Predestinados
Parte I.
Ela ainda se lembrava como se fosse ontem, sua mãe de mala em mãos retirando suas pequenas mãozinhas de suas pernas e se afastando sem transparecer nenhum remorso em abandonar sua única filha de apenas 6 anos de idade.
Ágatha podia não entender muito da real situação, mas sabia que essa briga entre seus pais era definitiva.
Seu pai Rogério, a abraçou tão forte e jurou suprir todo o amor que sua mãe não deu. E assim fez! Rogério se reergueu como pode financeiramente e criou sua filha sozinho dando a ela todo amor de um pai e durante seis anos nada se ouviu falar de Úrsula até seu aniversário de doze anos.
Primeiro ela apareceu para Rogério e tiveram uma longa conversa, manipulação era o sobrenome de Úrsula! Ela conseguiu convencer seu ex-marido de visitar Ágatha e começou presenteando a filha com uma boneca cara e depois de três passeios ela foi embora prometendo retornar.
Depois disso, ela apenas enviava cartões em datas comemorativas. Agatha estava feliz, ela sentia falta de uma mãe e só dela ter reaparecido ascendeu nela uma chama de amor e esperança mas, no fundo ela sentia a diferença nessa relação. Pensava ela, que a sua mãe estava se esforçando, e que com o tempo ela poderia melhorar e ser mais natural com essa relação de mãe e filha.
Quando Ágatha entrou para o primeiro ano do ensino médio numa nova escola, ela se sentia feliz e criou expectativas para fazer novas amizades, mas não foi o que aconteceu de cara, se vendo naquele ambiente hostil com várias adolescentes vivendo a flor da pele, tentando sempre serem umas melhores que as outras ela se reprimiu e ficava mais na sua sozinha.
Ágatha tinha os olhos esverdeados e um longo cabelo encaracolado avermelhado, uma verdadeira ruiva com suas poucas sardas salientes, que nela era um charme a parte.
Como Ágatha tinha uma beleza diferenciada, alguns outros alunos se aproximavam dela e tentavam interá-la num grupo, de preferência o grupo das Pinks, que eram as meninas mais belas e fúteis da escola. Mas, o que Ágatha mais detestava na vida era futilidade e vaidade exagerada de meninas que se importavam apenas com aparência e status.
Um belo dia, Ágatha chegava na escola com um dos cartões postais que sua mãe acabara de enviar de felicitações ao iniciar o ensino médio e no pátio, um grupinho das meninas populares estava zoando e intimidando uma menina da turma, uma que não era do meio delas, a típica cdf (nerd), de aparência simples e tímida que estava acuada sendo atormentada pelas outras garotas.
Ágatha apenas passou por elas distraída com o cartão postal quando parou para observar o acontecimento.
CAMILY: Bom dia Ágatha!
ÁGATHA: Deixem essa menina em paz! Vocês não se cansam disso?
CAMILY: Apenas estamos ensinando o seu lugar!
ÁGATHA: Lugar! Aqui é uma escola, parem já com isso ou irei denunciá-las à direção.
Como Ágatha era respeitada, elas acataram dizendo que hoje era o dia das boas ações e deixaram a menina em paz.
Na hora do almoço, Ágatha sentava sozinha num canto do refeitório até uma loira volumosa de óculos, que não era da patotinha das populares e nem das nerds se senta ao lado dela.
KELLY: Eu estava me perguntando em que grupo você acabaria se encaixando nessas primeiras semanas aqui.
ÁGATHA: Como?
KELLY: Embora o grupinho das Pinks tentaram te recrutar pela sua aparência, você não se deixou levar! Algumas meninas aqui tem como objetivo de vida fazer parte do grupinho delas e você simplesmente ignorou.
ÁGATHA: Não tenho paciência para futilidades! E você pertence a qual grupo aqui?
KELLY: Eu! Apenas o da sobrevivência. Mas, gostei de você! Gostei do que você fez por aquela pobre menina no pátio hoje mais cedo. Também detesto esses tipos de injustiças desnecessária.
ÁGATHA: Pois é!
KELLY: Eu sou a Kelly e você já sei que é Ágatha, prazer! Acho que podemos ser boas amigas nesse caldeirão que é o ensino médio aqui. Rs
ÁGATHA: Prazer! Já comeu?
KELLY: Não gosto da comida daqui!
ÁGATHA: Então fique com minha maçã, eu trouxe de casa. Rs
E assim deu início a amizade de Ágatha e Kelly.
Kelly era uma menina gordinha, loira usava óculos de grau e não se queixava ou tinha vergonha de sua aparência, não sofria bullying na turma porque ninguém a abalava, sem contar que tinha uma fama de brigona vinda da outra escola, ela chegava sempre com seu amigo Nicolas, um rapaz de aparência simples, brincalhão e amigo para toda hora. Cheia das atitudes e prática em tudo que fazia, ela simpatizou com Ágatha logo de cara ao perceber que ela não deu tanta importância em fazer parte do grupinho da Pinks.
Elas passaram a ser unha e carne e dividiam todas as suas histórias de vida.
Passaram-se duas semanas e as duas estavam no pátio esperando os portões abrirem para irem embora quando Nicolas se aproxima delas.
NICOLAS: Achei você! Desde que você passou a andar com a ruiva aí nunca mais me esperou para irmos juntos.
KELLY: Está com ciúmes de mim fofinho? Essa é a minha amiga que te falei Ágatha. E o nome dela não é ruiva!
ÁGATHA: Oi, prazer! Sempre os vejo chegando juntos mas, ainda não tivemos a oportunidade em nos conhecer. Mas ela fala muito de você pra mim!
NICOLAS: Olá! Conheço essa pirralha desde quando usava fraudas. Ela também não para de falar de tu, não saía da minha cola até você surgir e estava a ponto de implorar transferência pra minha turma antes de você aparecer.
KELLY: Não se sinta tão importante! Opa! abriram os portões... Vamos! meus dois amigos, enfim se conheceram.
E assim, se iniciou esse trio de amigos...
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Dry Monteiro
Adoro os padrões de personagens que a autora usa smp!
2024-03-07
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