Minha vida foi esculpida nas pedras do poder e da lealdade desde a infância, onde fui criado para liderar o império Montanari, aprendi cedo que a máfia não tolera hesitação. E meu pai, Don Ethan Montanari, um nome que ecoa em reverência e temor nos corredores da cidade, não me criou para ser complacente, onde fui forjado no fogo da competição e na frieza das decisões difíceis.
Meu casamento se aproxima, e até agora, eu e a minha prometida somos completamente estranhos, ligados apenas pelo fio de uma promessa selada em sangue, onde a tensão é palpável, como uma eletricidade no ar que anuncia um encontro que foi adiado por tempo demais.
E é no altar, que nossos olhos vão se encontrar pela primeira vez, e será um momento marcado pela gravidade de nossos sobrenomes e pelas expectativas que pesam sobre nossos ombros e isso não é uma união por escolha, mas uma obrigação que carregamos.
Eu sinto a incerteza pairando sobre mim, como uma sombra que se move silenciosamente ao meu redor. No entanto, também há uma chama de curiosidade, uma centelha de esperança de que, mesmo em meio às sombras, possamos encontrar um entendimento mútuo entre nós, ou não.
Enquanto nos aproximamos do dia que selará nosso destino, sei que a jornada será uma trilha árdua, repleta de desafios que exigirão minha determinação inabalável, mas também sei que, como a rocha que sustenta nosso império, há uma força nas raízes mais profundas que nos unem.
Não sou um homem que se deixa levar por encantos superficiais, ou por formas e contornos, pois valorizo a inteligência, a perspicácia, a habilidade de enxergar além das aparências e minha futura esposa é uma incógnita, uma mente que ainda não desvendei, e talvez, nesse casamento forçado, encontremos uma forma de compreender um ao outro em meio a esse mundo de sombras que nos envolve.
O amor e eu, somos estranhos. Meu coração foi forjado no gelo da razão, nas trincheiras da lógica e na estratégia, pois não busco a calorosa chama do romance, mas sim a solidez da parceria e a verdade é que, em meu mundo, não há espaço para o amor tal como as histórias o pintam.
Existe, no entanto, algo que carrego em meu íntimo, mesmo sem ter conhecido o amor. É o respeito pela instituição do casamento, pela aliança que transcende os desejos individuais, porque passei por diversas mulheres, mas foram meras passagens em meu caminho, peças temporárias em um jogo de poder e isso fez com que eu não me apegue a nenhuma delas, pois todas são recursos que utilizo e manípulo, quando e onde quero, porém um tempo depois elas perdem o seu valor e por isso a descarto.
Porque para mim o mais importante são os negócios que a família Montanari tem com a família Clarck, nós lhes devemos muito por sua ajuda e isso vai desde a morte do meu irmão gêmeo, Nathan, ele foi alvo de nossos inimigos, mas o bom é que tudo foi cobrado no tempo certo.
— Filho, você está bem… faz horas que está neste escritório e não comeu nada. — disse minha mãe, com expressão preocupada.
Eu hesitei por alguns segundos, imaginando o quanto ela sofreu quando meu irmão partiu dessa vida. Éramos tudo para ela, e ela sempre falava disso. Mas agora, sou a sua única preocupação diária.
— Não se preocupe, mãe. — digo me levantando da cadeira, e vou até ela.
— Coma algo, eu pedi para que Mila prepare algo para você. Não pode só se afundar no trabalho. — Ela alisou o meu rosto.
— Tudo bem mãe, peça para trazer e eu comerei.
— Ah querido… o seu pai saiu e disse para você ir até a boate resolver alguns assuntos com os russos.
— Papai… papai sempre me jogando nos abismos, odeio essa gente. Mas vou assim mesmo, não se preocupe.
Naquele momento, senti o peso da responsabilidade recair sobre os meus ombros. Minha mãe tinha razão, eu não podia me perder no trabalho e ignorar minha própria saúde. Enquanto ela se afastava para falar com Mila, tomei um momento para refletir sobre as palavras de meu pai. Sabia que lidar com os russos não seria tarefa fácil, mas era uma responsabilidade que eu não podia evitar.
Me recordei de um dia, na qual não entramos em consenso na mesma opinião, e por causa disso, tive que matar um deles dentro da casa noturna, vendo o seu sangue podre, molhar todo meu tapete caríssimo. Desde então, eles têm sido uma pedra no meu sapato.
E após um breve momento, Mila trouxe um prato com uma refeição reconfortante. Sentei-me à mesa e comecei a comer, permitindo-me um breve momento de pausa em meio ao caos que parecia cercar a minha vida e mais tarde, deixei a casa e dirigi até a boate.
O ambiente sombrio e pulsante parecia um mundo à parte. Encontrei-me com os contatos necessários para iniciar as negociações com os russos. Sabia que teria que mostrar determinação e firmeza para proteger os interesses da família.
Enquanto eu adentrava no local, o rosto do meu irmão gêmeo, Nathan, piscou em minha mente. Ele sempre foi melhor em lidar com situações como essa. Mas agora, era minha responsabilidade honrar sua memória e manter a família segura, custasse o que custasse. Era sempre assim, quando eu não queria ir às reuniões que me incomodavam, ele era especialista em vir no meu lugar, e se passar por mim.
À medida que as conversas com os russos avançavam, mergulhei nas intrigadas negociações e na complexa teia de relações entre as famílias. Onde era um mundo sombrio e perigoso, mas eu estava determinado a proteger o legado dos Montanari.
Os minutos se transformaram em horas, a tensão no ar era palpável. Cada palavra, cada movimento era calculado com precisão. Sentia a sombra daqueles que vieram antes de mim, guiando-me pelos caminhos perigosos dos negócios da máfia.
Finalmente, chegamos a um acordo em que, embora não fosse ideal, protegeria os interesses vitais da família. Saí do local com um misto de alívio e exaustão, consciente de que havia cumprido a missão perigosa que meu pai me designara.
Assim que a reunião foi encerrada, saí para fora para fumar um cigarro, antes de ir embora, e ali na área VIP, observei atentamente as pessoas dançando e se divertindo como podiam.
A atmosfera pulsante da boate contrastava com o mundo sombrio dos negócios que eu acabara de enfrentar. Enquanto tragava meu cigarro, permiti-me um breve momento de reflexão. As noites como essa, eram um escape temporário da realidade implacável em que vivíamos.
Meus olhos varreram a pista de dança, até que os encontrei em uma mulher de cabelos ruivos, ela estava no meio da multidão, dançando com uma graciosidade cativante. Ela parecia estar completamente à vontade naquele ambiente, como se fosse parte integrante daquele mundo noturno.
Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios enquanto a observava. Havia algo magnético nela, algo que ia além da superfície, e algo nela me chamou a atenção. Parecia tão inocente, mas eu sabia que nada naquele mundo era o que realmente parecia. Rapidamente, decidi sair da casa noturna. Não tinha mais nada a fazer ali.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Elizabeth Fernandes
Nathan morreu que pena sera Melina a prometida dele
2025-03-17
0
Luisa Nascimento
Nooossaaaaa, mais que triste isso.
2025-04-10
0
Luisa Nascimento
Ele viu a noiva! hum.💞
2025-04-10
0