Um Novo Começo

Um Novo Começo

sr mistério

Que dia! Nossa, achei que o tempo tinha mesmo estacionado...agora, ainda tenho esse monte de livros pra estudar...que dureza...

Ah, mas estou tão cansada."

Anne é uma menina muito esforçada. Trabalha duro,pra ajudar no aluguel do apartamento que divide com sua amiga Simone,ou simplesmente, Sy, como gosta de ser chamada.

Desde que chegou a Seattle, vindo de Havana, onde seus pais moram, nunca teve muito tempo pra mais nada, que não ser trabalho e estudo firme.

Quer se formar em comércio exterior. E faz o possível pra ter as melhores notas, porque sua bolsa de estudos depende disso.

Quase não sai pra se divertir. Como toda garota de sua idade.

Simone insiste muito para que isso aconteça, mas Anne é firme.

- Amiga, você tem que sair desse casulo! A vida não é só trabalhar...divertir faz bem também.

- Eu sei...mas, preciso mesmo estar pronta para as provas finais, e além disso, ainda tenho aquela entrevista de estágio...estou muito focada nisso também.

- Ah...a entrevista na Holdgins Enterprise inc?

- Sim...dizem que o CEO é exigente demais...então, preciso manter o meu foco.

- Aff! Esse cara deve ser um velho caquético e mal amado!

- Sy!

Anne começa a rir muito da amiga. Não conhece o homem, mas pelo que dizem, é muito exigente com os funcionários da empresa enorme, uma das maiores multinacionais de Seattle.

- Mas, é pura verdade Anne! Esse homem se recusa a ser fotografado. Não dá entrevista...é um tremendo chato!

- Ele deve ter motivos. Não deve ser fácil ser dono de um negócio tão grande como esse.

- Bom, sendo ou não, eu que não queria ter esse sujeito como meu patrão...

Deve ser um equizidor do tempo da escravidão...

- Aí...

- Tem certeza que vai a essa entrevista?

- O salário é bom, e preciso...Sabe que tenho muitos planos futuros. Dependo disso.

- Já te disse, posso ajudar você e...

- É um amor de pessoa. Já me ajuda muito dividindo o apartamento. Não sei que seria de mim, sem você.

Ela é uma jovem de posses. Sua família é de classe média alta. A jovem gosta de ser independente, viver sua vida livremente. Anne consegue controlá-la as vezes, em seus impulsos. Ela é muito livre.

Sem compromisso com ninguém.

Não tem nada a ver com isso.

- Bom, vou sair com o Ethan, se por acaso mudar de ideia, estarei no mesmo barzinho de sempre.

Ethan é o irmão dela. Um jovem muito bonito que atrai muita atenção das meninas. Anne já percebeu o interesse dele insistente por ela, mas de uma forma suave deixa bem claro que não quer ter compromisso com ninguém por enquanto. Nem foi pra isso que veio para Seattle. Seu objetivo é outro. Nada de romance ou algo parecido.

- Tá bem, se mudar de ideia...coisa que provavelmente não farei, te encontro lá.

- Ah amiga puritana! Vou indo, fique bem.

- Bom divertimento...

Simone sai, porque o irmão já a espera na entrada do prédio.

Uma vez sozinha, Anne começa sua maratona de estudos.

Tanto assunto!

Nem se dá conta de que já é tão tarde, quando sente seu estômago reclamar.

Vai até a cozinha,e para sua tristeza, nada está pronto. E está tarde para começar preparar algo decente.

Bom.

Terá que sair um instante.

Comprar alguma bobagem rápida.

Odeia isso!

Mas, está sem muita alternativa no momento.

Pega um casaco quentinho,pois está um pouco frio.

Saindo na calçada, percebe que uma garoa fininha cai. Ah, que ótimo! Não pegou o guarda chuva!

E nem vai voltar pra buscar.

Sai andando tentando se proteger pelos cantos. Coloca o capuz pra não molhar o cabelo.

Ficaria um caus no dia seguinte..pensa ela.

O restaurante ainda está com as portas abertas, e o simpático sr José está no balcão.

- Bella! Que faz aqui com esse tempo horroroso!

- Ah sr José...estava pensando em levar alguma coisa pronta pra casa...

- Amore...porque não pediu por telefone? Te levaria...

Anne na verdade não faria o pobre homem sair pra entregar algo tão simples pra ela.

Um sanduíche e fritas.

Preferiu ir pessoalmente.

- Como está sua amiga Simone?

- Como sempre...vivendo a vida.

- E você, cara mia? Quando vai começar a fazer o mesmo ragazza? Está tanto tempo envolvida em livros...parece uma bibliotecária velha e gorda...

Anne começa a rir da comparação.

- Pare...Sabe que tenho as provas finais.

- E...quanto a sua entrevista?

- E ainda isso.

- Mia linda garota...Sabe que minha torcida por você é sincera...desejo muito bem a você...é muito esforçada, merece todo o que de bom a vida pode oferecer.

- Ah, muito obrigado amor.

- Que vai levar mia linda...

- O de sempre...

- Tem que comer algo com mais substância amore...vou preparar algo diferente...

- Mas...

- E não precisa se preocupar, esse é um regalo mio pra você...

Anne sabe o quanto ele quer gentil.

Ela adora comida italiana. Mas com o dinheiro curto, economiza o máximo que pode.

E o cheirinho é maravilhoso...

- Aqui está mia bella ragazza...bom apetite.

- Nem sei como...

- É um regalo...no me agradeça...

- Obrigada assim mesmo.

- Vai enfrentar a chuva?

- Está fraca e nem moro tão longe...

- Tenha cuidado mia querida...esse bairro as vezes se torna um pouco perigoso a noite.

- Terei. Obrigada mais uma vez.

Anne não é muito acostumada a sair a noite. Por isso a preocupação do velho amigo.

Caminhando bem rápido, pois parece que por capricho a chuva se intensificou, Passa por perto de um local, onde alguns homens estão reunidos em uma atitude um tanto suspeita. Aperta o passo quando percebe o interesse deles na jovem sozinha andando desacompanhada.

"Ah Anne...mais depressa."

Ela pensa, mas é alcançada por eles.

Parecem um tanto alterados.

Não sabe se é pela bebida ou algo ainda pior.

Um homem horrível se aproxima dela.

- Ora...ora, que bela surpresa...o que uma garota tão linda faz sozinha...desacompanhada na noite escura de Seattle?

Outro tenta pegar em seus cabelos e ela se afasta enojada.

- Uma bela diversão, não é mesmo?

Fala exalando um hálito de bebida barata.

Está se sentindo ameaçada. Está com os olhos azuis tão apavorados, que sua respiração está tensa.

- Fique longe de mim!

- Ah, a mocinha é corajosa...

- Pode levar meu dinheiro...

O olhar deles deixa muito claro que não fazem questão disso. Querem algo pior.

Então faz menção de correr,mas o homem a segura forte.

Em um impulso, começa a gritar na esperança de alguém aparecer.

- Ah delicia...grite bastante...gosto das selvagens...

O homem tenta beijá-la, e ela bate com o pacote na cara dele, espalhando a comida por todo o local.

O outro a segurando firme, tenta tirar seu casaco com violência.

Ela luta muito, desferindo chutes e socos nos dois.

Por mais que tente, está dominada por eles. Está sem forças.

- Ah meu bem...vou me divertir um bocado com você...

As lágrimas caindo em seu rosto aflito não comovem os animais.

- Não! Não!...

Sente que está tudo perdido, quando surge uma silhueta de um homem, de moletom cinza com um olhar malvado no rosto.

- Deixe a garota em paz!

Os dois o olham ao mesmo tempo.

Parecem se divertir.

O que um sujeito sozinho pode fazer contra dois?

- Ah...é mesmo? Vai dar uma de herói?

O homem continua na mesma posição. Impacivel.

A escuridão da noite não deixa ela ver seu rosto direito. Mas seus olhos estão muito furiosos.

- Já disse...deixe-a em paz.

Eles se olham e vão em direção do homem.

- Quer mesmo isso,seu babaca?

Simplesmente o homem sorri. Cruza os braços.

- Louco por isso.

Responde de uma forma segura e firme.

Os dois vão pra cima dele. Ela se encolhe.

Fica olhando o seu salvador,dar uma surra descomunal nos canalhas.

Sozinho!

Parece um kinboxer.

Nem é atingido,porque é tão rápido, que os homens nem tem chance.

Se move tão rápido, e em poucos minutos, derruba os dois, que ficam desacordados.

Vai até ela, que ainda está muito assustada.

- Tudo bem com você? Te machucaram?

- Não...

- Pode andar?

- Sim...quem é você?

Ele está sorrindo. Mesmo com a escuridão, ela presume que é um homem bonito. E forte.

- Por sorte sua, o cara que te salvou. Não costumo vir por esses lados da cidade, fazer meu cooper noturno. Mas, por obra do destino, meu caminho se cruzou com o seu.

- Obrigada...bem sei que seria de mim...

- Achou mesmo que macarrão com molho de almôndegas, te salvaria de ser estrupada?

Ele fala se divertindo com a carinha dela de assustada.

- Eu tinha que tentar alguma coisa...

Fala vermelha de vergonha. Lá se foi seu jantar.

Ele está com um sorriso.

- Posso te acompanhar? Não vamos arriscar a outra tentativa...você sabe...

- Moro aqui pertinho.

- Vou com você. Tome, vista isso.

Ele tira a capa de chuva que esta vestido e dá a ela.

- Mas...e você?

- Não se preocupe. Estou bem.

Agora ela pode ver quanto ele é forte. O moletom está grudando na pele dele, moldando aquele corpo muito definido. Deve passar horas na academia, pensa.

- Vamos? Não quero que fique resfriada.

- Obrigado, mais uma vez.

Vão caminhando lado a lado, em absoluto silêncio.

Quando chega na portaria, faz menção de retirar a capa, mas ele a detém.

- Pode ficar.

- Mas...

- Está tudo bem. Vou pra casa.

- Vai ficar todo molhado...por culpa minha.

- Sem problema. Posso te perguntar uma coisa?

- Pode, afinal salvou minha vida hoje...não é mesmo?

- Aquele era o seu jantar?

Sorrisinho debochado.

- Infelizmente...sim.

Ele a olha cheio de ternura.

Pega o celular e faz, uma ligação rápida.

Ela não está entendendo nada.

- Pode esperar um pouco mais? Pedi uma coisinha pra você.

- Olha...de verdade...não precisa.

- Não discute comigo. Não vou deixar você sem se alimentar. Não depois disso que passou.

- Acho que não vou conseguir comer.

- Vai sim...e faço questão disso.

Ele é tão autoritário, pensa.

Não demora muito, chega um carro preto, estiloso e desce um homem de terno preto com uma sacola de um restaurante chique pra caramba. Ela conhece pela sacola.

O homem se aproxima dele e entrega.

- Aqui está sr.

- Obrigada. Me espere no carro, já vou.

Ele vai até ela e entrega com um sorriso.

- Pronto. Agora vá, tome um banho e se alimente.

- Faz as coisas sempre assim? De modo autoritário?

Ele sorri.

- Sempre. Gosto das coisas,do meu jeito. Apenas, faça o que pedi...se preferir assim.

Porque agora ela está se sentindo intimidada por aquele olhar muito atento dele?

- Está bem...obrigada uma vez,mas nem sei seu nome...

- Fiquemos assim...sou seu salvador...e você a mocinha indefesa que defendi dos homens maus, tudo bem?

- Porque todo esse mistério?

Ele pega seu rosto suavemente, e parece fazer um carinho discreto nele.

Isso causa uma sensação estranha nela.

- Não vai querer saber quem eu sou. Melhor assim.

Ela morde o lábio de forma involuntária.

Os olhos dele ficam com um brilho ofuscante.

Parece que isso acendeu algo nele.

Perigoso.

Se afasta dela e vira as costas.

- Boa noite...e se cuide.

- Obrigado.

Ana ainda vê quando ele entra no carro apressadamente. Parece querer fugir de alguma coisa.

O que resta, é fazer o que ele sugeriu.

Toma um banho relaxante, depois de deixar o pacote na mesa da cozinha.

Envolvida em um roupão macio e quentinho,vai ver o que ele comprou pra ela,que se surpreende com fome, apesar dos acontecimentos recentes.

Ao abrir o pacote,que surpresa!

Ravioles recheados de queijo de búfala, com molho branco e tomatinhos cereja em volta.

Acompanhado de um arroz branco que parece suculento e salsinha. hummm...parece muito bom!

Pensa com um sorriso.

Uma salada multicolorida fecha o cardápio delicioso.

" Como ele...ah, parece ser sofisticado...e sabe das coisas, está uma delicia mesmo."

Anne começa a comer, e vê que realmente estava precisando disso.

Agora fica pensando no homem muito misterioso e cheio de charme.

Quem é ele?

E porque não quis dizer seu nome e pareceu fugir de mim?

Ah...não fique imaginando coisas!

Ele derrubou dois brutamontes sozinho!

Porque fugiria de você?

Fica pensando, olhando para a capa de chuva pendurada no cabide.

(***).

Ele está andando de um lado para o outro.

Nervoso.

Como nunca tinha se sentido.

Suas mãos estão queimando.

Desde o momento que a tocou no rosto.

Olha pela vidraça do Scala, a noite chuvosa e escura, está como seu estado de espírito.

Quando a porta do elevador se abre, ele respira um tanto aliviado.

Adrian é perfeita. Linda. E sempre disponível a ele,quando solicitada.

- Queria me ver, meu querido?

- Sim. Preciso aliviar essa tensão toda em mim...

- Como posso fazer pra que isso aconteça?

- Sabe o que fazer.

Ela sorrindo, vai até ele.

Olha em seus olhos azuis cinzentos e ardentes.

- Estou a sua disposição...devo te esperar,no quarto de jogos?

-Sim...Sabe como deve estar.

Ela vai enquanto ele se serve de uma dose dupla de uísque.

Deposita o copo na mesa depois depois de bebê-lo de uma única vez.

Segue.

E ela está lá.

Pronta pra ele.

Como deseja.

Respiração acelerada.

Precisa disso.

Muito.

Se aproximando dela,a puxa contra seu corpo, faminto.

Fala a seu ouvido de forma quente.

- Vamos brincar...muito...

- Quero isso tanto quanto você...

Ele a beija com paixão. Seus beijos são deliciosos.

Adrian se deixa levar por aquele homem febril e denso.

Ah, ele é perfeito.

Cheio de paixão, a leva a lugares inimagináveis, quando a tem com toda sua volúpia e intensidade.

Satisfaz qualquer mulher que tiver em seus braços fortes e protetores.

Depois de consumado,ele fica olhando para a mulher linda do seu lado, sem qualquer expressão.

- Porque é assim?

- Que?

- Você, é o homem que toda mulher deseja ter na vida...e no entanto...se esconde em um casulo. Não te entendo Cristian...

- Sou complicado. Não tente me entender.

- É maravilhoso. Mas,parece ter uma luta interna com você mesmo.

- Como disse a pouco...não tenta me entender...ficaria de fato maluca com isso.

- Bom...não farei, já que faz questão disso.

- Obrigada.

- É tão fácil...se apaixonar por você...

Ele segura suas mão carinhosamente e as beija.

- Por favor...não.

- Porque resiste tanto Cristian?

- Continuemos assim, está bem? Sem compromisso...desse jeito.

- De que tem tanto medo?

Ele não sabe.

Não pensou nisso.

Apenas vive o seu momento.

Nada mais.

Até essa noite.

Alguma coisa mudou.

Mas, ainda não tem ideia de quê.

E isso o está consumindo por dentro.

De forma avassaladora.

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Comments

adriana Pedro

adriana Pedro

Parece que já li esse livro e vi o filme rsrsrs.
E vamos nós nos aventurar na história.

2024-09-08

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