Quando retornamos para casa, as coisas começaram a mudar. Precisava a ajudar a empregada. Isso claro se quisesse continuar tendo a vida boa que sempre tive. Minha mãe e o meu pai passaram a discutir com frequência. Ela estava sempre alterada.
Ela queria que eu entendesse que as coisas não são fáceis. Se você faz uma escolha errada, você se lasca. Mais atrapalhava a empregada do que ajudava. Isso me deixava irritada. Como não conseguia fazer algo básico, como arrumar a minha cama. Procurava não sentar na cama durante o dia. E passei a dormir numa poltrona do quarto. Não queria desarrumar a cama. Não foi por muito tempo. A empregada não falava nada. Mas, minha mãe descobriu. Ela entrou e desarrumou toda cama. Mandou retirar a poltrona do meu quarto.
_ Você tem que aprender a fazer as coisas. Não pode passar a vida toda tentando se livrar das suas responsabilidades. Você foi mimada demais, seu pai não teve pulso firme para lidar com você. Pretende ser o que dá vida. Não faz nada! Só come, e dorme. _ gritava ela. Os gritos já nem me incomodavam mais. Ultimamente era só o que ela fazia. Gritar, gritar e gritar. _ Você vai arrumar as suas coisas, vai passar uns dias na casa de uma velha conhecida.
_ Não vou sair daqui. Essa é minha casa, meu pai não vai deixar. _ pela primeira vez gritei com ela. Resultado, levei uma bofetada. Ela nunca havia me batido, até agora.
_ Seu pai foi viajar, vai ficar alguns dias fora. E você vai tirar férias e vai aprender que a vida não é um mar de rosas. Você sempre teve tudo, e nunca valorizou nada. Arruma a mala, coloca apenas o necessário.
Ela saiu. Me julgou por ter tudo, eles me deram tudo. Me criaram dessa forma. Não tinha culpa de nada disso. A bofetada que levei doeu. Peguei uma mala grande, coloquei várias peças de roupas e calçados. Na hora do almoço eu desci. Sentei a mesa, e percebi que ela me olhava com desdém.
_ Aproveita o seu almoço. Essa será a última refeição descente que você faz.
Naquele momento não entendi o que ela quis dizer. Comi a mesma quantia que estou acostumada a comer. Após o almoço, ela mandou chamar o motorista. Entregou a ele um papel.
_ Leve a Helena nesse endereço. Deixe-a lá e retorne.
O segurança apenas assentiu.
_ Espero que já tenha arrumado a sua mala. _ disse ela.
_ Sim, já está pronta. _ respondi ao olhar na direção dela.
_ Então pegue e vá. Talvez agora aprenda a valorizar o que você tem.
Ela estava me mandando viajar e queria que eu aprendesse algo. Isso foi o que pensei naquele momento. Mas a realidade do que vivi depois foi completamente diferente.
Quando desci com aquela mala enorme, ela apenas me observou. Não disse mais nada.
O motorista colocou a minha mala no carro. Fechou o porta malas, entrou e apenas dirigiu. A princípio a rota estava normal. Até ele pegar outro caminho. Nunca havia andado num lugar como aquele. Era uma estrada esburacada, lixo na rua. Aquelas pessoas pareciam tão sujas. Casas feias, algumas caindo os pedaços. Parecia um filme de terror. Era um pesadelo só pode. O carro parou em frente a uma casa. Feita de tábua. O que era aquilo? Não tenho certeza se é uma casa.
_ Chegamos senhorita. Vamos descer. _ disse o motorista.
_ Eu não vou ficar aqui. Isso é... nojento. Olha essas pessoas, esse lugar...
_ Tenho ordens para tira-la do carro a força se for preciso. Por favor se puder sair de livre e espontânea vontade.
_ Você não pode fazer isso. Eu vou gritar pedindo socorro.
_ Aqui ninguém vai dar importância. Se deixar a sua mala ali vão levar. _ como não saia do carro, o motorista me tirou a força.
Ele bateu naquela casa de tábuas. Uma mulher abriu, ela tinha uma criança no colo.
_ Essa é a senhorita Helena. Já está entregue, preciso voltar. _ disse isso a mulher e saiu.
Fiquei parada do lado de fora, agarrada a minha mala. Aquele lugar não era agradável.
_ Entre menina, não pode ficar parada do lado de fora. _ disse a mulher enquanto embalava a criança que estava no colo dela.
_ Eu não quero ficar aqui. Esse lugar é nojento. _ disse olhando em volta.
_ Se não entrar, você vai ser assaltada, vai ficar sem a sua mala, e sem as suas joias. Claro se não sequestrarem você, e matarem você. Seu corpo vai ser encontrado numa vala. Será tratado como apenas mais um caso.
Peguei a mala e entrei rapidamente. Não queria ser morta. A situação já era deprimente, imagina ter o corpo encontrado numa vala imunda daquelas.
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Atualizado até capítulo 99
Comments
Tania Loz
vige 😱
2024-06-22
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