CAPÍTULO 8

— Hahaha.... Eu escuto ele rindo enquanto fecho a porta, mas antes ele grita

— Marcela, amanhã às seis da manhã tá bom e vem com uma roupa de academia e traz outra de reserva para ir para a empresa…vou correr amanhã no parque e você vai comigo.

Abro a porta na mesma velocidade que ia fechando, olho para ele e não acredito no que disse.

— No parque... Pergunto incrédula.

— Sim, preciso ficar mais a sua altura.. Filho da puta fala com cara sínica e me enchendo o saco.

É isso que ele quer, me vencer, jogar na minha cara o quanto sou gorda, eu sou gorda, sou grande, mas não sou doente, ele vai mesmo jogar esse jogo e eu vou mostrar para ele como se dança.

— Amanhã às seis estarei aqui, tenha um bom jantar senhor.

Fecho a porta e vou para casa, estou cansada, com fome e ainda tenho que levantar cedo, chego e a casa está em completa escuridão e silêncio.

— Graças a Deus!

Falo constatando que Soraya não está aqui, vou para meu quarto e tomo um bom banho, os meus pés estão doloridos, faço uma massagem com a água quente do chuveiro.

— Bem melhor!

Saio do banheiro e vou para meu quarto, como estou sozinha vou usar uma camisola, vou para cozinha e preparo um sanduíche de peito de peru, tomates, alface e queijo, tinha suco que havia feito na noite anterior, Soraya não deve nem ter comido aqui, depois que como limpo tudo, por que ela não vem na cozinha nem para comer imagina limpar, aliás, ela nunca se atreveu a limpar nada nessa casa até o quarto dela sou eu quem limpo.

Assim que terminar de pagar a faculdade vou buscar um lugar só para mim, claro se eu não matar o meu patrão, ou se ele não me matar amanhã.

Com esse pensamento vou para cama, assistir uma série até o sono vir com força.

Mas nem me empolguei muito com o tema e a porta do meu quarto é aberta e ela entra.

Tomo banho e deito na cama, logo alguém bate na porta.

— Amiga já chegou... Ela fala vindo na direção da minha cama e pula se deitando.

— Sim, e estou cansada, estava somente esperando o sono vir com mais força.

— Você já jantou..

— Sim, comi um sanduíche, tem mais lá na geladeira.

— Sanduíche natural ou sanduíche comprado, pensei em pedir uma pizza mais estou sem grana.

Ela fala.

— Pede só para você eu não vou comer.

— Você, rejeitando pizza...

Ela me olha com os olhos esbugalhados e eu reviro os meus olhos.

— Sim Soraya, não vou comer pizza o sanduíche me satisfez, se quer dinheiro emprestado eu te empresto, mais não foi só isso, fala o que você quer?

Falo sem paciência, eu juro que não sei o que ela faz com o dinheiro que recebe, ela ganha muito e eu um salário e ainda não recebi, mas o dela acaba no primeiro dia.

— Nossa você está nervosa demais, sabia que isso pode ser algo do coração, cuidado deve praticar mais exercícios...

— Ok Sol, vou pegar o dinheiro e você pode ir, preciso dormir amanhã trabalho cedo.

Falo já sem paciência, mas ela me segura antes de levantar.

— Esquece o dinheiro, não como pizza mesmo, deixa eu te perguntar seu patrão é mesmo aquele gato das revistas. Igor Cooper.

— Sim... é o mesmo idiota das revistas...

Falo sem pensar, mas ele é mesmo idiota.

— Assim será que você não me apresentaria ele. Por favozinho....

— Não sei se posso Soraya.

— Ai credo... Você é má...

— Eu não sou mais, se um dia surgir uma oportunidade quem sabe, posso te apresentar para ele, agora chegar lá e falar olha Cooper essa é minha amiga e queria te conhecer eu não posso, preciso desse emprego e você sabe que minha mãe não me ajuda a pagar a faculdade... Agora me deixa dormir tenho que levantar cedo amanhã.

— Credo ta chata heimm. O quê que custa, talvez se ajudasse a entra em algum evento você me apresenta, alguma coisa do tipo. Não te custa nada.

Ela fala se levantando da cama e bufando abre a porta e sai.

Eu estou tão cansada que nem vou brigar, desligo a televisão , vou ao banheiro escovo meus dentes , voltando para cama viro para o canto e durmo.

Cooper está sugando meu sangue, sinto ele esvaindo de minhas veias...

Credo acho que fui muito dramática, mas é a realidade, estou tão cansada e com sono que durmo igual uma pedra.

Me levanto só com o despertador do meu celular,olho e são cinco horas da manhã, antes de chegar na casa dele vou tomar um bom café da manhã e fazer uns aquecimentos antes, não vou correr o rico de me machucar.

Tomo um banho e visto minha roupa de academia, ah eu vou para academia viu, só não fico muito, acho tão chato as pessoas que vão para academia julgar as gordinhas que chegam precisando de ajuda, eu desânimo e nunca terminei uma, vejo aquelas mulheres saradas, com barriga chapada me olhando, me julgando que desisto, com vocês são assim.

Pego minha bolsa, tomo um café um pouco mais reforçado e saio para minha sesessãoortura, será que posso processar o meu patrão por exploração, talvez atividade não remunerada, ou sei lá.

Já que não tem jeito, pego o meu carro as cinco e meia hoje vou chegar mais cedo quero ver ele reclamar.

Chego na guarita e o guarda me olha.

— Não é Marcela né.

— Não senhor, Marjore e bom dia.

— Bom dia senhorita, me desculpa por ontem, eu estava seguindo ordens.

— Tudo bem senhor, eu entendo que vocês não tiveram culpa, somente aquele que disse meu nome errado.

Ele abre os portões e entro para começar meu dia, já estava amanhecendo,vamos ver o que esse dia que parece que vai ser lindo me reserva.

Senhor tende piedade de mim, faça com que o Cooper não peque pesado, preciso andar amanhã e pior tenho que ir para a faculdade.

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