5º CAPÍTULO - MALDIÇÃO

Hana dá um pulo com a batida, ficando ainda mais apavorada quando a raposa se levanta rangendo os destes como se sentisse raiva assim como seu mestre. Mizuki entra na sala ficando ao lado de Hana que está sem cor tremendo sem tirar os olhos da fera a sua frente.

— Hana venha comigo até o templo, não há tempo para responder todas as suas perguntas precisamos coloca-la no palácio de inverno antes que a barreira se feche. O homem fala em tom ansioso estendendo a mão a Hana que o encara receosa, mas atende ao pedido desesperado do mestre do outono.

O homem em um movimento rápido a segura a levantando e colocando-a sobre a raposa enorme deixando Hana apavorada ao afundar na pelagem fofa sentindo o calor do animal a aquecer por completo, o homem também se posiciona sobre a raposa deixando Hana tensa ao sentir o braço forte agarrando sua cintura, Mizuki se agarra a roupa de Hana decepcionada por não conseguir ajudar a jovem nesse momento. A raposa se move passando pela janela rapidamente em movimentos sutis corre sobre o lago sem encostar na água que continua imóvel refletindo a noite estrelada e a lua cheia e esplêndida com luz intensa clareando toda imensidão do lugar. Hana fica chocada com a visão vibrante a sua volta se esquecendo que está sobre um animal feroz agora, regressando a si com o rugido do animal ao chegar em uma ponte de madeira que liga a um templo no meio do lago, o homem retira Hana do animal que rosna arranhando a madeira parecendo brava com a situação. Hana segura o braço do homem apavorada, sentindo os pulsos e a nuca queimar rangendo os dentes tentando amenizar a dor enquanto o homem afaga a raposa tentando acalma-la. Hana observa luzes douradas, rosas e vermelhas saírem do templo numa linha reta até o céu, finalmente o animal se acalma se deitando no chão apoiando a cabeça sobre as patas. No meio da ponte Hana se sente mal a queimação se torna mais intensa a cada passo embrulhando seu estomago, entre calafrios a deixando tonta.

— Não consigo continuar (ofegante, suspira fundo) está doendo muito. Hana sussurra caindo ao chão ficando inconsciente.

O mestre do outono que andava a frente se assusta se voltando para Hana no chão, o homem a leva no colo o restante do caminho, Mizuki sem sinal apagada grudada a roupa de Hana. Um tempo depois Mizuki chama por Hana que continua desacordada deitada em um sofá no templo, discussões ferozes com vozes alteradas ecoam por todo o templo levando Hana a despertar, se sentando no sofá a jovem aperta os olhos tentando enxergar as figuras posicionadas a sua frente, alguns minutos depois Hana consegue desembaçar seus olhos observando as três figuras belíssimas a sua frente, um deles o Mestre do outono os outros dois uma mulher de estatura mediana com o rosto parecido com o do Mestre do outono com traços mais delicados os olhos verdes como de uma esmeralda brilhavam as bochechas rosadas contrastavam com o rosto branco aveludado contornado por um cabelo rosa claro, o corpo pequeno como de Hana com vestes floridas com flores em suas cores naturais vibrantes, a boca rosada em formato de coração sorria deixando à mostra uma linha com dentes pequenos que brilhavam deixando Hana constrangida, desviando o olhar para o outro homem presente os cabelos loiros longos  a pele bronzeada contrastavam com um rosto fino em triangulo invertido, os olhos azuis céu fazem Hana perder o folego, os braços cruzados a frente do corpo destacam tatuagens coloridas sobre a pele bronzeada com um dourado que parecia brilhar com a luz refletida, a roupa toda verde trazia o frescor a expressão leve de um sorriso como uma brisa de verão.

— Olá pequena salvadora, me chame de Natsu-Iori fico imensamente feliz em revê-la. O homem belíssimo de cabelos loiros se aproxima se apresentando com palavras doces.

Hana se afasta sentindo a nuca arder com a proximidade, respondendo o homem em tom tremulo. — Muito prazer senhor Natsu-Iori, me chamo Hana.

— Olá Hana, fique calma iremos explicar tudo a você me chamo Harumi, você não imagina a felicidade em reencontra-la. A moça fala em tom gentil se aproximando também, se sentando em uma poltrona ao lado.

Hana sente o pulso esquerdo arder com a proximidade da moça, apertando o pulso Hana também responde a moça em tom gentil a questionando em seguida.

— Olá, muito prazer senhorita Harumi. Como assim felizes em me reencontrar?

Os três sorriem se entreolhando, Hana se assusta em seguida ao perceber que Mizuki está apagada recostada em seu colo, Hana a segura nas mãos confusa a chama sem resposta.

— Mizuki o que foi fale comigo...Mizuki...

— É a maldição. Fala o homem loiro ao observar a reação de Hana.

— Como assim maldição, como posso ajudar Mizuki. Hana fala em tom tremulo encarando o homem loiro que está com uma expressão séria.

— Você precisa conquista-lo quebrando a maldição. O homem responde em tom ansioso.

Hana fita o homem ficando ainda mais confusa.

— Há maninho pare com isso assim irá assusta-la. Harumi fala em tom suave com um sorriso reconfortante.

— Na verdade não temos muito tempo precisamos leva-la a fronteira antes que a barreira se complete.

— Eu sei, no entanto, precisamos prepara-la se ela morrer não vai adiantar nada mano Aki-Hidek. O homem loiro retruca em tom debochado fazendo Hana estremecer se afundando no sofá trazendo Mizuki ao peito.

— O que tudo isso tem a ver comigo? Porque falam essas coisas? Hana sussurra em tom melancólico confusa deixa as lágrimas correrem sobre seu rosto desejando voltar para casa pois seu coração aperta no peito sentindo um alerta gritar em sua mente para se afastar dali.

— Nos perdoe Hana, somos pessoas, seres... nem sei mais o que somos... suspira fundo... estamos em desespero agora você é nossa grande chance em 300 anos. Harumi fala em tom melancólico enchendo os olhos verdes de lágrimas.

Hana olha para a moça sentindo pena, o pulso arde ao observar a expressão melancólica da moça ao seu lado, Mizuki volta a brilhar acordando levemente.

— Leide Hana ele está se aproximado...Mizuki sussurra em tom ansioso apagando novamente.

— Droga o que fazemos agora Fuyuki estará aqui em vinte minutos dependendo da forma que ele virá, até antes. Aki-Hidek fala em tom ríspido olhando através da janela.

— Porque ele viria aqui depois de tantos anos, isso é um bom sinal. Achei que ele estava levantando a barreira porque os pares chegam em dois dias, alguma coisa o incomoda para vir até aqui o que será? Natsu-Iori fala em tom animado andando de um lado a outro com a mão no queixo.

— Será os sinais no corpo da Hana...não acredito eles estão ligados como a 300 anos, só pode ser isso ele está sentindo tudo que ela sente. Harumi retruca em tom animado se levantado levando a mão a boca.

Os três olham pra Hana com olhos brilhantes, a jovem se ajeita no sofá sentindo a nuca e os pulsos arderem intensamente novamente, respirando fundo Hana tenta conversar com as três figuras.

— Por favor fiquem calmos, meus pulsos ardem e minha nuca também. Hana fala em tom calmo entreolhando as figuras que sorriem se aproximando de Hana, gentilmente as figuras se posicionam segurando Hana cada um em seu sinal correspondente, Harumi segura o pulso esquerdo fazendo o sinal da flor ficar com as cores mais vivas, Aki-Hidek segura o pulso direito deixando a folha em um tom vermelho mais intenso, Natsu-Iori coloca a mão na nuca de Hana deixando o sol dourado quase brilhar, falando seus nomes em voz alta a ardência que Hana estava sentindo desaparece de imediato.

— Que alivio, os senhores poderiam ter feito isso antes né. Hana fala em tom meigo, fazendo as figuras gargalharem com a cara que a moça fez.

— Ok vamos levantar a barreira para ganharmos tempo aqui dentro. Aki-Hidek alerta os irmãos que se posicionam em colunas levantando uma manta azul envolta do templo.

Hana observa tudo com o coração calmo, se assustando com sua calmaria em um momento desses, bom a calma se vai ao observar que animais enormes se posicionam nas janelas um deles é a raposa laranja, na outra um pássaro verde com dourado como um beija-flor e na outra janela um Leão dourado, fazendo Hana se sentar novamente com as pernas tremulas incrédula com o que via, esfrega os olhos na esperança de estar enganada em vão os animais a encaram como se farejassem seu medo.

— Isso tudo é uma loucura, devo realmente estar em um sonho muito maluco, isso não pode ser real. Hana sussurra em tom confuso desviando o olhar das janelas.

— Hana me ousa isso não é um sonho, esse lugar foi criado para nos isolar do mundo, uma maldição sobre nossa família nos aprisionou a mais de 500 anos, estamos presos aqui até que essa maldição se quebre, nossa chance vem todo ano com a chegada dos pares, se nossas almas gêmeas nos encontrem seria mais fácil no entanto é raro elas chegarem aqui aconteceu há 300 anos atrás a sincronização das almas gêmeas foi intenso a provação na terra levando a sua morte nos braços do Fuyuki criando outra maldição sobre ele, que há 300 anos não conseguimos combater perdendo todas as chances das sincronização das almas gêmeas...

— Ele chegou.. essa barreira não vai segura-lo Grita Natsu-Iori interrompendo Harumi.

Hana desvia o olhar concentrado a jovem apavorada a sua frente, observando a janela vazia esperando que algo apavorante viesse dali.

— Hana olhe pra min...Harumi chama a jovem que se perde em pensamentos pavorosos. Hana por favor olhe para min. Hana volta seu olhar para moça que chora apertando as mãos a coxa.

— Hana ele irá entrar aqui não sabemos como Fuyuki está nesse momento, a dor de te perder dilacerou seu coração e alma o transformando em gelo...Suspira fundo...Fuyuki pode não te reconhecer, mas por favor tente enxergá-lo com seu coração agora está bem.

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