Ele caminhou até onde eu estava com um sorriso de enlouquecer, meu coração estava pra saltar pela boca. Ele se aproximou e segurou minha mão, depositou um casto beijo, e falou ao meu ouvido.
– Você está linda! – Sorriu. – Quer dar uma volta? – Assenti.
Se afastou um pouco e quando estava pra segurar minha cintura, foi que Luke percebeu que eu tinha voltado e me abraçou. O sorriso de Tony, morreu e ele me olhava incrédulo. Eu tentei desviar dos braços de Luke, e chegar aos de Tony, antes que ele saísse dali e não quisesse nem olhar na minha cara. Eu tinha que explicar tudo a ele, antes que ele tirasse suas próprias conclusões.
Mas foi em vão, pois no segundo que segurei sua mão, ele balançou a cabeça como que querendo ver se aquilo era real. E se afastou em passos largos. Luke percebendo o que estava acontecendo me perguntou.
– Ele é o Tony? – Assenti com os olhos em lágrimas. – Desculpe Lia, eu não sabia. Eu deveria não ter vindo.
– Não diga isso, a culpa foi minha. – Olhei pro lugar onde Tony tinha saído. – Preciso falar com ele, você me espera aqui com a Louise?
– Claro! Vai lá, e tenta consertar isso. – Me abraçou.
Eu rodei por toda a festa e nada do Tony, ele tinha sumido. Uns trinta minutos depois consegui encontrar Alícia, mas ela também não tinha ideia de onde ele poderia estar. Achei melhor contar o que tinha acontecido, ela poderia ajudar mais se soubesse de tudo. Falei do abraço de Luke na frente dele, e que ele era apenas meu primo, que eu tinha o convidado pra conhecer Tony, e que ele tinha vindo só pra fingir que era meu namorado.
– Porque você não contou isso ao Tony? –Falou em repreenda.
– Eu queria fazer uma surpresa... há alguns dias eu falei sobre Luke pra ele, e pensei que ele gostaria de conhecê-lo, então quando surgiu a ideia da festa e o Tony conseguiu convencer o comitê sobre calouros que têm namorado não precisarem participar das tradições, achei que seria legal, ele poderia se passar por meu namorado pra todos, só não pra Tony, porque só ele é que pode ter tal posto. – Desabafei e já estava com os olhos novamente cheio de lágrimas.
– Entendo, mas ainda assim, você deveria tê-lo avisado. – Me olhou com cautela. – Ele deve ter ficado magoado Lia. Afinal, ele fez de tudo pra que você não precisasse beijar qualquer um, e é assim que você agradece. – Tentei falar, mas Alícia não deixou. – Ele deve estar achando que foi feito de tolo, que você o usou pra trazer o seu namorado. – Suspirei pesado.
– Eu fiz tudo errado Alícia, e acabei perdendo Tony. Droga! Porque eu tenho que ser tão cabeça dura... se eu tivesse feito como a Louise e o Luke disseram, agora ele estaria aqui comigo. – Alícia olhou pra trás de mim.
– Acho que ele está com você, na verdade, atrás de você, vindo pra cá. – Ela me analisou. – Concerte o que fez, é sua chance. – E se afastou.
Tentei me recompor, mas eu não conseguia. Meu nervosismo era evidente e eu estava a ponto de chorar. Tudo que eu conseguia pensar era “Deus! Que ele me perdoe e entenda meus motivos!” Senti um ar gelado me tocar e virei-me devagar, deparando-me com Tony parado a uns dois metros de mim. Dei dois passos pra que nos aproximássemos mais, e tentei falar, mas ele não deixou. Se aproximou e com a voz em fúria começou.
– Eu pensei que você fosse diferente... Mas você me enganou direitinho. – Fez uma pausa e novamente tentei falar, mas ele continuou não deixando. – Só queria entender Lia. Por quê? Porque você não me avisou que já tinha um namorado, e ainda por cima inventou que nunca tinha beijado.
– Mas eu realmente nunca beijei Tony. – Falei convicta.
– Pára Lia! Isso não cola mais comigo. – Me olhou com rancor nos olhos. – Você não vai me dizer a verdade. Acho melhor tirar minhas próprias conclusões. – E se afastou sem deixar que eu dissesse nada.
Tentei acompanhá-lo, mas ele andava mais rápido, e a aglomeração de pessoas nos atrapalhava. Ele seguiu até seu carro e saiu cantando pneu. Meu Deus! E agora? E se acontecer algo com ele? Eu não vou me perdoar nunca.
Senti uma mão segurar meu braço, e olhei me deparando com o tal Jackie. Droga! Ainda mais essa agora. Só pra me atrasar ainda mais.
– Me solta! – Vociferei.
– Não. Vem aqui. – Falou tentando me agarrar.
– De jeito nenhum. – Tentei soltar meu braço sem sucesso.
Jackie tentava me agarrar a força, mas eu estava conseguindo me esquivar, não sabia até que momento conseguiria. Segundos de agonia se passaram e juntei toda raiva e angústia que sentia, dando um belo soco na cara do idiota do Jackie. Ele cambaleou com o canto da boca sangrando e eu corri feito uma louca. Fui direto pra cozinha colocar gelo em minha mão que doía muito.
Instantes depois voltei a sala pra falar com Louise e Luke, e me surpreendi ao ver Alícia, com eles dois e já enturmada com meu primo.
– Desculpe interrompê-los, mas só queria te pedir – Falei me referindo a Louise. – que você levasse Luke pra casa. Pode ser?
– Pode, mas você vai ter que me dizer onde está indo?
– Não dá tempo de explicar direito, mas eu discuti com Tony e ele saiu no carro cantando pneu. – Falei nervosa. – Vou tentar achá-lo.
– Mas você mal conhece a cidade. – Louise falou.
– Eu dou meu jeito!
– Eu te acompanho, e te ajudo a achá-lo... sei de alguns lugares que ele vai quando está chateado. – Alícia falou já segurando meu braço.
Seguimos até a saída e entramos no meu carro, ela me mostrou vários lugares que ele poderia estar, mas não o encontramos em lugar algum, até na cachoeira que ele tinha me levado, nós fomos e nem sinal. Por fim, já estava voltando pra festa na esperança de achá-lo por lá, mas assim que descemos do carro, Louise e Luke nos esperavam e nos contaram que lá ele não tinha aparecido.
Fiquei atônita, não sabia mais o que fazer, até que Alícia me olhou.
– Tem um lugar Lia... – Me olhou com um olhar brilhante. – Um lugar em que vocês estiveram juntos, em que tudo que sentiram foi tão intenso, que quase se consumou... lembra?
Ah! Isso não era hora de perguntas, e sim de respostas. Eu estava pra voar em cima de Alícia, e fazê-la falar a força, quando uma luz se acendeu e eu lembrei onde deveria ir, onde provavelmente ele estaria, e onde Alícia se referia com tanta convicção.
– Acho que sei... – Falei com um sorriso no rosto. – Mas você terá que me dizer como chegar lá.
– Eu te levarei até lá, e Louise me trará de volta. – Falou já puxando Louise e Luke em direção ao carro dela.
Liguei meu carro e segui Alícia, que dirigia o carro de Louise. Nós estávamos dirigindo há uns dez minutos, quando Alícia começou a parar o carro e pareou comigo.
– Daqui você segue sozinha. Pode ir direto e na terceira rua, dobre a esquerda e siga reto. – Ela sorriu. – Se ele estiver lá, você vai avistar o carro dele. Nós vamos ficar um pouco na pizzaria aqui na esquina, mas não mais que dez minutos, caso ele não esteja lá volte, que iremos atrás dele em outro lugar ok?
– Ok! – Falei e arranquei com o carro.
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Atualizado até capítulo 69
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