Cap. 5 PRECISO DESCOBRIR QUEM SÃO ELES.

Jake 

Estou sentado na sala no escuro para dar privacidade à mulher no meu quarto, e a vejo descer nas pontas dos pés, fico observando a atitude dela. Será que vai roubar alguma coisa?

Mas ela desce em silêncio, descalça, nas pontas dos pés e nem mesmo olha para o ambiente, tanto que nem me vê. Que mulher estranha! Será que está acostumada a esse luxo todo que tem por aqui? Por isso não se importa?

Atravessa a casa sem olhar para os lados e sai pela porta dos fundos. 

Na porta, coloca a bota dela que ficou fora, e vai para o celeiro. 

De camisa e bota? Nunca conheci uma mulher tão despretensiosa. As que eu conheço se levantam mais cedo só para se arrumar, para que ninguém veja como elas realmente acordam.

Ela nem mesmo tirou a toalha do cabelo!

A sigo e vejo que ela foi checar a égua. Realmente é uma veterinária que se importa com os animais. 

Falo com ela que me abre um lindo sorriso e meu coração, que achei que era imune a essas coisas, erra uma batida. 

Quando a elogio, ela fica constrangida, e puxa a camisa para baixo tentando cobrir aquelas pernas lindas.

Sorrio para ela e a deixo mais desconfortável ainda. Ela parece tão inocente! Mas só deve ser boa atriz. 

Uma criança aparece do nada, sonolenta e diz que quer água. De onde será que veio?

Será que é filha dela? Será que ela tem marido? O que me interessa se ela tem marido? Jake se concentre em descobrir quem são elas, e não se ela pertence a alguém!

Tento ser firme, mas o modo que ela trata a garotinha, dá um nó no meu peito. E me desmonta inteiro. 

Ela é tão meiga e carinhosa,como uma mãe deve ser. Fico observando as duas conversando, a garotinha a chama de Calol, não de mãe. Acho que o nome dela é Carol. 

O mais curioso é que ela esqueceu totalmente da minha presença. Não me olhou sequer uma vez depois que a garotinha chegou. Isso para mim é novidade. Geralmente elas brigam para chamar a minha atenção. Será que é alguma estratégia para chamar a minha atenção?

Olho para a garota dormindo em seus braços e meu peito se enche de uma emoção desconhecida. Que cena linda!

Ela se levanta e vai até a última baia e a coloca gentilmente na cama de feno. Noto que tem mais duas crianças dormindo ali também. Que invasão é essa? O quê uma mulher com três crianças está fazendo no meu celeiro?

Ela se vira e eu a encaro.

Jake _ Você pode me explicar o que é tudo isso? Quem são vocês e o que estão fazendo no meu celeiro?

Carol _ Sim, mas vamos conversar para lá. As crianças podem acordar. 

Só balancei a cabeça concordando. Eu a pego pelo braço e a levo para fora.

Jake _ Está longe o suficiente para você?

Carol _ Calma! Sei que invadimos suas terras e o seu celeiro, mas eu posso explicar!

Jake _ Estou esperando! 

Carol _ Estávamos acampando aqui perto e nossa barraca foi levada pelo vento e a chuva. 

Jake _ Só isso?

Carol _ Sim.

Jake _ Se foi assim porque não bateram na porta?

Carol _ Não havia necessidade de acordar os moradores, eu só queria um lugar quente e seco para dormirmos. De manhã sairíamos antes que nos vissem. 

Jake _ Porquê? Estão fugindo de algo?

Carol _ Não! Só não queríamos incomodar!

Olho para ela que está mais vermelha que um tomate. Ela está mentindo! Mas eu vou descobrir o que ela está escondendo!

Jake _ Vamos pegar as crianças e ir para a casa.

Carol _ Não precisa! Estamos bem aqui!

Jake _ E o que pode acontecer com vocês se alguns dos meus homens entrarem no celeiro? Olha o modo que está vestida! Isso é um convite para alguns tipos de homens.

Carol _ Eu não tinha pensado nisso! E você sabe porque estou vestida assim!

Jake _ Eu sei! Tem quartos sobrando. Vamos levá-los.

Ela acorda a garota maior, que fica muito assustada quando me vê. 

Gabrielle _ Carol? Fomos descobertas? E agora? O que ele vai fazer com a gente?

Carol _ Se acalme, ele nos convidou para dormir na casa, só isso!

Gabrielle _ Mas Carol…

Carol _ Ele é um bom homem! Eu confio nele! Esse é o Sr.? Desculpe, acho que não me disse o seu nome.

Jake _ Sou Jake Cryngton, proprietário da fazenda. 

As duas só sacodem as cabeças. Como ela pode dizer que sou um bom homem? De onde veio essa confiança?

Jake _ Eu levo o garoto. Não precisa acordá-lo. 

Eu pego o garoto no meu colo e o meu coração se enche de carinho, só de olhar para aquele rostinho dormindo. Ela pega a garotinha e a outra pega na sua mão, ela parece tão assustada. 

Jake _ Venham, vamos para casa colocar essas crianças na cama.

Vou na frente e elas me seguem, entramos e vou para o quarto do lado do meu que está desocupado. 

Jake _ Ainda bem, que a Sra.Prescot sempre deixa um quarto arrumado. Podemos deixar as crianças aqui e vocês duas ficam no quarto do meu irmão que está na faculdade. 

Carol _ Se você não se importa, Sr. Cryngton, preferimos ficar no mesmo quarto. 

Jake _ Pode me chamar de Jake. Mas tem quarto sobrando. 

Carol _ Eu prefiro ficar junto com os meus irmãos. 

Jake _ Como preferir. Vou colocar o rapazinho aqui no sofá e vocês três ficam com a cama.

Carol _ Obrigada Jake, pela acomodação. 

Ela fala o meu nome com aquela voz doce, e meu coração errou mais uma batida. Preciso tomar cuidado com essa mulher, ajeito o garoto no sofá e me viro para olhá-la, e de novo meu coração dá sinal, só que dessa vez ele acelera.

Ela está curvada, colocando a pequena na cama e minha camisa subiu, revelando as suas coxas e um pedaço da polpa da bunda.

Não consigo desviar os meus olhos, a irmã percebe e entra na frente, e me encara de braços cruzados, antes tão assustada e agora valente protegendo a irmã. 

Não consigo conter um sorriso com isso. 

Jake _ Vocês estão seguras aqui! Não se preocupem com nada.

Carol _ Não estou preocupada! Obrigada Jake. 

Jake _ Durman bem. Boa noite!

Carol _ Você também. Boa noite!

Eu saio do quarto e alguém passa a chave.

Preciso descobrir quem são elas e o que estão fazendo aqui. 

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