CAP 7

Estou no parque com as crianças quando meu celular toca e é um número que não conheço, mas é local, então atendo. 

📱 Alô?

📱Alô,  posso falar com o Sr. Charlie. 

📱É a Charlie que está falando. 

📱Desculpe querida, achei que fosse homem.

📱 Meu nome é Charlotte, mas todos me chamam de Charlie. 

📱Isso vai ser divertido kkkk

📱Não entendi. 

📱Eu sou secretária do Sr Novaes e ele tem uma reunião de emergência no Japão e precisa da senhora com ele. Já fiz as reservas e o vôo sai hoje às seis, tudo bem para a senhora acompanhá-lo?

📱Tudo bem. Eu posso sim. 

📱Vou mandar tudo para o seu celular 

📱Ok 

Desligo o celular e falo com as crianças que terei que viajar para o Japão. 

Mãe você pode trazer para mim aquele jogo que eu quero muito, que eu te mostrei?

Eu trago, mas vocês dois se comportem. Não deixe a tia de vocês de cabelos brancos. 

Mãe eu não tenho nenhuma boneca japonesa, você pode trazer para mim?

Trago sim, meu amor  e eu não esqueci da promessa que eu fiz para vocês!

Do cachorro?

Sim, quando eu chegar de viagem nós vamos adotar um cachorro. 

Então volta logo, mãezinha. 

Vai ficar com saudades de mim ou é pelo cachorro?

Não pode ser as duas coisas?

Me despeço dos três e vou arrumar a mala novamente. Mal desarrumei e já tenho que fazer de novo. Eu espero que isso não vire rotina, não quero mais deixar meus filhos. Na outra empresa eu vivia para cima e para baixo, por isso me demiti.

Chego em casa e faço alguns pratos congelados para deixar para eles comerem. Eles gostam de ficar com a Ju, mas reclamam sempre da comida dela.

Tomo um banho e me troco, coloco um terninho com saia, os japoneses preferem mulheres mais femininas. Meu salto, Louis  Vuitton, não abro mão, sou apaixonada por sapatos!

E vou para o aeroporto de táxi, preciso providenciar um carro para mim. 

A casa comprei e escolhi os móveis e decoração on-line e a decoradora fez tudo conforme eu pedi. Só falta o carro e escola para as crianças que a Julia já está se candidatando a vagas para trabalhar por perto. 

Cheguei no aeroporto com tempo, retiro minha passagem e fico por perto para ver se encontro o CEO da empresa.

Não o vejo! Também não o conheço! Então olho para todo senhor de terno que passa.

Estou distraída, quando um homem chega afobado no balcão da companhia aérea e pede para retirar uma passagem para o Japão, eu o olho curiosa, mas ele é jovem e alto e está de calça jeans e jaqueta de couro, certamente não é o CEO da companhia, mas é um homem lindo e cheiroso, consigo sentir seu cheiro daqui de onde estou sentada.

Nunca fui de paquerar, mas aquele homem me dá uma vontade de paquerar!

Eu deveria ter prestado atenção na Júlia, quando ela flerta com alguém.

Ele se curva para assinar no balcão e eu dou uma secada naquele traseiro. 

DEUS! Nunca fui de secar homem, o que será que me deu? Eu até tentei namorar um pouco depois que os gêmeos nasceram, mas vi que isso não é para mim. Os homens ou são uns completos safados ou se sentem intimidados por mim. 

Não tenho culpa de ter um QI acima da média, mas não vou me diminuir para que um homem se sinta confortável comigo!

Ele sai do balcão e eu abaixo minha cabeça para que ele não perceba que eu estava olhando, ele se senta ao meu lado e olha as minhas pernas.

Estou acostumada a esse tipo de coisa, mas vindo dele eu começo a ficar com calor. Seu olhar me esquenta! Ele sobe o olhar até meu rosto e me encara.

Eu não o olho, mas sinto meu rosto ficar vermelho. Sinto ele inalar forte.Eu quero muito ver seu rosto, mas não tenho coragem de olhar. 

Ouço a chamada para o vôo e levanto com pressa. Ele continua sentado encarando minhas costas. Eu me afasto em direção ao portão de embarque e mais sinto do que vejo, quando ele vem atrás. 

Eu atravesso o corredor depressa e subo as escadas para o avião. 

Procuro meu lugar e me acomodo. Vejo quando ele entra e eu olho seu rosto. Meu coração dispara. Ele é lindo!

Ele me olha e eu abaixo minha cabeça constrangida, será que ele percebeu que eu estou olhando para ele?

Ele se senta do outro lado do corredor. E não tira os olhos de mim. 

Aí, meu Deus, essas treze horas de vôo vão ser longas!

O avião decola e daí a pouco vem a comissária de bordo oferecendo bebidas, e ela só falta sentar no colo dele. Oferecida!

Não sei o que eu tô reclamando dela se eu também tô babando no homem!

Eu pego uma água e tomo pra vê se apaga esse fogo.

Ela voltou com a bebida dele, reparei que ele nem olhou para ela, seus olhos não saíram de mim. 

Abro o livro que estou lendo em russo para aprimorar a língua. Tento me concentrar na leitura, mas está difícil. 

Uma senhora sentada ao lado dele lhe perguntou algo que eu não ouvi e ele responde a ela, mas não tira os olhos de mim. 

Eu ergo a cabeça e o encaro. Ele põe a mão no coração e sorri safado. Eu volto a minha leitura e tento ler de verdade, pois se eu olhar para ele de novo, vou retribuir aquele sorriso!

Que homem é esse? Nessas horas eu gostaria de ser mais aventureira. Talvez flertar um pouco durante o vôo, chamar para um drink, não vejo nada de mal nisso, as mulheres têm os mesmos direitos que os homens de tomar a frente, mas falar é fácil,  difícil é fazer!

Eu suspiro fundo e olho novamente em sua direção. Ele está me olhando sério agora. Eu sustento seu olhar. Ficamos assim por alguns minutos que me pareceu horas.

A comissária vem novamente e se interpõe entre nós. Ela puxa papo com ele. E eu resolvo ficar quieta e tentar dormir, pego minha máscara de dormir e coloco, reclino o assento e tento dormir que eu ganho mais. Amanhã tenho que trabalhar com o chefão. Melhor estar descansada.

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