Consegui! Nem acredito que consegui fugir daquele homem. Ele mexeu muito com meu psicológico. Nunca antes me vi em uma situação dessas, sempre que me deparei com esse tipo de homem insistente, não tive problemas em colocá-los em seus lugares. Mas esse? É mais do que eu consigo lidar.
Ele tem uma coisa que me puxa em sua direção e eu não sei o que é! E isso me assusta. Não estou confortável com esse tipo de coisa. Saio do aeroporto e pego um táxi para o hotel, sem lembrar que eu já deveria ter encontrado o CEO da empresa. Esqueci completamente disso.
Como a secretária do chefe me mandou o nome e a reserva do hotel, me instalo em meu quarto. Tomo um banho demorado e um café da manhã reforçado.
Dormi muito bem no avião então não preciso de descanso, e ainda é cedo para falar com as crianças.
O telefone da mesa de cabeceira toca e eu me assusto. A recepção avisa que o Sr Novaes está à minha procura. Desço ao encontro do chefe. Como não o conheço vou até a recepção e pergunto por ele. A recepcionista me diz que ele está me aguardando em um sofá na sala da recepção. Vou até lá e vejo alguns executivos sentados e não sei qual deles é o senhor Novaes.
Analiso cada rosto e o único que eu penso ser meu chefe é um senhor de terno, de óculos de grau, parecendo que tem ascendência mexicana, pelo sobrenome, calculo que é esse e me aproximo.
Charlie_ Sr.Novaes?
O homem me olha já com olhar de cobiça.
Homem _ Não boneca, mas para você mudo até de sobrenome.
Dá um riso baixo passando a língua pelos lábios. Eu peço desculpas e vou saindo e trombo em alguém às minhas costas. A pessoa segura meu cotovelo.
Perdão
Eu me viro e dou de cara com o homem do avião.
Homem_ Então, eu te encontrei novamente!
Charlie_ Desculpe, estou procurando uma pessoa.
Eu tento me afastar mas ele ainda está segurando meu cotovelo.
Homem_ Você está hospedada aqui?
Charlie _ Sim, estou!
Homem _ Ótimo, tenho uma reunião agora, mas me diga o número do seu quarto que mais tarde quero convidá-la para um drink.
Charlie _Desculpe, mas tenho que ir, estou atrasada!
Me solto dele e corro ao balcão de recepção e peço a recepcionista chamar o Sr Novaes.
Ela chama e logo ouço uma voz nas minhas costas.
Tom_ Onde está a pessoa que eu preciso encontrar?
Está aqui SR.Novaes, ela aponta pra mim, fecho os olhos e respiro fundo quando reconheço aquela voz.
Me viro e ele está tão chocado quanto eu.
Tom_ Quem diabos é você?
Charlie_ Sou Charlie Morgan.
Tom_ O que? Que tipo de brincadeira é essa?
Charlie_ Não existe brincadeira alguma! Sou Charlie Morgan a nova diretora financeira de sua empresa!
Ele fecha os olhos e passa as mãos pelo cabelo, aproveito para olhar bem para ele .Se ele já era lindo vestido de bad boy, agora de terno estava maravilhoso.
Ele se recupera e segura no meu cotovelo novamente.
Tom _ Vamos ou iremos nos atrasar. E os japoneses abominam atrasos! Depois resolvemos essa confusão.
Saímos do hotel e entramos em um táxi. Ele se senta ao meu lado e respira fundo mais uma vez.
Charlie _ A que confusão o senhor se refere?
Tom_ Eu contratei um homem para ser meu diretor financeiro.
Charlie_ Não! O senhor contratou um profissional qualificado! O gênero não importa muito, não é mesmo?
Tom _ Droga! Deixa pra lá! Eu só pensei que Charlie fosse um homem.
Charlie _ O senhor se enganou.
Tom_ Obviamente.
Charlie _ O senhor não quer aproveitar o tempo e me passar as informações sobre o negócio que vamos realizar?
Tom_ Sim. É melhor!
Ele tira um contrato da pasta para que eu leia. Tento me concentrar na leitura, mas o homem não tira os olhos de mim.
Charlie _ Pode por favor não me olhar assim? Tenho pouco tempo para olhar esse contrato.
Falo isso sem desviar meus olhos dos papéis à minha frente. Ouço sua risada baixa e aquilo me sobe um arrepio na pele. Impressionante como esse homem me afeta!
Mas ele faz o que eu pedi e se vira para a janela. Tenho leitura dinâmica, mas finjo ainda estar lendo até chegarmos ao destino.
Ele desce do carro e estende a mão para mim. Eu seguro e novamente sinto um arrepio na pele e um formigamento nas mãos.
Olho para ele que também parece ter sido atingido pelo nosso contato.
Tom _ Ah, Isso não vai dar certo!
Charlie _ O que disse?
Tom_ Nada, depois conversamos.
Nós entramos na empresa e depois dos cumprimentos começamos a reunião. Vou traduzindo palavra por palavra o que é dito na reunião. Analiso o contrato escrito em japonês e encontro uma discrepância no contrato que foi redigido em inglês.
Alerto ele sobre o problema é ele consegue resolver a questão sem ofender os clientes.
Depois de tudo resolvido terminamos a reunião e os clientes nos convidam para almoçar.
Tom _ Podemos recusar o convite sem parecer grosseiro? Eu prefiro almoçar só com você.
Ele me diz baixinho e eu me arrepio novamente.
Charlie _Os japoneses são muito formais, melhor aceitarmos o convite.
Um executivo ao meu lado entendeu perfeitamente o que eu falei e sorriu para mim, dizendo em japonês que todos entenderiam se nós recusarmos o convite. Eu disse a ele que gostaria de almoçar com eles.
Ele abriu um sorriso enorme me olhando com malícia. Droga não quis almoçar sozinha com um e arrumei um problema com o outro.
Sr. Novaes percebeu e segurou no meu braço e seguimos os outros para fora da sala de reunião.
Tom_ O que aquele cara falou com você?
Charlie _ Só estava agradecendo por termos aceitado o convite para o almoço.
Tom _ Não gostei do jeito dele!
Charlie _ Não se preocupe! Sei me cuidar.
Durante o almoço foi um tormento, de um lado ele, que me deixou completamente consciente de sua presença, e do outro o executivo japonês que resolveu ficar no meu pé.
Pedi licença e fui ao banheiro respirar um pouco sem tanta tensão.
Na saída do banheiro o homem estava à minha espera.
Gostaria de lhe dar o meu cartão, pode me ligar para tomarmos um drink.
Aceitei o cartão por cortesia, mas resolvi cortar de vez.
Charlie _ Não terei tempo para o drink, me desculpe.
Tentei sair mas ele barrou meu caminho.
Então resolvi falar uma mentira para que ele me deixasse em paz.
Charlie _ O senhor entendeu errado. O senhor Novaes é meu namorado, mas estávamos brigados por isso não queria almoçar com ele sozinha, mas a raiva já passou e preciso ir ao seu encontro.
Tom_ Já estou aqui querida!
Eu não o tinha visto e estávamos conversando em inglês, então ele entendeu cada palavra do que eu disse. Fiquei vermelha na hora, ele segurou na minha cintura e me levou de volta à mesa para
as despedidas.
Saímos do restaurante e entramos no táxi de volta ao hotel. Eu estava sem coragem de olhar para ele. Quando reuni coragem, olhei para ele que estava com um sorriso enorme no rosto.
Charlie _Desculpe Sr Novaes, eu inventei aquela mentira para evitar o assédio.
Tom _Eu percebi! Porque acha que eu o segui até o banheiro? Notei o quanto estava desconfortável à mesa.
Mal sabia ele, que meu desconforto maior era ele, e como sua presença me afeta.
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Atualizado até capítulo 114
Comments
Marcia Santos
será que a mãe dele vai achar que são filhos dele, acho que ela vai ficar desconfiada sim
2025-02-19
1
Rita de cassia Batista da silva
Tenho certeza que vovó vai identificar seus netinhos!!
2025-01-12
3
Maria Carmelita Albuquerque
Espero que quando eles se reconhecerem não tenham ficado mágoas entre eles.
2025-02-05
1