8.Nadine/Noah...

PARTE II-4.

Aos dezessete anos, uma jovem chinesa se mudou para Espanha, estudou e fez carreira no ramo da medicina. Se tornou uma das maiores dermatologistas conceituadas e disputada pelas celebridades espanhola.

Um de seus fiéis pacientes era um famoso diretor emblemático da nova onda do cinema espanhol Pedro Bardem.

Eles namoraram e tiveram um filho Noah Guan Bardem, embora seus pais nunca se casaram, eles tinham um bom relacionamento compartilhavam a guarda do filho e se davam muito bem.

Quando Noah tinha uns cinco anos de idade, sua avó materna foi morar com ele e sua mãe, tanto seu pai quanto sua mãe eram sempre muito ocupados no trabalho, e ao conviver com sua vó, ele viveu seu melhor momento ao lado dela, um ajudando o outro, ela ensinou um pouco de mandarim e alguns costumes de seu país de origem e ele a ajudava a viver naquele país tão novo e diferente para ela. Sua avó era muito amável e sempre o encorajava e contava várias histórias para o neto.

Seis anos depois, sua avó adoeceu e fazia duas semanas que ele a visitava no hospital onde ela se encontrava internada. Sua mãe Su, trabalhava neste hospital, o que facilitava a visita diária do filho.

Numa dessas visitas, onde Noah escutava as histórias de sua querida avó, eles assistiam a um comercial na pequena televisão que falava sobre amor até a velhice e Noah questionava com sua vó.

NOAH: Se isso fosse verdade meus pais teriam se casado e viveríamos todos juntos.

VÓ: Eles não se casaram talvez porque seu pai nunca foi predestinado a sua mãe.

NOAH: Como assim?

VÓ: Akai ito?

NOAH: Akai o quê?

Sua avó contava toda uma história sobre o amor de dois jovens na época do primeiro imperador Chinês e depois encerrava o conto com uma explicação.

VÓ: Quando nascemos somos predestinados ao nosso par, os Deuses escolhem nossa alma gêmea e assim que nascemos eles amarram um fio vermelho invisível nos tornozelos daqueles que estão predestinados a ficarem juntos.

NOAH: Então eu tenho esse fio?

Noah abaixa suas meias e começa a analisar seu tornozelo à procura de um fio vermelho.

VÓ: Outras culturas acreditam ser amarrado no dedo mindinho das mãos.

Novamente ele começa analisar, agora suas mãos...

NOAH: Acho que não nasci com isso.

VÓ: O fio é invisível aos olhos humanos.

NOAH: Então, o fio da mamãe nunca esteve com o papai. Ela teria que ter se casado na China?

VÓ: Na verdade, não importa onde estejam, se os fios se embolam ou em que circunstâncias vivem. O fio nunca irá se partir.

NOAH: Então, papai não é a outra ponta do fio de mamãe?

VÓ: Acredito que não!

NOAH: E como faz para achar essa pessoa da outra ponta?

VÓ: O destino se encarregará disto! E quando se aproximarem eles sentirão! Pois, quanto mais curto o fio estiver, felizes estarão.

NOAH: Espero poder encontrar a outra ponta do meu fio e se casar com a pessoa certa.

VÓ: E você pretende encontrar seu verdadeiro amor?

NOAH: Só quando ficar grandão! Mas acho melhor começar a procurar por agora.

Sua vó ria e achava graça das suas conversas com seu netinho nascido no estrangeiro, um menino sonhador que já tinha sonhos de encontrar sua alma gêmea.

Os anos passaram e Su em uma de suas viagens, conheceu um brasileiro, se casou e foi morar no Brasil.

Noah que já tinha catorze anos, preferiu ficar na Espanha e morar com o pai, morou por três anos, além de sentir falta da mãe, ele também se preocupava com a felicidade dela, já que estava tão longe e decidiu mudar sua vida se mudando para o Brasil voltando a conviver com sua mãe com quem está atualmente.

Noah estava há dois anos no Brasil, cursava direito e estava feliz por ter sua mãe por perto. Ele era um rapaz que fazia sucesso com as meninas onde morava, tinha uma personalidade observadora, era sério e enigmático. Não era de se enturmar e nem gostava de chamar atenção, embora fosse popular sem ao menos se esforçar para isso, ele só tinha uma amizade com seu melhor amigo, apelidado de Preá, com quem contava aqui no país.

Por mais que tenha passado boa parte da sua vida morando temporadas na casa do pai ou da sua mãe, ambos nunca deixaram de estar presente na vida do filho mesmo que morando distantes. Morar com sua mãe agora, o deixava feliz, apesar de ser o único lugar em que menos se adaptou. Convivendo com seu padrasto, sentiu tudo que já suspeitava à distância, viu nele uma pessoa controladora, falsa e fria por mais que tentava parecer gentil assim quando se conheceram.

Sua mãe era nitidamente apaixonada por ele e ele sempre a mimava e demonstrava uma afeição recíproca, mas não convencia a Noah.

No início, poucos meses morando com sua mãe, numa noite acordou de madrugada indo até a cozinha e passando pela porta do escritório que estava entre aberta, Noah escutou seu padrasto numa conversa muito suspeita ao telefone, que o deixou mais observador e alerta sobre ele.

Com o tempo a relação deles se tornou fria, seu padrasto já não fazia questão de demonstrar satisfação ao tê-lo ali de baixo do mesmo teto, tiveram vários atritos e Noah só não foi embora porque jurou para si que descobriria os podres do padrasto a fim de defender sua mãe.

Noah viajou para Madrid onde passou as férias com seu pai, mesmo muito ocupado seu pai dava um jeito de estar presente e dedicava toda sua atenção ao filho, eles tinham um bom relacionamento, mesmo sendo formais um com outro, no fundo o que seu pai mais queria era que Noah largasse a faculdade de direito e fizesse cinema, para que o filho pudesse dar continuidade ao seu legado.

Pedro Bardem tinha apenas Noah como filho, se casou umas seis vezes, mas nunca foi bem-sucedido em seus relacionamentos, Noah era discreto e a mídia espanhola não conhecia o rosto do herdeiro Bardem, aquele mundo de fama e glamour a qual seu pai pertencia era totalmente evitado por ele, talvez um dos motivos a qual ambos não tinham um relacionamento de pai e filho mais íntimos seria o fato de Noah não se interessar pelo mundo ao qual seu pai pertencia.

...▪️▪️▪️...

Noah retornava para o Brasil, desembarcando no aeroporto internacional de São Paulo aguardando seu último voo para Florianópolis. Ele estava irritado e cansado após 26 horas de espera desde Madrid e a troca de avião entre Lisboa e São Paulo e se perguntava qual a bendita secretária do seu padrasto que reservou essa passagem para ele.

Nesse martírio de paradas de escalas de um voo para outro e mais três horas e meia de espera até pegar o seu último voo, Noah que cochilava é despertado com o anúncio do seu embarque do alto-falante. Ele pega a sua bagagem e se dirige ao portal de embarque, quando subitamente é atropelado por uma moça que saía de uma cafeteria distraída esbarrando nele fazendo ambos caírem sentados no chão.

...🔸🔸🔸...

Ao se chocarem e caírem atraindo a atenção das pessoas na sua volta, Marcus que viu o acontecido levantou-se e foi em direção a Nadine.

MARCUS: Caramba! Vocês estão bem?

Antes que pudesse estender sua mão para levantar Nadine o próprio rapaz que Nadine derrubou se levantou e esticou sua mão para ela, que levanta sem encará-lo morrendo de vergonha.

NADINE: Estou bem senhor Marcus.

Ela olha para o rapaz ainda segurando a sua mão...

NADINE: Me desculpe, foi culpa minha!

RAPAZ: Foi sim, sua culpa! Bien puesto!

Ao encará-lo Nadine sente um arrepio que corre pelo seu corpo, solta sua mão e ele esboça um torto sorriso.

Sem graça Nadine fala:

NADINE: Eu te machuquei?

RAPAZ: Eu estou bem e você?

NADINE: Estou bem, me desculpa de verdade!

Ele a responde com uma fala calma tentando falar bem seu idioma, ele se abaixa pegando sua mochila e acena para ela numa despedida e seguindo seu caminho.

Nadine acena pra Marcus se despedindo e volta em direção a Kelly que aguardava na fila de embarque.

KELLY: Mais que demora! Conseguiu o contato dele? rs

NADINE: Sim. Aqui! Mas ele disse que não é ator e nem modelo, então não acho que...

KELLY: Até parece que você não me conhece Nadine! Quando quero uma coisa eu consigo e não me importo se é ou não ator, ele será meu Robert. Pode registrar o que digo!

NADINE: você ficou animada com esse senhor. Foi por que ele realmente se parece com seu personagem ou outra coisa?

KELLY: Ele é exatamente como meu Robert, sua postura e olhar, vi nele meu Robert que criou vida.

NADINE: Ele é bem bonito mesmo! Tão interessante quanto o rapaz que trombei a pouco.

KELLY: AHN! Trombou?

NADINE: Eu esbarrei tão forte em um carinha na saída da cafeteria que caímos de bunda no chão, fiquei com tanta vergonha que mal o encarei e quando o notei me desculpando, eu paralisei com sua beleza.

KELLY: E ele é tão bonito como meu Robert?

NADINE: Ele é bem diferente, um estilo asiático na aparência, mas falou muito bem nosso idioma mesmo misturando com um pouco de espanhol, eu acho!

KELLY: Uhnnn! Para causar em você um impacto deve ser bem interessante. rs

NADINE: É, achei interessante e não sei bem o porquê. Bom, vamos embarcar! Não vejo a hora de voltar para casa.

KELLY: Sim! Quero minha banheira, com bastante espuma e um bom vinho! Rs

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