Dia do festival Cap 5

No dia do festival, as ruas estavam enfeitadas com bandeirolas coloridas, e o clima era agradável. Ao abrir a janela do seu quarto, Raquel pôde ver canários voando e ouvir o som suave de seus cantos.

Raquel: — "Hoje vai ser o dia em que me divertirei e o verei novamente. Uma pequena aventura antes de oficializar algum compromisso com o senhor Harry" — pensou animada.

Ela tomou o café da manhã na companhia de sua mãe, que a informou que sairia para visitar uma amiga e a convidou para ir junto. Raquel achou ótimo ouvir isso, pois assim ficaria mais à vontade para fazer suas próprias coisas.

Raquel: — Não, obrigada. Pretendo ficar em casa lendo um livro. Não tenho vontade de sair. Terei até que mandar um bilhete à Pilar dizendo que não irei fazer compras com ela — explicou.

Eva: — Imagino que você esteja recusando o convite dela porque só ficaria olhando enquanto ela faz compras — comentou ela, enquanto servia-se de ovos mexidos.

Raquel ficou pensativa. De fato, essa era uma das razões, embora tivesse outros planos para o seu dia.

Eva: — Não fique desanimada, minha filha. Em breve, estaremos nas mesmas condições de antes, e você poderá desfrutar das mesmas coisas que antes — consolou ela.

Raquel sorriu gentilmente e agradeceu. Levantou-se da cadeira, passou o guardanapo na boca e o deixou sobre a mesa.

À tarde, sua criada, Erica, chegou. Ela subiu as escadas até o quarto de Raquel, deixando-a aproveitar o dia do festival a pedido dela.

Raquel:— Trouxe o que lhe pedi? — perguntou.

Erica: — Sim, minha senhora — respondeu ela, trazendo uma muda de roupa envolta em um pano laranja.

No quarto, Raquel vestiu Erica como se fosse ela mesma, e depois vestiu as roupas de Erica.

Raquel: — Suas roupas não são ruins, mas poderia ter trazido algo mais alegre, típico de festas. Esse vestido cinza me deixa um pouco apagada — reclamou, olhando-se no espelho.

Erica: — Sinto muito, pensei que seria melhor se você não se destacasse na comemoração, para não ser descoberta — desculpou-se, com a cabeça baixa. — "Esse vestido costumo usar quando vou a enterros" — pensou ela.

Raquel:— Tudo bem, nada que uma maquiagem um pouco mais marcante não resolva — disse pegando um batom vermelho de sua caixa de maquiagem.

Após se arrumar, Raquel cobriu a cabeça com um véu preto e saiu de casa discretamente, para que Abigail não percebesse.

Erica, sozinha no quarto, mexeu nas coisas de Raquel. Ela experimentou um par de brincos de ouro com pérolas penduradas, achando-os lindos.

Já era noite e a lua cheia iluminava o céu. Raquel podia ouvir o som da música alegre e o riso das pessoas se divertindo. Ela caminhou pela rua estreita do centro, onde via barracas vendendo várias delícias. Levou algum dinheiro consigo e decidiu experimentar.

Raquel: — "Que delicioso! É um bolinho com carne dentro" — pensou, saboreando o quitute.

Adónis estava se preparando para se apresentar com os amigos. Ele estava bem-arrumado, com o cabelo penteado para trás, vestindo uma camisa branca e calças pretas. Ao ser anunciado, as pessoas que o conheciam gritaram seu nome. Raquel se aproximou e pôde assistir ao desempenho dele, gostando bastante de ouvi-lo cantar.

Adónis: — Obrigado, pessoal! Agora faremos um intervalo. Espero que todos estejam se divertindo — disse ele, descendo do palco e indo em direção à multidão. Todos o cumprimentavam, e ele até ganhou um beijo no rosto de uma mulher.

Raquel ficou incomodada com o beijo que ele recebeu.

Um pouco à frente, ao andar, Adónis a avistou e ficou feliz ao vê-la.

Adónis: — Que bom que veio! — disse ele, animado.

Raquel: — Notei que você é bem famoso — comentou.

Adónis: — Um pouco. Vamos sair dessa multidão, vem comigo — sugeriu pegando na mão dela. Raquel percebeu que a mão que a puxava era grande e forte, enquanto ele a guiava para fora da multidão.

Adónis: — Tem muita coisa para se ver. Que tal irmos ao teatro de bonecos? Costumam contar histórias interessantes — sugeriu ele.

Raquel: — Pode ser — respondeu aceitando a ideia.

Eles seguiram até a rua à esquerda, onde algumas pessoas já estavam sentadas nos bancos, ouvindo a história.

Adónis: — Tem um lugar ali — disse ele apontando. Os dois foram juntos se sentar.

Raquel: — É uma boa história, já a li em um livro — comentou lembrando-se da trama.

Adónis: — E tem um final feliz? Parece que a protagonista não vai poder rever o homem de quem gosta — questionou ele, em voz baixa.

Os dois conversavam em sussurros. Raquel respondeu que não contaria o final. O boneco da bruxa apareceu novamente na floresta, enganando a protagonista para que continuasse perdida.

No final, o público aplaudiu.

Adónis: — Que pena, o final foi triste — lamentou.

Raquel: — É verdade. A maioria das histórias tem finais assim, um grande amor que não pode ser vivido. Mas mesmo com esses finais, é uma boa obra dramática — disse ela.

Adónis: — Algum dia você me contaria as outras histórias dessa autora? — pediu.

Raquel: — Por que? — perguntou olhando para ele.

Adónis: — Acho que contadas por você, ficariam ainda melhores — respondeu, apreciando a maneira como ela se expressava.

Raquel: — Pode ser — respondeu, sentindo-se um pouco envergonhada.

Adónis a chamou para andarem mais um pouco. Ele comprou coisas para os dois comerem e depois a convidou para dançar.

Raquel estava feliz; jamais havia se divertido tanto como naquela noite.

Quando ficou tarde, Adónis perguntou se ela precisava voltar.

Raquel: — É mesmo, já deve estar bem tarde. Nem percebi o tempo passar — respondeu.

Adónis: — Minha companhia costuma causar isso! — brincou ele, fazendo-a rir.

Raquel:— "Tenho que admitir, é por causa dele que estou me divertindo tanto" — pensou.

Adónis a levou até em casa. No caminho, marcaram de se encontrar novamente.

No final, ele se despediu dela com um beijo demorado na bochecha.

Raquel, ao entrar, foi direto para o seu quarto. A luz do abajur estava acesa, e Erica estava sentada na poltrona, esperando-a.

Erica: — Minha senhora, já retornou. Como foi? — perguntou.

Raquel: — Foi ótimo — respondeu ela, com um brilho nos olhos.

Erica: — "Toda feliz... Eu sei que as festas do povo são boas, mas para quem vive em outro nível, desejar esse tipo de diversão é curioso" — pensou.

As duas trocaram de roupa e Erica voltou para sua casa.

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