Capítulo 19: Família Marino

Família Marino, uma família renomeada e fundadora do Hospital Marino no Espírito Santo, Brasil e em Milão, Itália. O senhor Marino e a esposa tem dois filhos, Verônica e o filho mais novo, Mattia Marino o qual tem um filho de dois anos com Sophie Azeredo Marino, a filha mais velha do casal Azeredo, donos da editora Alara. O casal teve um casamento simples comemorado apenas entre familiares e amigos e poucos fotógrafos autorizados pelo casal.

Otávio estava em frente ao seu notebook olhando um site sobre a família Marino, uma notícia antiga de três anos atrás. A família Marino pouco aparecia entre as notícias, até mesmo os prêmios que o hospital ganhou foram ser divulgados anos depois, mas algo chamou a atenção de Otávio na pesquisa. Ele se lembrava de alguém chamado Sophie Azeredo, ele continuou a procurar até que encontrou uma foto de Sophie e Mattia juntos no baile de premiação do hospital e imediatamente Otávio a reconheceu.

Se lembrava brevemente da mulher na foto, mas reconheceria seu rosto em qualquer lugar.

A ex-esposa de Paulo. A mulher que ele largou para de casar com Sabrina.

— Então Sophie Almeida, agora é Sophie Marino? Ele teve a coragem de se casar com o melhor amigo do seu ex-marido? — ele soltou uma risada anasalada. — Mesmo tento essa cara de sonsa, ela foi bem esperta. Um homem rico e poderoso por outro nas mesmas condições. A se a Sabrina souber sobre isso.

***

Depois de aproveitarem a tarde na piscina, todos da família Marino haviam se dirigido a sala de estar, o senhor Marino e a esposa foram os unidos que subiram para o quarto, para assim descansarem.

Mattia estava sentado no chão, usando a mesa de centro para colocar seu caderno de desenhos onde tinha prendido sua atenção.

— A quanto tempo estamos sem nos reunir assim?

Veronica perguntou.

— Poderíamos aproveitar para nós reunir como em Milão. Poderíamos aproveitar a praia a noite.

— Da última vez que você falou isso — Raissi lembrou. — éramos para aproveitar a noite em frente a catedral, andamos por toda a cidade, sem rumo até o amanhecer.

— Ninguém reclamou. E desse vez, poderíamos acampar na praia, seria interessante.

— Não seria melhor alugar uma casa na beira do mar?

Mattia ponderou.

— Se fosse para alugar uma casa, eu tinha dado essa ideia ao invés de acampar, meu irmão.

— Uma casa tia Vero — Matteo falou sem tirar seus olhos do seu desenho. — Assim eu vou poder ir também.

— É uma ótima ideia. Você é muito inteligente.

Veronica fez uma careta para Mattia que a olhava desacreditado. Ela aceitou a sua ideia apenas por ela ter saído da boca do pequeno Marino.

— O vovô e a vovó também irão?

— Assim que o seu avô estiver melhor — Mattia o respondeu. — Quando ele estiver se sentindo bem, vamos passar o fim de semana na praia.

— Ebá! Eu quero conhecer a namorada do tio Caio, ela também vai?

Raissi começou a rir enquanto o meu irmão olhava para o seu sobrinho surpreso.

— Onde você tirou que eu tou namorando, oh pingo de gente?

— Ouvir a madrinha contando para a mamãe.

Respondeu com um sorriso inocente. Como podia ele ficar ainda mais lindo a medida que crescia?

— Ela é minha tia agora, não é? Assim como o tio Daniel?

— Seu tio ainda não pediu ela em namoro.

Falei capturando a atenção do meu pequeno.

— Ela pode ser a minha tia? Quero ter mais tios para eu poder ganhar mais presentes no meu aniversário e no natal.

— Você não pensa que tá querendo de mais não? — Mattia se sentou ao seu lado o puxando para o seu colo. — ser você tiver mais tios, vai ser mais gente para dividir você.

— Mas eu não quero ser dividido. Eu sou só do papai e da mamãe.

— E a sua madrinha?

—...

— Vai ficar sem presente de aniversário esse ano.

— Não madrinha — Matteo rapidamente saiu do colo de Mattia e correu para Raissi. — Eu tava brincando. Eu sou só da madrinha.

— E eu pensando em te dar o seu sonhado cachorro no seu aniversário.

Caio falou virando o rosto como se tivesse ficado desapontado. Verônica também entrou no mesmo jogo.

— Eu já tinha preparado sete presentes para você esse ano, só para o seu aniversário.

— Mamãe, papai, ajuda.

Matteo largou rapidamente a sua madrinha e correu para os braços do pai se jogando no seu colo, ele escondeu o rosto entre o pescoço de Mattia e o agarrou com força.

— Vem, o papai te protege desses loucos.

— Vocês querem parar de fazer isso com ele? Parecem mais crianças do que o Matteo.

***

Quando a noite caiu, estávamos voltando para casa, Matteo dormia profundamente em sua cadeirinha instalada na parte de trás do carro do senhor Marino. Ele estava exausto depois de tanto brincar.

Mattia não tinha mais aquele olhar escuro e pensativo. Ao contrário de antes, seus olhos tinham voltado a brilhar e eu conseguia ver um pequeno sorriso nos seus lábios enquanto dirigia. Ele parecia ter esquecido a nossa conversa e o motivo dela.

— Que bom que estar melhor.

Falei repousando a cabeça no banco do carro. Mattia olhou brevemente para mim antes de voltar os seus olhos para o trânsito.

— Do que está falando?

— Não é nada. Só estou feliz de você ter voltado como antes.

— Foi bom passar o dia com a família reunida. Parece que alguém também gostou bastante.

Mattia parou o carro no sinal e olhou para Matteo pelo retrovisor interno, depois ele pegou a minha mão e depositou um beijo suave e delicado na costa da mesma.

Logo ele começou a cochichar.

— Não sei o que pode ter acontecido comigo, me sentir como se estivesse no dia do seu casamento com ele novamente. Foi o mesmo sentimento, os mesmos pensamentos…

— Não consigo imaginar como você se sentiu... só desejo que isso não volte a acontecer outra vez. Não quero te ver pensativo como hoje, não quero te ver desanimado ou preocupado com isso.

— Eu sentir medo Sophie, um medo insuportável de talvez perder a minha família. Perde o Matteo. Perde você.

Segurei o seu rosto com as mãos e aproximei os nossos rostos até as nossas testas se tocarem.

— Shiiiu. Você não vai nos perder. Nem o Matteo e nem a mim. Não quero que você pense nisso outra vez. Somos a sua família. Você, eu e o Matteo. Aquele homem não faz parte da vida de nenhum de nós.

— Eu sei que não.

Pude sentir algumas lágrimas tocarem minhas mãos. Ele estava chorando?

— O papai tá triste? Por que o papai tá chorando?

Nós viramos para Matteo que esfregava o olho com as costas da mão, ele abriu a boca em um bocejo me tirando um sorriso.

— Papai não tá triste, são lágrimas de alegria.

Mattia o respondeu com doçura antes de voltar o seu olhar para o semáforo que havia aberto.

— Verdade? Não quero ver o senhor triste.

Por achar que Mattia estava triste, Matteo começou a contar a sua história preferida, uma história que foi criada pelo próprio Mattia por pedido do Matteo.

Lembro de como ele ficou quando Matteo pediu uma história criada por ele, ele passou a ler livros infantis e fazer anotações sobre as histórias antes de dormir para assim criar uma história do zero.

Quando chegamos em casa, peguei o Matteo no colo e o levei até o seu quarto o colocando na cama. Depois de tomar um banho fui para a cama onde Mattia já me esperava, me deitei sobre o seu peito enquanto conversávamos sobre a ideia de Verônica sobre passamos um tempo numa casa de praia. Depois que o pai deles estivesse melhor, talvez poderíamos colocar isso em prática.

***

Dias se passaram e a dona Elena já havia chegado ao Brasil, Matteo ficou muito feliz por ela estar conosco. Algumas coisas na casa também já estava em ordem, como primeiramente o quarto do Matteo que já estava todo decorado e com os móveis trocados, o banheiro dele também já havia sido reformado para a idade dele.

O senhor Marino estava se recuperando bem rápido, mas sua esposa fazia questão de ficar de olho em tudo para que ele não se esforçasse. Tudo estava seguindo tranquilamente e agora estávamos preparando o Matteo para ir ao seu novo colégio. O mesmo onde Mattia e eu estudamos e ao contar isso ao Matteo, ele ficou muito mais animado para visitar o novo colégio.

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