Maharani sorriu enquanto acenava para Andrew, que ainda estava deslumbrado, observando ao redor. Ele tentava alcançar sua irmã, que corria longe, deixando-o para trás. Com um jeito muito alegre e com Maharani sendo bastante ágil.
No entanto, o corpo de Andrew não conseguia se mover para perseguir Maharani, que já havia desaparecido de vista, trocando por um corpo estendido sem roupas em um armazém de palha de arroz.
A respiração de Andrew ficou suspensa ao ver o corpinho pequeno repleto de marcas de chicotadas e sangue escorrendo de suas feridas. Risadas de homens, que ele imaginava serem cerca de dez, preenchiam o armazém. Era como se estivessem zombando do sofrimento da garota que estava ali, agonizando.
Andrew chorava sem perceber, suas lágrimas escorriam sem que ele conseguisse segurá-las. Ainda mais quando um homem apareceu segurando uma serra extremamente afiada, com crueldade. O homem arrastou a lâmina pela perna da garota nua.
Um grito de dor saiu da boca da jovem, enquanto ela tentava correr para se livrar daqueles demônios disfarçados de humanos. Andrew caiu, incapaz de suportar a visão daquele horror.
"Astagfirullah!"
Andrew acordou de seu pesadelo que parecia tão real. Era tudo apenas um sonho. Mas Andrew sentia suas bochechas molhadas com lágrimas.
"Talvez eu tenha sonhado assim por causa do evento aterrorizante de ontem à noite," murmurou Andrew, tentando se acalmar.
O dia já estava claro, pois ele estava realmente muito cansado e havia dormido até o sol estar alto. Andrew queria sair do quarto, mas estranhou ao perceber que o chão estava molhado.
"Como assim não choveu muito a noite passada? Será que a casa do pai vazou?" estranhou Andrew.
Na verdade, havia apenas chuviscos, e mesmo que tivesse vazado, não poderia ter entrado tanta água assim. Além disso, o cheiro não era de água da chuva, mas sim um odor forte e misturado com cheiro de jasmim.
"Talvez tenha sido quando voltei ontem à noite," pensou Andrew, sem se importar muito.
Na cozinha, Laras estava cozinhando para seu filho que acabara de chegar, pois Laras nunca fez diferença, mesmo Andrew não sendo seu filho biológico.
"Mãe, o que você está cozinhando?" perguntou Andrew, aproximando-se dela.
"Frango ensopado, o seu favorito. Vá lavar o rosto," disse Laras.
"Não preciso, eu já sou bonito assim, mãe," Andrew brincou, enquanto beliscava um pedaço de tofu frito.
Laras apenas sorriu ao ouvir as palavras de seu filho. Eles tinham uma empregada, mas Laras preferia cozinhar para Andrew, que realmente adorava a comida dela, que ele achava muito especial.
"Por que você está tão triste, mãe?" Andrew percebeu que Laras parecia deprimida.
"Se apenas sua irmã estivesse aqui, ela estaria tão feliz agora," disse Laras, olhando pela janela da cozinha que estava aberta.
"Ela não disse nada, mãe, na última vez que saiu?" Andrew perguntou suavemente.
"Não! Ela apenas disse que ia orar e depois continuar estudando," recordou Laras.
Andrew pensou sobre a ausência de sua irmã. Era realmente estranho, pois até a polícia não conseguiu encontrar Maharani, viva ou morta. Eles acabaram arquivando o caso após três meses sem notícias.
Agora já fazia um ano desde o desaparecimento de Maharani, deixando uma dor no coração de Laras. Se ao menos seu terceiro olho ainda estivesse aberto, talvez ela pudesse perceber eventos estranhos como antes.
Contudo, Laras não conseguia mais ver o sobrenatural, pois seu terceiro olho tinha sido fechado por Ali, seu segundo marido. Laras sequer conseguia sentir a presença de seres espirituais.
"Vou entrar no quarto da Rani, talvez haja alguma pista lá," despediu-se Andrew.
Laras queria falar, mas Andrew já havia ido. O jovem chegou à porta do quarto de Maharani, que era rosa. Andrew tentou abrir a porta, mas estava trancada.
"Quem tem a chave do quarto da Maharani?" Andrew perguntou à empregada chamada Marni.
"É o senhor, Den," respondeu Marni.
"Oh, o pai que tem a chave. Por que o quarto da minha irmã está trancado?" perguntou Andrew, intrigado.
Imediatamente, o jovem correu em busca de seu pai, que estava ocupado olhando os sacos de arroz que entravam no armazém. A plantação de Adi era tão vasta que ele se tornou o homem mais rico da aldeia. Suas pilhas de arroz no armazém estavam sempre cheias.
"E aí Andrew! Sini, seu pai vai te mostrar uma vista linda." Chamou Adi animado.
Como não era possível recusar o convite do pai, Andrew teve que desistir de seu plano de pedir a chave do quarto de Maharani. Depois eu peço, pensou Andrew.
Não era apenas arroz que o juragan Adi possuía, ele também tinha um pomar de palmeiras que se estendia por vários hectares. Quanto a dinheiro, ele nunca ficava sem.
"Você não precisa se sentir para baixo só porque foi demitido. Aqui mesmo já dá pra gente ficar rico." Disse Adi ao filho.
"É verdade, meu carro ainda não foi pego, né, pai?" Andrew lembrou do seu carro.
"É só você mandar o Mang Ujang." Respondeu Adi.
"Não quero! Não quero que ninguém toque no meu carro." Respondeu Andrew irritado.
Juragan Adi riu, pois já conhecia bem o temperamento do filho. Desde sempre Andrew não aceitava que suas coisas fossem tocadas por outra pessoa.
"Então mande me levar, e você leva seu carrinho querido." Disse o juragan Adi.
"Deixa pra mais tarde, eu quero pedir a chave do quarto da Rani." Andrew expressou seu desejo.
"Quarto da Rani? Pra quê, meu filho?" Juragan Adi olhou para o filho com um olhar sério.
"Eu me sinto mal vendo minha mãe, ela parece tão perdida sem Maharani." Disse Andrew em um sussurro.
Juragan Adi respirou fundo e se sentou em um montinho de terra, olhando para baixo enquanto chorava. Andrew ficou um pouco confuso com o choro repentino do pai.
"É realmente triste para sua mãe. Durante todo esse ano, ela continuou esperando pela volta de Maharani." Disse juragan Adi, parecendo muito triste.
"Não há nenhum sinal, pai? Será que Rani está viva ou morta?" Perguntou Andrew em voz baixa.
"Huhuhuhu... Não sei como está a situação da sua irmã." Juragan Adi respondeu com a voz embargada.
Andrew também sentiu um remorso por ter lembrado a dor do pai, era claro que seus dois pais estavam muito abalados com o desaparecimento de Maharani.
Uma variedade de emoções tumultuava a mente de Andrew enquanto ele pensava sobre o sumiço da irmã. Fazia sentido que sua mãe estivesse tão magra, preocupada demais com o desaparecimento da filha.
"Eu vou tentar encontrar a Maharani, é triste ver minha mãe assim." Andrew sentiu muita pena da mãe.
Embora naquele momento Andrew já estivesse crescido, quando Laras se tornou sua mãe, ele a aceitava sem qualquer rejeição. Além disso, Laras era muito gentil com ele.
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Atualizado até capítulo 83
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