão no peito, sentindo uma dor interna. Me encostei no sofá onde estava sentada. Meu coração estava despedaçado, meus lábios pareciam estar selados. Apenas minha respiração fraca era audível.
Renata logo me abraçou. A garota me deu tapinhas leves no ombro. Seus olhos já estavam marejados.
"Eu que estou sendo traída, por que você que está chorando, Ren?" brinquei.
Ela enxugou as lágrimas, "Aaaa~~." pegou um lenço da mesa e limpou o delineador que já estava borrado. "Por que uma pessoa tão boa quanto você tem que passar por isso, Ryl?"
Dei de ombros, sem saber mais o que dizer.
"Me empresta seu laptop, Ren. Mal posso esperar para ver as provas da traição do Senhor Ibnu com aquela piranha da Mirna," disse.
Renata me olhou com pena, seu rosto parecia querer dizer algo. No entanto, ela se conteve e logo chamou seu irmão para trazer o laptop do quarto dela.
"Aqui." Amella, a irmã de Renata, colocou o laptop na mesa.
Amella segurou meu braço e cumprimentou com respeito.
"Amella não está de plantão?" perguntei.
"Folga, senhora," respondeu Amella.
"Ah sim, você poderia me fazer um favor, Amella? Como você é farmacêutica, poderia me aplicar a vitamina C?" pedi enquanto ligava o laptop à minha frente.
Amella assentiu. "Quando estiver pronta para a injeção, é só chamar, tá? Vou no meu quarto um pouco."
Levantei os polegares para ela, retornando minha atenção para o laptop.
Ibnu, Mirna. Eu vou destruir vocês dois. Pensei.
Estava tão determinada com as provas em minhas mãos. Cliquei rapidamente na pasta intitulada Ibnu-CX.
Examinei cada arquivo da pasta, chocada com o que vi. Fiquei em silêncio por um bom tempo, incrédula com o que agora via. Todas as evidências estavam lá. Mensagens íntimas, fotos indecentes, registros de pagamentos em hotéis, compras de itens caros, transações de compra de preservativos na loja Indoapril e muito mais.
Fiquei paralisada, desta vez deixando as lágrimas molharem minhas bochechas. Apesar de ter me preparado mentalmente para ver tudo isso, não consegui me manter firme diante de algo tão além das minhas expectativas.
Chorei abraçada a Renata, sentindo um aperto no peito. Renata apertou o abraço, sem perceber que suas próprias lágrimas também começaram a cair. Ambas nos deixamos levar pela emoção.
"Afinal, a vagabunda não era a Mirna, mas sim você... Kanaya?!" eu disse baixinho, com o peito a tumultuar e a voz trêmula.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
MARIA RITA ARAUJO
por isso que ela não se dava bem com a Renata por que já sabia no mínimo! tem alguma coisa errada na injeção de vitaminas para alterar o peso dela, com certeza
2025-02-14
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Ecleilda Justino
kanaia e Renata já sabia por isso era contra e pode ter certeza que essas vitaminas e que estão engordando ela
2025-02-27
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Maria Silva
a irmã da Renata deveria presta atenção nas vitaminas e falar pra ela por isso a mulher do salão não queria dar pra ela
2025-02-25
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