Sibele sentiu um misto de decepção e frustração ao perceber a tentativa de Natan de se aproximar dela de maneira mais íntima. As lembranças do passado inundaram sua mente, lembrando-a de um momento, muito antes do caos se instalar na Terra, em que eles compartilharam algo mais. Um tempo em que seu coração batia por ele. Ela se lembrou dos sorrisos que sorriu pensando nele e as lágrimas que derramou por ele.
Ela se lembrou de como se sentia próxima de Natan, como confiava nele e como acreditava em um futuro juntos. No entanto, essas lembranças foram acompanhadas pela dor da traição e da desilusão, quando Natan escolheu outra pessoa em vez dela.
Sibele recuou, afastando-se dele, uma mistura de emoções cruzando seu rosto.
- Natan, você realmente acha apropriado agir assim? - sua voz tremia ligeiramente, mostrando a intensidade de suas emoções reprimidas. - Você sabe muito bem o que aconteceu entre nós no passado. Eu não posso simplesmente ignorar isso, especialmente quando você ainda está com outra pessoa. Quando você sempre escolheu outra.
Ela se afastou ainda mais, sentindo-se vulnerável e exposta pela tentativa de Natan de reviver sentimentos que ela tentou enterrar.
- Por favor, respeite o fato de que eu também tenho sentimentos, Natan. Eu não posso mais permitir que você brinque comigo desse jeito. - sua voz era firme agora, delineando suas fronteiras e exigindo respeito.
O olhar de Natan vacilou por um momento, sua expressão revelando uma mistura de surpresa e arrependimento.
- Sibele, eu... Eu não queria te magoar. Eu só pensei que talvez... - ele começou, mas suas palavras se perderam em meio ao desconforto que pairava entre eles.
Sibele respirou fundo, tentando manter a compostura diante da confusão que se instalara entre eles.
- Natan, você está em um relacionamento. E mesmo que nossos caminhos se cruzem de vez em quando, precisamos manter o respeito pelos sentimentos de todos envolvidos. Eu já te amei, e foi isso: um amor de via única, sem reprocidade. E não te culpo por isso, mas te culpo por ter me feito acreditar que talvez houvesse uma chance de ficarmos juntos. Eu me enganei.
Sibele sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto. Ele ainda mexia com ela, isso era inegável.
A lembrança da dor que ele lhe causara no passado pesava em seu coração, mas Sibele estava determinada a não permitir que ele brincasse com seus sentimentos novamente. Ela havia aprendido a lição da maneira mais difícil, e não estava disposta a repetir os mesmos erros.
Natan baixou os olhos, parecendo finalmente compreender a gravidade da situação.
- Sinto muito, Sibele. Eu não queria te causar mais dor.
Sibele assentiu, um misto de tristeza e alívio se misturando dentro dela. Ela sabia que havia tomado a decisão certa, mesmo que isso significasse enfrentar a dor da rejeição mais uma vez.
À medida que o silêncio pesava entre eles, Sibele decidiu seguir em frente, determinada a concentrar-se na liderança da equipe e no desafio iminente que se aproximava. Ela se afastou de Natan, deixando para trás as memórias dolorosas do passado e olhando para o futuro com renovada determinação.
Enquanto Sibele se afastava, Natan permanecia ali, encarando o vazio com uma expressão de remorso. As palavras dela ecoavam em sua mente, e ele se confrontava com as consequências de suas ações passadas.
O peso das memórias dolorosas do relacionamento anterior com Sibele se intensificava, misturando-se com a realidade do momento presente. Ele se perguntava se, em meio a suas próprias confusões, havia realmente considerado o impacto de suas ações sobre ela.
Natan sentiu a culpa pesar em seu peito, e ele finalmente percebeu a profundidade das cicatrizes que havia deixado em Sibele. Era uma lição difícil sobre as ramificações de suas escolhas e como elas reverberavam no presente.
Enquanto isso, Sibele reunia forças para enfrentar os desafios que estavam à sua frente. A dor do passado não a deteria, e ela estava determinada a liderar a equipe com integridade e coragem.
Enquanto Sibele observava os monitores e tentava ignorar a dor em seu coração e o sentimento de mágoa, um portal se abriu e dele saiu Damon.
- Precisamos conversar... - ele se interrompeu ao perceber a angústia e a dor nos olhos dela. - o que aconteceu? - perguntou, já a envolvendo em um abraço.
Sibele hesitou por um momento, absorvendo a presença reconfortante de Damon. Entre soluços, ela começou a compartilhar a complexidade de sua história com Natan, as lembranças dolorosas e a recente tentativa de Natan de reviver sentimentos do passado.
Damon ouviu atentamente, sua expressão refletindo compreensão e empatia. Ele segurou Sibele com firmeza, oferecendo apoio silencioso enquanto ela liberava as emoções reprimidas.
- Sinto muito que tenha que passar por isso, Si. - disse Damon suavemente quando ela terminou de falar. - Se quiser posso lançar um feitiço nele.
Sibele riu.
- Não precisa.
Sibele se afastou do abraço, olhando nos olhos de Damon com gratidão.
- Obrigada por estar aqui, Damon. Agora, vamos aos negócios?
Damon assentiu, respeitando o desejo de Sibele de manter o foco nas responsabilidades à frente.
- Estarei ao seu lado, sempre, maninha. Agora, os outros assuntos inconvenientes, recebi uma mensagem do Lúcifer, as coisas não estão boas no Inferno. Então, espero que não precisemos dele aqui por enquanto.
- Ótimo. O clã Lestrange está prestes a entrar em uma guerra interna depois do atentado, os lobos estão tendo problemas com liderança. É o quarto alfa em menos de duas mudanças de lua. Tirando você, nenhum feiticeiro, bruxo ou mago está disposto a fazer qualquer coisa que seja.
- Vamos dar um jeito. Agora, - disse ele estalando os dedos e fazendo aparecer coquetéis - vamos fazer o que podemos no momento, beber até não conseguir parar em pé. Tem uma grande chance do mundo acabar mesmo.
- Tem razão.
Damon e Sibele brindaram aos desafios que enfrentariam, sabendo que a união de suas habilidades era essencial para lidar com as ameaças iminentes. Enquanto o caos se desenrolava no mundo exterior, dentro da base, eles encontravam força na camaradagem e na determinação de proteger aqueles que dependiam deles.
Enquanto os copos se erguiam em um gesto de resiliência, Sibele sentiu a confiança renovada ao lado de Damon. Juntos, eles estavam prontos para enfrentar as adversidades que se aproximavam, liderando não apenas com magia e poder, mas também com coragem e sabedoria.
O futuro permanecia incerto, mas, por agora, eles compartilhavam um momento de alívio e companheirismo, fortalecendo os laços que os uniam em meio à tempestade que se desenhava no horizonte.
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Atualizado até capítulo 31
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