PERDA INSUPORTÁVEL

PERDA INSUPORTÁVEL

Giovana, é uma mulher alta, esbelta, com gênio forte. Ela passou muito tempo, cuidando do pai com câncer de pulmão, ela ia para capital, para ficar no hospital com ele. Seu pai era um fazendeiro, muito conhecido na cidade, ele morava no interior do Pernambuco.

Foram anos de batalha, mas infelizmente, acabou acontecendo metástase e ele veio a falecer.

Quando o pai de Giovana morreu, ela ficou arrasada.

Sua sorte era seu padrinho, que cuidava de tudo, pois também é fazendeiro e fazia muitos negócios com seu pai, então a partir do momento que ela teve que parar tudo, para cuidar do pai,. o seu padrinho basicamente assumiu os trabalhos da fazenda deles também.

Giovana era filha única, e como tinha perdido a mãe alguns anos atrás, agora ao perder seu pai ficou sozinha, o que fez com que ela desmoronasse por completo, como se não tivesse mais sentido para viver. Desconsolada, com falecimento do seu pai.

Tanto que quem organizou tudo, velório, enterro, foi o seu padrinho.

Nos dias seguintes ao falecimento, ela não conseguia sair da cama, só chorava, não queria saber de comer, não queria viver na verdade.

Depois de um tempo, sem conseguir cuidar de nada.

Quando por fim, entendeu que tinha que reagir, por causa dos funcionários, pra empresa não falir.

Só que quando ela decidiu, tomar conta de tudo, soube que não podia mexer no dinheiro, a não ser que se casasse com Rodrigo, seu grande amor do passado, e filho do seu padrinho.

Isso a deixou irritada, por ter que casar pra pegar o que era seu.

-Rafa não entendo porque papai fez isso comigo, ele sabe muito bem que eu tenho total capacidade de cuidar dessa fazenda se precisar de homem nenhum.

-Olha amiga eu te entendo completamente, e também estou surpresa com atitude do tio Alfredo, porque afinal desde quando ele adoeceu você que tomou conta de tudo, só quando ele ficou acamado realmente foi que papai assumiu os negócios.

- O que me dói, é a humilhação saber que tem que fazer alguém casar comigo na marra para que eu possa resolver os negócios da fazenda.

- Gio, eu imagino que teu pai, não quis que você ficasse sozinha. Claro que a gente não vai te abandonar, vamos ficar do teu lado mas acredito que ele queria que você tivesse um homem para cuidar de você.

-E tinha que ser o Rodrigo Rafa, você viu a forma como ele reagiu? Como se fosse eu, que tivesse pedido para o papai fazer isso.

-Acredito que o tio Alfredo, pensou que você ainda o amava, como lá no passado quando vocês eram adolescentes, você era apaixonada por ele.

-Você falou bem Rafa, lá no passado, mas agora tudo mudou.

-Amiga falando a verdade, você não sente mais nada por ele afinal era um amor tão grande que você sentia por Rodrigo.

-Eu seria burra, se ainda o amasse né Rafa, teu irmão sempre me esnobou.

-Eu sei disso, mas a gente não manda no coração.

-Pra ser sincera com você. Eu nunca parei para pensar, sabe segui minha vida, namorei. Mas eu acredito que o que matou realmente, o que eu sentia pelo teu irmão, foram esses últimos anos que eu sofri com papai, e todo mundo me deu apoio, todo mundo ficou do meu lado, e a única pessoa que nunca apareceu aqui, porque eu achei que pelo menos éramos amigos foi teu irmão.

-Verdade Gio, olha que todos nós pedimos para que ele viesse, até por consideração ao tio Alfredo. Mas você sabe que ele parece um playboy

zinho.

Sem ter outra saída, ela concordou em falar com ele de novo, só que no momento que foram falar com Rodrigo a humilhou, dizendo que ela tinha se aproveitado da situação do pai dela, para faze-lo casar com ela.

Ao ouvir aquilo Gio voltou para casa revoltada.

Enquanto isso, seu padrinho repreendeu o filho.

-Não acredito que você a humilhou daquela forma.

-Não humilhei ninguém, apenas deixei claro que não vou me separar de Olívia, amo ela por nada a deixarei, muito menos por Gio.

-Como você pode fazer isso com a menina. Disse sua mãe.

-A mamãe sem essa, sabem que tenho Olivia e não a troco por ninguém.

-Não precisa trocar nada, casa e continua com ela. Disse seu pai.

-Como assim? Disse sua irmã.

-É um casamento de aparências, só pra Gio se reorganizar, em seis meses se separam, e você vai ter direito a uma parte de tudo que ela tem.

-Mesmo assim eu não quero, e não adianta insistir. Disse Rodrigo saindo.

Ao contar pra Olivia sua namorada, ela o reprovou dizendo que ele podia casar e assim sairia com uma bolada.

-Que papo é esse, não preciso disso, esqueceu que tenho dinheiro?

-Que dinheiro, a mixaria que teu pai dar, por que tudo é dele e você só terá direito quando ele morrer.

-O que espero, que demore muito a acontecer.

-Claro, mais se casar com ela vai pegar uma bolada.

-Como pode dizer isso, você é minha namorada, não te incomoda me ver com outra?

-Não, afinal seria um casamento de aparência, sendo assim não precisa ficar com ela.

Rodrigo ficou surpreso por a namorada propor isso.

Os dias se passavam, e ela não sabia o que fazer pra pagar as contas, e os funcionários.

Vivia chorando de saudade, e de raiva do seu pai por ele a obrigar a casar.

Ela ouviu uma conversa entre as empregadas, falando sobre os problemas e dificuldades que estavam passando por não estarem recebendo o salário, aquilo apertou o coração dela.

Por isso pensando nas dificuldades que os funcionários estavam passando, Gio resolveu engolir o orgulho e mais uma vez foi falar com Rodrigo.

-Me esquece garota, não ver que não quero nada com você.

-Que historia é essa, não estou te pedindo pra ficar comigo, é um negocio, no qual você vai ser pago.

-Sei, bem conveniente pra você. Disse Rodrigo.

-Se toca cara, estou preocupada com os funcionários, que estão sem receber, afinal só posso pegar no dinheiro se me casar.

-Pega outro besta. Falou Rodrigo.

-Se pudesse, você seria a ultima pessoa que escolheria.

-Até parece, todo mundo sabe que você é caidinha por mim.

-Como você é convencido. Disse ela.

-Não sou convencido, sou realista.

-Rodrigo para de bobagem e casa logo, pensa nas pessoas que estão passando necessidade esperando isso se resolver pra receber seu salario. Disse seu pai.

-Não tenho nada haver com isso, já disse que não caso e pronto.

-Meu filho você...

-Deixa dona Aurora, eu me viro. Disse ela saindo revoltada.

-Como menina. Disse o pai dele indo atrás dela.

Ela não respondeu e saiu.

Dali ela deu uma volta pela fazenda, olhando tudo que era seu, mas que não tinha como manter, já que não conseguia pegar no dinheiro, para pagar as contas então ela foi até o seu lugar preferido, uma cachoeira lá sentou debaixo de uma árvore e chorou.

Se perguntando porque o seu pai tinha feito aquilo com ela, porque com toda dor que estava sentindo passar por toda aquela humilhação.

Não sabia o que fazer mas tinha que tomar uma atitude.

Foi para casa tentando buscar uma solução.

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