Está na mesma

DIA SEGUINTE...

MIGUEL: Clarice, posso entrar?

CLARICE: Tô indo abrir (abro a porta) Olá, bom dia (sorrio)

MIGUEL: Bom dia Clarice (sorrio) Como está meu irmão?

CLARICE: Está na mesma

MIGUEL: Está cuidando bem dele né? (a encaro brincalhão)

CLARICE: Estou sim senhor, pode ficar tranquilo (sorrio)

MIGUEL: Esse doido, quase matou nos dois (sento na poltrona)

CLARICE: Como foi esse acidente? (sento na beira da cama)

MIGUEL: Bebemos um pouco demais em uma balada. Ele estava eufórico e corria muito. Perdeu o controle e capotamos

CLARICE: Por isso que dizem que álcool e volante não combinam

MIGUEL: Pois é... como você conheceu os pais dele?

CLARICE: Na entrevista de emprego

MIGUEL: Você é enfermeira a quanto tempo

CLARICE: Na verdade eu sou estudante de medicina

MIGUEL: Seu filho da mãe. Tem uma médica cuidando de você, sorte da porr@ (o encaro e ela ri)

CLARICE: (rindo) Eu só me candidatei porque precisava do salário pra continuar minha faculdade, e também meus pais ficaram desempregados, aí ferrou tudo

MIGUEL: Entendo, são só vocês?

CLARICE: E uma irmã mais nova, a Julia, estuda arquitetura e urbanismo

MIGUEL: Olha só, que família estudiosa (sorrio)

CLARICE: E você, porque o chama de irmão?

MIGUEL: Fomos criados assim, minha mãe foi sua babá e ama. Eu e ele nascemos no mesmo dia, mas eu, era pra nascer só no mês seguinte. Só que um acidente que matou meu pai apressou meu nascimento. Minha mãe conheceu os LeBlanc na clínica e desde então cuidou do Guilherme e de mim juntos.

CLARICE: E a mãe dele?

MIGUEL: Ela é um pouco difícil, o relacionamento deles nunca foi fácil

CALRICE: Mas tenho certeza que ela o ama do jeitinho dela

MIGUEL: Sim, com certeza (a olho minuciosamente, minha tentativa é encontrar a maldade nela, mas ela é bem misteriosa)

JOANA: Olá... vim trazer um suco pra aquecer pro almoço

CLARICE: Hum, que delícia, muito obrigada dona Joana (sorrio)

JOANA: Como está meu menino?

CLARICE: Na mesma, mas logo ele estará de pé sorrindo pra vocês (o olho com ternura)

JOANA: Eu creio (olho pro Miguel que me olha e torce o nariz) Eu vou concluir o almoço

MIGUEL: E eu vou revisar uns documentos

CLARICE: Não trabalhe muito, você ainda está se recuperando

MIGUEL: Pode deixar doutora (bato continência e saio com minha mãe)

CLARICE: Você tem sorte de ter eles, vejo que eles te amam de verdade. Acho que seus pais também, mas eles são... hum... como posso dizer... mais fechados? É deve ser isso 'mais fechados' (dou de ombros) E olha só, somos casados (rindo) Imagina eu casada com um gatão como você, a vida é irônica né? (pego o celular e fico mechendo até o almoço)

NA SALA...

JOANA: Então filho?

MIGUEL: Não sei mãe, pela primeira vez desde que me tornei advogado estou em dúvida com o caráter de uma pessoa. Se ela tivesse chegado aqui através de qualquer pessoa eu diria que ela é um anjo, mas o fato dela ser ligada aos pais do Guilherme me deixa encabulado

JOANA: Talvez ela só os tenha conhecido na entrevista mesmo

MIGUEL: Aqueles dois não jogariam qualquer pessoa aqui mãe

JOANA: De fato eles são desconfiados pra tudo

MIGUEL: E a senhora não viu a doçura da Letícia com ela, a amizade, o ajeitado? Sei não, aí tem coisa

JOANA: Bom, seja o que for protegeremos nosso Guilherme, agora vou cuidar no almoço. Trabalhe pouco

MIGUEL: Sim senhora (sorrio)

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