CINCO

Preparar-me para o meu primeiro dia como babá da Alice era uma mistura de nervosismo e excitação. Escolhi um vestido azul claro, elegante e confortável, que ia até o joelho, combinado com um par de tênis brancos para garantir mobilidade durante as atividades do dia. Lavei meu cabelo e optei por uma trança embutida, prática e charmosa ao mesmo tempo. Quanto à maquiagem, decidi por algo simples, apenas um pouco de rímel para realçar os olhos. Cada detalhe do meu visual era cuidadosamente escolhido, refletindo minha determinação em causar uma boa impressão.

Despertar minha irmã Ya para a escola foi o primeiro passo da nossa rotina matinal. Enquanto ela se preparava, corri para a cozinha e preparei duas torradas e café para nós dois. O silêncio da casa adormecida contrastava com a energia que começava a fluir com o amanhecer. Depois do rápido café da manhã, saímos de casa e caminhamos em direção à escolinha, onde deixei Ya na porta antes de seguir para a casa do Sr. Monteiro.

Apertei a campainha da casa e logo dou de cara com Clarisse.

– Oi menina, tudo bem, venha, entre. Quer alguma coisa para comer – diz um pouco afobada

– Há não, obrigada. E o Sr. Monteiro? – pergunto

– A, ele já foi trabalhar – fala

– Humm... – respondo.

– Bom, a Alice está em seu quarto, dormindo – diz

– obrigada, vou arruma-la pra escola – falo indo ao segundo andar, onde ficava os quartos, mais o único que eu podia entrar era o de Alice

Adentrar o quarto todo rosa era como entrar em um mundo encantado. Meus olhos foram imediatamente atraídos pela estante repleta de brinquedos, principalmente Barbies e outras bonecas. Cada prateleira parecia contar uma história diferente, com suas cores vibrantes e personagens cativantes. Era evidente o carinho e cuidado dedicados àquele espaço, onde a imaginação podia fluir livremente. A presença das bonecas evocava memórias da minha própria infância, trazendo um sorriso nostálgico aos meus lábios.

– Olá Alice – falo acendendo a luz – eu sou sua nova babá. bom já está na hora de acordar, há pode me chamar de mel se quiser – falo um pouco apressada

– Oii! – Diz animada

– Vem, vamos tomar banho – peguei- a no colo, e  dei banho nela, vesti o uniforme da escolinha e penteei seus cabelos e levei- a pra tomar café.

– Bom dia Alice – fala Clarisse

– Bom dia, tia – responde

Sentamos na mesa e então esperei ela terminar de comer

– Terminei mel – diz por fim

– Que bom – então fomos até a garagem e o motorista a levou.

E eu fui arrumar minhas roupas no quarto de hóspedes. Depois de arrumar tudo, fui até a cozinha para almoçar

– Então Clarissa o Arthur não almoça aqui? – pergunto

– Não, antes ele almoçava mas como sempre está tendo algo na empresa fica difícil – responde

– Ata, ele deve trabalhar muito. aliás você tem regras – falo sem cerimônias

– Regras? – pergunta perplexa

– pois eu tenho. Não posso falar ou ficar perto do Sr. Monteiro sem suas ordens. Nunca vi isso – falo indignada

– Não leve por mal, são coisas do passado

– que coisas? – pergunto

– coisas que você não pode perguntar, muito menos para ele – diz por fim

– ok – respondo

– Fred! – chama Clarisse e então um garoto aparece em nossa frente

– como vai, acabei de deixar frutas frescas na cozinha

– que maravilha! o mercado vem até nós – falo em alta voz

– perdão, não a conheço – diz o garoto de cabelo claro e olhos escuros

– essa é Melissa é a nova babá de Alice – responde clarisse

– prazer – digo estendendo minha mão

– o prazer com certeza é todo meu, você é muito bonita – fala me encarando

– deixe disso menino e volte a trabalhar. não ligue ele só está brincando

– há há, tudo bem – falo sorrindo.

Assim que deu o horário fui buscar Alice, entrei no carro e esperei em frente da escola quando vi seu rostinho todo sorridente

– mel! – disse com um pequeno sorriso

Peguei ela no colo e coloquei-a na cadeirinha, no banco de trás do carro.

– Chegamos – falei tirando ela da cadeirinha. Clarissa tinha preparado um bolo, deixei Alice comer um pedaço e em seguida dei um banho nela. A vesti e coloquei ela pra dormir. Já eram seis horas e como a Alice já estava dormindo arrumei minhas coisas e fiquei esperando o Sr. Monteiro. Mais como ele estava demorando muito, resolvi ir em bora, pois Alice já estava dormindo.

Abrindo a porta, me deparei com Arthur, ele estava usando roupa social, como sempre bem alinhada, mais em compensação seu cabelo estava um pouco bagunçado, o olhei e diretamente ele devolveu o olhar ainda mais penetrante, e seu perfume tomou toda a minha atenção.

– estava indo á algum lugar? – pergunta ainda me encarando

– como você estava demorando muito, resolvi ir em bora, a Alice já está dormindo – digo com um certo desconforto

– não precisa me esperar, Clarissa fica aqui o dia inteiro – diz com um suspiro fazendo eu me achar burra ou idiota, talvez sua especialidade fosse essa

– Há e mas uma coisa amanhã 19h horas da noite terei um jantar beneficente e você tem que estar pronta pra cuidar de Alice. – diz entrando na casa e pegando um copo, e pondo whisky no mesmo, ficando de costas para mim – entendido?

– Humm... – digo gaguejando e tentando pensar no que falar

– você é surda. Pode responder eu deixo – diz arqueando a sobrancelha

– desculpa, entendi sim Senhor – falo trêmula

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