Robert, Dominic pronunciou com iminente indiferença.
Enquanto observa seu avô desfrutando de uma xícara de chá e alguns aperitivos com sua secretária, ou talvez fosse mais apropriado chamá-la de "noiva". As rugas de raiva eram visíveis entre as sobrancelhas de Dominic.
- Estava apreciando a companhia de Isis, minha filha, Robert falou ao se levantar, enquanto Isadora assentiu com um gesto de cabeça.
Ambos entraram na sala, e antes que Dominic fechasse a porta por completo, ele falou com um tom arrogante para Isadora trazer um café para ele. O comando cortante de Dominic reverberou na sala, criando uma tensão palpável no ambiente.
Isadora ergueu seu rosto e, com uma voz suave, respondeu: "Sim, senhor". No entanto, ela não pôde deixar de se perguntar como alguém tão autoritário e gutural poderia ter um avô tão terno e carinhoso como o Sr. Robert. Era como se estivessem em lados opostos de um espectro emocional.
Enquanto Dominic era o seu tormento, o Sr. Robert era seu protetor. Ela sabia que, se não fosse pelo carinho e consideração que o Sr. Robert tinha por seus pais, ela teria sucumbido há muito tempo. Era uma complexa dualidade de sentimentos e relações que permeava a vida de Isadora.
Isadora se levantou com uma graciosidade tranquila, determinada a cumprir a ordem de Dominic. Ela se dirigiu à pequena copa adjacente, onde a luz tênue criava uma atmosfera aconchegante.
Pegando uma xícara e uma colher, Isadora decidiu improvisar, acrescentando um pouco de água ao café velho e já coado que encontrou. A mistura era uma tentativa de criar um café fresco, e ela sabia que não seria a perfeição, mas pelo menos seria uma resposta ao comando de Dominic.
Após o improviso, colocou a xícara no micro-ondas e observou enquanto as ondas de calor reviviam o café. Era uma cena que representava a peculiaridade de sua relação com Dominic, repleta de desafios e soluções criativas para lidar com o humor dele.
Isadora sentiu uma repulsa tão intensa por Dominic que, em um momento de adversidade, não resistiu à tentação de cuspir no café que estava preparando para ele. Era uma pequena revolta silenciosa que, de alguma forma, a ajudava a aliviar a tensão que ele despertava.
Em contraste, com uma gentileza e respeito que mereciam, ela preparou um chá fresquinho para o Sr. Robert. Ele era a única pessoa naquele local digna de sua verdadeira atenção e apreço.
Era a maneira de Isadora de mostrar gratidão por sua consideração e amor pelos seus pais, bem como a proteção que ele lhe oferecia naquela empresa tão desafiadora.
Isadora bateu suavemente na porta do escritório e ouviu um sonoro "entre," que soava meio impaciente por estar sendo interrompido. Ela entrou silenciosamente na sala e depositou as xícaras na frente dos dois homens que estavam presentes. "- Obrigado", o Sr. Robert falou com um grande sorriso nos lábios, e Isadora respondeu com um singelo sorriso silencioso.
No entanto, do outro lado da mesa, a irritação era visível no rosto de Dominic. Ele apenas olhou para a xícara de café com desdém e declarou que parecia estar fraco. "- Saia", Dominic ordenou a Isadora de forma áspera.
- Como você pode falar assim com sua futura esposa? Robert interveio em defesa da moça.
- Isso não diz respeito a você, Dominic respondeu com dureza.
Mas Robert, visivelmente furioso, não se conteve e soltou: - Você... Não ouse, seu filho ingrato. Não brinque com o seu mais velho.
- Ou o quê? - Dominic provocou, tomando outro gole do seu café, que, aliás, estava horrível.
Seu avô, do outro lado da mesa, parecia prestes a explodir a qualquer momento e, com irritação na voz, disparou: - Seu bastardo! Chega! Você acha que não reparei seus cabelos molhados? O que você fez?
Dominic respondeu com um sorriso cínico no rosto, e isso foi o bastante para seu avô atirar a xícara em sua direção. Dessa vez, Dominic não desviou. Seu avô costumava atirar coisas nele ou acertar sua canela com a bengala, mas era uma forma de saber até onde o neto era capaz de chegar.
- Seu bastardo! Você deveria ter desviado, - Robert falou enquanto observava o sangue escorrer da testa de seu neto.
- Você não parecia preocupado quando me acertou com a xícara, Dominic comentou e deu um suspiro. Embora não tivesse reclamado, a dor do impacto era suficiente para fazer uma pessoa comum derramar lágrimas.
- Isso não vai se repetir, mas você merece mais do que um corte na testa, seu avô respondeu impaciente.
- Não importa, Dominic replicou com desdém.
Robert, inicialmente contendo-se para não continuar tratando seu neto de forma áspera, logo considerou o fato irrelevante e mudou de assunto: - Você já falou com ela sobre o casamento?
- Achei que fosse ideia de vocês, Dominic retrucou, arqueando uma sobrancelha com uma expressão questionadora.
- Apresse-se e faça isso. Você sabe que, caso ela não aceite, uma pessoa arrogante que está nessa sala acabará na miséria, o Sr. Robert insistiu.
- Como você pode ser tão preocupado com isso? Parece que não nos conhece... Dominic riu é pensou que ela imploraria por um casamento com, logo o seu avô não precisava se preocupar com isso.
- Espero que essa proposta seja tratada até amanhã, seu avô lhe deu um ultimato e não escondeu o seu tom de preocupação.
- Claro, melhor o Sr. ir descansar, pois tenho muito trabalho a fazer, Dominic respondeu de maneira fria, ignorando seu avô enquanto mergulhava nos documentos sobre a mesa.
Robert levantou-se com uma sensação de tristeza, lamentando ter um neto tão ingrato. No entanto, alimentava a esperança de que tudo mudaria quando a adorável Isis se tornasse parte da família. Ele ansiava por sua companhia e, talvez, a chegada de bisnetos maravilhosos que pudessem preencher o vazio deixado por Dominic, um neto que parecia carecer de respeito pelos mais velhos.
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Atualizado até capítulo 86
Comments
corrinha
isso não se faz
2024-03-24
3
Socorro Silva
28/02/2024.comecei a ler.Espero que deixe saidades, ao término
2024-02-28
2
Elaine Bezerra
misericórdia
2023-11-27
1