Jaqueline, guiando Bruna por Nórdica, estava imersa na inocência de compartilhar o que aprendeu. Cada gesto, desde oferecer chocolate quente até aquecer as mãos, era uma extensão da generosidade que experimentara ao chegar. Aos 37 anos, vivendo em Nórdica há três, ela absorvera não apenas as técnicas de sobrevivência no frio, mas também a calorosa hospitalidade dos locais.
Quando Bruna sentiu o toque de Jaqueline, uma tentativa genuína de transmitir o conhecimento adquirido, Jaqueline não estava ciente das sombras do passado que pairavam sobre sua amiga. O gesto era um reflexo direto da solidariedade que encontrou ao chegar em Nórdica, onde as pessoas compartilhavam experiências para enfrentar o frio intenso.
Para Jaqueline, era apenas um ato de generosidade, uma extensão da rede acolhedora que a envolveu quando chegou. Não havia romantismo ou intenção oculta. Era a pureza da partilha, da amizade que ela procurava oferecer a Bruna, sem perceber que esse gesto despertaria memórias esquecidas.
Enquanto Bruna, revivendo o passado, interpretava o gesto como algo mais profundo, Jaqueline continuava sua jornada guiando com inocência, sem perceber as camadas emocionais que a neve nórdica agora começava a revelar. A intenção de Jaqueline era clara: ser uma guia, compartilhar a experiência que moldou sua vida em Nórdica, sem prever as correntes do passado que essa jornada desencadearia em Bruna.
Jaqueline, sentindo a responsabilidade e preocupação com Bruna, percebe que o frio extremo pode afetá-la mais do que o esperado. Culpando-se por não ter considerado totalmente as condições, Jaqueline decide alcançar Bruna antes que ela enfrente o congelante exterior.
Correndo atrás de Bruna na neve, Jaqueline a alcança e a detém com um toque suave no ombro.
Jaqueline: Bruna, espera um momento. Não deveríamos sair desse jeito. O frio pode ser muito intenso, especialmente agora. Tenho algo para te ajudar a enfrentar esse clima. Chocolate quente.
Bruna, ouvindo a preocupação de Jaqueline, considera as palavras da amiga e pondera sobre a importância de enfrentar o extremo frio para a reportagem.
Bruna: Olha, Jaqueline, entendo o que você está dizendo. Eu queria realmente conhecer inverno intenso de Nórdika, mas talvez não tenham pensado nos desafios reais. Se eu acho que agora já está frio, e para vocês está ameno, nem quero imaginar o que vem pela frente. Mas sabe, você tem razão. Se eu quiser realmente entender e transmitir essa experiência, preciso encarar esses dois dias, antes do frio intenso.Agradeço pela preocupação, e sei que você só quis me proporcionar algo especial aqui em Nórdika. Vamos lá, estou pronta para continuar.
Jaqueline: tem certeza, agora é 6 e meia, não quer tentar amanhã? eu terei folga amanhã, minhas folgas são na semana.
Bruna: ( sentido preocupada) Jaqueline, mas sua folga é para descanso seu, não quero que tenham trabalho comigo.
Jaqueline: O que ? A filha da minha melhor amiga vem aqui, fazer um trabalho importante da vida dela, e eu não ofereço uma ajuda? não me sentiria bem. Você goste ou não, senhora Bruna. Eu já me sinto responsável pela sua estadia aqui. E mocinha sua mãe sabe que você veio para cá ?
Bruna não gostava de ser tratada como uma adolescente, ela tinha 32 anos, Jaqueline desde muito cedo tinha mania de tratar Bruna como uma garota de 15 anos incapaz de saber fazer escolhas, então ela respondeu meio atravessando.
Bruna : Jaqueline gostaria que você me tratasse como uma mulher adulta, sei que você tem memória de mim com 15 anos, mas hoje sou uma mulher independente. Ok ...vamos lá, minha mãe não sabe para onde eu vim. Porque quando falo de viagens para ela.... Ela acha que vou fazer turismo e me divertir, e não fazer trabalho, fica me irritado para trazer meu irmão para conhecer os lugares, então desde muito tempo, não falo para onde vou. E não moramos juntas desde 2008, quando fui para Portugal com meu pai, ele sabe tudo de mim e para onde vou .
Jaqueline, percebendo a irritação de Bruna, decide ajustar sua abordagem.
Jaqueline: Peço desculpas, Bruna, não foi minha intenção subestimar você. Entendo que você é uma mulher independente, e respeito suas escolhas. Vamos focar na matéria e aproveitar esses dois dias para explorar Nórdika da melhor forma possível. Quanto à minha folga, eu realmente gostaria de contribuir, então, se estiver disposta, podemos prosseguir. E sobre sua mãe, entendi a situação. Vamos então seguir em frente, e espero que tenhamos uma experiência produtiva nesses dois dias.
Jaqueline, tentando restabelecer a harmonia, aguarda a resposta de Bruna, pronta para seguir com o plano inicial ou ajustá-lo conforme a necessidade da amiga.
Jaqueline sugere o bar-café nas proximidades.
Jaqueline: Tem um bar-café aqui perto, ó. Bastante movimentado, mas oferece bebidas quentes, como chocolate quente, cappuccino, café, além de uma variedade de chás. Também servem bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja. Se não se importar com um pouco de barulho, podemos ir lá.
Jaqueline aguarda a resposta de Bruna, pronta para adaptar os planos conforme a preferência da amiga.
Bruna: sim vamos...com certeza está mais quente que aqui fora.
Jaqueline concorda com Bruna.
Jaqueline: Com certeza, lá dentro estará mais quente. Vamos então, aproveitar para nos aquecer.
Ao entrar no bar, Jaqueline é surpreendida por um homem de cerca de 48 anos, com um nariz um tanto grande, cabelos loiros e um sorriso contagiante de Nórdica.
Homem: Saluton! Rigardu kiu elvenis el la tero. Jaqueline, kiel vi fartas? ( ola, olha só que resolveu sair da toca, Jaqueline como vai?)
Jaqueline responde em Esperanto, e o homem continua depois de dar um abraço em Jaqueline.
Homem: Kion vi faras ĉi tie? ( o que faz aqui?)
Enquanto isso, Bruna, também conhecendo um pouco de Esperanto, fica confusa, pois não compreende completamente o diálogo em Esperanto entre Jaqueline e o homem.
Jaqueline, com uma tonalidade de pele negra, destaca-se em meio à diversidade de Nórdica. Ela, que antes era extremamente magra, ganhou um corpo mais saudável ao longo do tempo. No entanto, ela ainda carrega a visão de si mesma como aquela menina magra da qual todos riam. Sua tonalidade de pele, única naquele contexto, a torna exótica, e ela percebe os olhares, principalmente dos homens, com respeito e curiosidade. A mudança no cabelo, antes cacheado, agora alisado, reflete a adaptação às condições do lugar, onde cuidar dos cachos seria mais complicado. A atenção que Jaqueline recebe, apesar de seu próprio autocrítica, gera um leve ciúmes em Bruna ao notar a interação dos homens com sua amiga.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Ana Faneco
história interessante /Smile/já gostando 😌
2024-03-13
4