capítulo 10: Ravier descobrindo que só faz besteira

Por Ravier

Depois de passar quase cinco dias internado em um hospital inconsciente e com uma taxa altíssima de álcool no sangue em coma alcoólico e quase fazer o meu pai enfartar outra vez de tanta raiva e preocupação eu entendi que me enterrar na bebida não resolveria a minha vida. O que eu preciso é levantar a minha cabeça e seguir enfrente mesmo que esteja destruído por dentro, Geisyane abriu um buraco no meu coração com as suas mentiras e eu juro que nunca mais vou deixar ninguém bagunçar a minha vida dessa maneira e se para isso eu nunca mais amar ninguém é um preço justo a se pagar ,eu nunca havia amado alguém antes de tudo isso acontecer e estava bem com isso então agora só me resta aprender a lidar com a saudade e a falta que aquela loira maldita irá me fazer.

Ravena entra com um copo de água nas mãos e descalça ,ela abre um sorriso e tenta agradar ,pena que o perfume doce e enjoativo com aroma de uma flor esquisita continua a me enjoar e fazer a minha cabeça latejar ainda mais.

 Ela se aproxima e me entrega o copo de água gelada que eu engulo sentindo um alívio enorme na minha garganta e só agora consigo respirar melhor.

Apesar de está dormindo todo esse tempo eu não estava entubado ou coisa assim e o quarto sequer parece um hospital,está mais para um dos quartos de hotel do meu pai que para um hospital,ainda estou tentando organizar as ideias quando uma enfermeira velha e sem graça entra com uma bandeira nas mãos então noto que tem um acesso no meu braço esquerdo e um soro em pendurado que eu nem vi antes.

Ela cumprimenta e injeta algo na minha veia e claro que eu pergunto o que é

_ é uma anestésico para aliviar as dores no corpo,você tem muita sorte meu rapaz,poderia não ter saído vivo daquele quarto.

Eu reviro os olhos de insatisfação, não preciso de ninguém me julgando e já estou atolado na merda o suficiente para estar ouvindo batidos de quem eu nem conheço finjo que não ouvi e permaneço calado ,a minha mãe me encara e sei que a sua língua está coçando para me dizer umas boas verdades mas ela não o faz no momento e eu agradeço pelo seu silêncio.

Recebi alta hospitalar dois dias depois , o meu surto foi mantido em sigilo e apenas os meus pais e primos sabiam o que estava acontecendo,para os demais eu sofri um leve acidente e precisei ser hospitalizado até estar recuperado, não sei de quem foi essa ideia mas tenho que agradecer ao gênio que me poupou de mais uma vergonha,assim que eu cheguei em casa ainda abatido e fraco Fatinha veio correndo me abraçar chorando,ela estava lamentável tanto quanto eu estou nesse momento e embora os meus pais mantenha a pose de durões sei que no seu intimo estão tão destruídos como eu.

_ calma minha querida! Não aperta muito,eu estou bem,como pode ver você não vai se livrar de mim tão facilmente.

_ como você pode ser tão desajuizado menino? Diz batendo no meu braço com força.

_ isso doeu Fatinha! Digo alisando o lugar onde ela estapeou,mas sei que ela realmente está preocupada,Fatinha não tem filhos ou família e sempre cuidou de mim como se fosse sangue do seu próprio sangue.

_ eu vou tomar um banho e tirar essa catinga de hospital, estou com fome e quero o meu bolo preferido.

_ pois eu não vou fazer! Diz cruzando os braços e fazendo cara de brava,

 embora esteja levando na brincadeira eu sei que ela está brava comigo, ninguém fala nada mas sei que estão todos nos seus limites com as minhas irresponsabilidades.

Depois de uma farta refeição numa mesa repleta de comidas gostosas inclusive o meu bolo de laranja preferido,sou chamado ao escritório pelos meus pais, agora é a hora da verdade e sei que vou ouvir poucas e boas. Passo pelo meu quarto e escovo os dentes tentando relaxar e me preparar para ouvir tudo o que os meus pais quiserem dizer e de preferência sem retrucar mas acho que essa última parte seja impossível então respiro fundo e sigo em direção ao escritório,quando passo pela porta noto algumas coisas diferentes,a mobília foi trocada e tudo o que quebrei durante o meu surto de puro ódio foi substituído por objetos novos ,o meu pai está sentado na sua cadeira e a mamãe em uma poltrona a sua frente ,os dois estavam conversando e pararam quando me viram entrar.

_ sente-se Ravier! O meu pai diz eu obedeço sem questionar.

_ sabe meu filho o que você fez naquele dia não tem explicação,diz enquanto desafivela o cinto que prende as suas calças e por alguns segundos achei que fosse me dar a corça que me prometeu a um tempo atrás bem aqui e agora,eu o observo sentindo o pânico me consumir , não que eu tenha medo de apanhar mas tenho medo das consequências desse ato do meu pai.

Ele abaixa as suas calças e me mostra uma marca no seu quadril

_ sabe o que é isso Ravier?

Eu balanço a cabeça em negativo e ele segue falando

_ essa é uma marca de nascença,o meu pai tinha,os meus irmãos também tem ,mas você não,você não tem a marca de nascença da nossa família e muito menos se parece comigo,tirando por esse seu gênio tempestuoso e mania de quebrar as coisas, diz com um meio sorriso,mas mesmo assim eu nunca duvidei da sua paternidade,eu nunca questionei esses fatos ou desconfiei da sua mãe,eu sei que é meu filho e não preciso de papel para dizer isso pois conheço a mulher com quem me casei ,eu a amo e respeito acima de tudo,mas você ? você ama a Geisyane? você não a respeitou e deixou que um papel falasse mais alto que os seus sentimentos.

_ pai aquela loira me enganou e mentiu para todos nós,todo esse tempo nos fez de besta e a sua deslealdade não tem justificativa.

_ sabe meu filho ,sabe essa marca aqui, diz apontando para o seu quadril,Enzo também a tem e não importa que não tivesse pois eu e a sua mãe amamos aquele menino independente do seu sangue ser do mesmo tipo que o nosso ou não, aquele garotinho gorducho trouxe a alegria que já tínhamos esquecido de volta para as nossas vidas,fez de você um homem então pare de agir feito um moleque e coloque essa sua cabeça de vento para pensar,você acha mesmo que o menino não é seu filho? você pelo menos deu uma chance da coitada se explicar, não você não fez isso e agora tem que concertar as suas burradas e implorar uma nova chance de ser feliz.

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