Capítulo 10.

— Alina: Eu não estou comparecendo às aulas, mas estou fazendo trabalho para compensar a nota.

— Yolanda: Entendi.

Eles ficaram conversando e comendo, mas Alina não tirava o assunto da mulher da cabeça. Eles ficaram até a hora do almoço. Após o almoço, eles foram embora às 13 horas. Martin mamou e dormiu. Cristian e Alina estavam no quarto, deitados na cama. Alina já não se aguentava mais de curiosidade e perguntou:

— Alina: Cristian, quando eu estava voltando para a piscina, ouvi você e sua mãe discutindo por causa de uma mulher. Quem é essa mulher?

No primeiro instante, Cristian olhou para ela e ficou surpreso, mas ficou em silêncio. Ela esperou alguns minutos, mas ele não falou nada. Era lógico que ele não queria falar sobre o assunto.

— Alina: Você não vai falar nada?

Cristian ficou chateado.

— Cristian: Alina, esse assunto não te interessa.

Alina se sentiu um pouco mal com a resposta dele, como se não devesse ter perguntado.

— Alina: Desculpa, Cristian, você tem razão. Esse assunto não me interessa. Nem sei por que perguntei mesmo.

Cristian ficou apenas em silêncio.

— Cristian: Alina, desculpa, eu não queria ser grosso com você.

— Alina: Tudo bem, eu que não deveria ter perguntado. Esse assunto não é da minha conta.

— Cristian: Alina, o nome da mulher, Verônica Hernandez, é minha ex-namorada.

Alina ficou um pouco incomodada. A primeira coisa que ele fala sobre a vida dele é sobre uma ex-namorada.

— Alina: Pelo visto, ela é muito importante para você. Olha do jeito que você ficou todo nervosinho.

— Cristian: Alina, não é tão simples assim como você pensa.

— Alina: Ah, não, Cristian. Pelo visto, você ainda gosta dela.

— Cristian: Eu não gosto.

— Alina: Olha, seu jeito, Cristian, tá parecendo um adolescente quando outra pessoa fala na pessoa que você gosta.

— Cristian: Você tá confundindo as coisas.

— Alina: Eu não estou confundindo nada. Seu jeito diz tudo.

— Cristian: Pelo amor de Deus, Alina, dá para parar de falar nessa mulher? Eu já cansei de ouvir falar dela na sua casa.

— Alina: Eu não te entendo, sabia, Cristian?

— Cristian: O que você quer, Alina? Eu não gosto de falar o nome dessa mulher.

— Alina: Você me confunde, sabia? Tem hora que fala dela como se gostasse e outra hora como se odiasse.

— Cristian: Eu odeio com todo o meu coração.

— Alina: Sabia? A gente só consegue odiar muito quem você já amou demais.

— Cristian: Eu cometi um erro ao me apaixonar por alguém que não me amava, que a única coisa que queria era uma posição social, dinheiro, uma mulher que não media esforços para conseguir o que quer.

— Alina: Do que você está falando?

O Cristian inspirou fundo.

— Cristian: Eu namorei com a Verônica por mais ou menos seis meses e logo a gente foi morar juntos. No começo foi maravilhoso, mas depois de um ano ela engravidou. É claro que eu fiquei feliz, mas a minha felicidade durou mais ou menos dois meses. A Verônica falou que não queria o filho, então ela abortou o bebê. Eu não pude fazer nada, quando fui atrás dela na clínica, ela já tinha feito. Desde então, nunca mais a vi na minha vida.

Alina não sabia o que pensar direito e muito menos o que falar, mas agora eu entendia o porquê ele obrigou ter o filho, eles ficaram se olhando sem falar nada.

— Alina: Então o Martin não é o seu primeiro filho.

— Cristian: Se a Verônica não tivesse interrompido a gravidez, ele não seria.

— Alina: E quantos anos o seu filho teria hoje?

— Cristian: Seis anos.

— Alina: Eu sinto muito.

— Cristian: Isso já se passou há seis anos atrás.

— Alina: Mas ainda mexe com você.

— Cristian: Alina, querendo ou não, eu vou sempre me lembrar disso.

A Alina não falou mais nada pelo resto da tarde. O clima entre eles ficou um pouco estranho. Pela manhã, os pais da Alina chegaram cedo, pegando-a de surpresa.

— Alina: Mamãe, papai, o que vocês estão fazendo aqui?

— Ethan: Eu achei que seria mais bem recebido.

— Renata: Eu também achei.

— Alina: Desculpa, mas é que vocês não avisaram que vinham. Vamos sentando.

Eles se sentaram no sofá.

— Ethan: Nós quisemos fazer uma surpresa para você.

— Renata: E também, como falta poucos dias para o contrato acabar, nós resolvemos ir embora juntos.

Alina ficou surpresa e não falou nada. Cristian ia entrando em casa, mas ele ouviu eles conversando e ficou na porta.

— Ethan: Alina, você vai voltar para Nova York com a gente. Cometi um erro, nunca deveria ter deixado esse casamento acontecer. Você era uma menina de 19 anos com um homem de quase 30 anos, só ia dar nisso mesmo.

— Alina: Em que pai?

— Ethan: Alina você deveria estar estudando, trabalhando e aproveitando a vida, em vez de estar casada com um homem de 30 anos e cuidando de um bebê.

Cristian foi para o jardim.

— Alina: Que pena, o senhor não pensou nisso quando resolveu me casar com o Cristian. Claro, o dinheiro falou mais alto. Se eu estivesse fazendo tudo isso que o senhor falou, isso tudo é culpa sua.

— Ethan: A culpa é sua por engravidar com a minha, se você não tivesse engravidado.

— Renata: Ethan, para. Alina está certa, a culpa disso tudo é sua. Se você não tivesse inventado esse casamento, a gente nunca teria acontecido. Então, cala a boca.

O clima ficou um pouco tenso e Cristian entrou na sala. Ele cumprimentou todos e subiu para o quarto. Após o banho, ele ficou um pouco com Martin e Alina entrou no quarto.

— Alina: Ele já acordou.

— Cristian: Sim, e também já usou a última fralda. Temos que comprar mais.

— Alina: Dessa forma, você vai falir.

— Cristian: O dinheiro só está dando para comprar fraldas.

— Alina: E algumas roupinhas dele estão ficando pequenas.

— Cristian: Depois você separa e pode doar para alguém que precise.

— Alina: Ok, Cristian, aconteceu alguma coisa?

— Cristian: Não, Alina, está tudo bem.

— Alina: Cristian, você pode ir comprar as fraldas do neném, que daqui a pouco ele vai precisar.

— Cristian: Ok.

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