Joguei o buquê de flores no chão, segurei meu vestido e depois corri o mais rápido que pude. Os saltos não me ajudavam o suficiente, então, desesperada, os tirei. Parei no meio do caminho, ofegante, quando ouvi uma série de tiros e o grito desesperado de minha mãe.
— Papai... — Senti um aperto doloroso no peito. Olhei para trás, minha mãe estava ajoelhada ao lado do corpo caído de meu pai. — Não... — Minhas pernas pareciam gelatinas enquanto eu corria de volta até eles.
Vi um homem, armado, com sua arma apontada para a cabeça de minha mãe. Ele atirou antes mesmo que eu me aproximasse, e o som do disparo rasgou o ar. O mundo pareceu congelar enquanto eu testemunhava a perda brutal de minha mãe, caída diante de meus olhos, sua vida ceifada por um ato de pura maldade.
O assassino me olhou, com um sorriso perverso dançando em seus lábios. Era um olhar que queimaria em minha memória para sempre. Eu estava sozinha, no meio do caos, com a brutalidade da realidade esmagando meu coração.
E não havia tempo para o luto, apenas para a minha sobrevivência. E foi com lágrimas nos olhos que levantei-me e comecei a correr, a dor rasgando meu peito a cada passo que eu dava, eu estava no limite da dor, mas sabia que precisava continuar, por mim e por aqueles que já não podiam me ajudar.
— Corra, Melinda, corra... — disse aquele homem, um completo estranho cuja face permanecia um mistério. — Peguem ela. — Ordenou, enquanto eu tentava desesperadamente acelerar o passo. Minha visão estava turva pelas lágrimas, mas a urgência impulsionava cada movimento.
Alguns homens em um carro se aproximaram rapidamente e me interceptaram enquanto eu corria naquela estrada, parando o seu veículo com um estrondo a minha frente, criando uma barreira intransponível entre eu e eles, sem dar me opções, então me virei na direção oposta e corri de volta, desesperada por uma rota de fuga.
Um deles me alcançou, agarrando-me pelos cabelos, uma sensação de dor aguda irradiou pelo meu couro cabeludo.
— Solte-me, seu maldito, infeliz! Assassino! — Minha voz estava impregnada de fúria e desespero. A raiva fervia em meu sangue enquanto eu lutava bravamente contra a captura brutal.
O homem me segurou com força e com sua expressão inexpressiva diante do meu desespero. eu sabia que estava à beira do abismo, e que cada segundo contava. por isso olhei em volta, buscando uma chance de escapar, uma pequena brecha que pudesse me libertar daquele pesadelo.
A adrenalina pulsava em minhas veias, e cada batida do coração parecia um grito de sobrevivência. Com uma força que eu nem sabia que possuía, me virei, mirando nos olhos vazios daquele homem que segurava meus cabelos.
E com um grito de determinação, consegui me soltar, minha pele ardia com a violência do movimento, eu corri como nunca antes, meus pés mal tocavam no chão, impulsionados puramente pela urgência de sobreviver.
Atrás de mim, ouvia os passos apressados de meus perseguidores. Cada som ecoava em meus ouvidos como uma sentença de morte iminente. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, misturando-se à chuva que começava a cair, criando um véu de desespero em minha visão.
Enquanto corria, pensei em minha mãe e em meu pai, cujas vidas foram brutalmente arrancadas de mim em questão de minutos, minha dor era insuportável, mas não podia me permitir ceder a ela, eu precisava continuar, precisava sobreviver.
À minha frente, divisava um pequeno bosque, era minha única oportunidade de escapar daquela perseguição implacável, e com uma última reserva de energia que me restava, forcei meu corpo a avançar naquela direção, buscando abrigo entre as árvores densas.
— Preciso continuar... preciso sobreviver... — falei ofegante.
— Você não vai escapar, querida. Está apenas prolongando o inevitável. — disseram eles atrás de mim.
— Eu não vou desistir e vocês não vão me pegar. — corri por entre os galhos que haviam ali, e que estavam caídos no meio do caminho, onde cada galho, arrancava um pedaço do meu vestido, mas eu não me importava, só queria fugir.
— Ela está indo para o bosque! Rápido, vamos atrás dela! — gritavam eles.
— Não vai adiantar, ela não tem para onde ir. — Gritava um outro enquanto corriam atrás de mim.
Eu adentrei no bosque, e os passos dos perseguidores ecoando atrás de mim, enquanto eu dizia para mim mesma em completo desespero:
— Preciso encontrar um esconderijo... um lugar onde possa me proteger. — sussurrei baixinho, com minhas lágrimas que queriam vir com tudo, ao pensar em meus pais.
Me escondi atrás de uma grande árvore, tentando recuperar meu fôlego.
— Eles estão vindo...— chorei baixinho, sentia que não tinha saída.
Os perseguidores se aproximam, procurando por mim. Escutei seus passos e suas vozes cada vez mais perto.
— Ela deve estar por aqui. Fiquem atentos. — disse um deles.
— Venha querida, não vamos machucar você, apareça, não estamos afim de brincar de pique esconde — outro comentou.
Tento controlar minha respiração, e meu coração batendo descompassado.
— Fique calma, Melinda. Você consegue. — Sussurrei no consciente.
Os perseguidores continuam a me procurar, eles estavam cada vez mais próximos de me descobrir, então fui saindo de vagar, caminhando para frente e sempre tendo o cuidado de olhar para trás, para ver se vinham, até que esbarrei em alguém a minha frente, o maldito que matou meus país. Aquele demônio estava diante de mim, neste minuto senti um tapa na minha face arder, ele pegou em meus cabelos e me encarando diz:
— Vamos, pois acredito que sua brincadeira acabou por hoje.
Tentei lutar contra ele, mas a desvantagem era evidente, a força dele era avassaladora, e logo me encontrava sendo jogada dentro do carro, um deles ligou o motor que roncou no mesmo instante e em frenesi, o carro saiu cantando pneus.
Dentro do veículo, a sensação de impotência era sufocante, pois eu sabia que estava à mercê deles por agora, mas não desistiria de fugir, por isso cada batida de meu coração era um lembrete da minha determinação de sobreviver.
Em uma certa distância, olhei para o lado de fora da janela, e o que vi me tirou o fôlego, pois nós estávamos cercados por abismos e várias pedras rochosas, o cenário era desolador, uma paisagem que parecia saída de um pesadelo.
A estrada à nossa frente parecia estreita e perigosa, como se fosse um desafio da própria natureza, e a cada curva, cada pedaço de asfalto irregular, era um teste de resistência e coragem.
O motor rugia, o som vibrando pela cabine do carro, enquanto a paisagem passava em uma mistura de velocidade e caos, eu sabia que o próximo momento seria crucial, e minha determinação era a única arma que me restava, e por isso eu estava disposta a usá-la até o último suspiro.
Em um ato de desespero e coragem, me joguei na cabine do motorista, agarrando o volante com força, neste minuto o veículo começou a ziguezaguear pela pista, enquanto meus perseguidores gritavam desesperados para que eu parasse.
A cada movimento, sentia a adrenalina correndo em minhas veias, a determinação de sobreviver pulsando em cada batida do coração, eu estava determinada a lutar até o último momento, se fosse preciso.
Finalmente, o carro perdeu o controle e o mundo ao meu redor se tornou um borrão de movimento e o som do veículo rolando violentamente pelas rochas, então, em um momento de pura vertigem, nos lançou em um abismo.
O impacto foi devastador e o silêncio que se seguiu foi ensurdecedor e tudo parecia uma visão distorcida, de um pesadelo surreal.
Minha visão estava turva, meus sentidos confusos, então tentei mover meu corpo, mas a dor era aguda e implacável, mas eu sentia a minha família comigo agora e não importava em que forma, porém a sensação de perda era avassaladora, e a escuridão começou a me envolver.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
preta
, Adrenalina total, que capítulo
2025-01-27
1
Luisa Nascimento
Que mulher forte!👏👏
2025-04-10
0
Maria Sena
Poxa, que triste, bem no dia do seu casamento, que a Melinda tenha forças pra superar e lutar junto noivo por vingança.
2024-11-15
0