Anjo da noite de cabelos de nuvem

* levantei e fui ao banheiro, quando tirei a minha blusa percebi estar um pouco vermelha em meus ombros, era sangue haviam cortes onde senti os vidros, não pode ser, nada disso faz sentido, preciso ir aquele lugar. Hilda nunca me falou sobre lá, pelo contrário sempre me disse para evitar, aquela parte da cidade não leva a lugar nenhum depois da fronteira só tem floresta. Se eu perguntar, Hilda vai saber que quero ir, vou à noite quando ela dormir. Tomo banho, merendo e vou para a loja, ajudo Hilda a parte da manhã recebo alguns parabéns dos clientes, logo chega a tarde*

Hilda: Querida, você pode ir ao mercado para mim?

Aisha: Claro, o que você precisa?

*Hilda me entrega uma lista e algumas entregas para fazer. Acho estranho porque ela nunca me pede para entregar, mas aceito mesmo assim. Pego a minha mochila com as entregas*

Aisha: Esse pedido todo é para uma pessoa só?

Hilda: Sim, o cliente disse que foi mordido por um cachorro. Algumas ervas são para dor, outras para passar no ferimento, enfim vá é tome cuidado

*Saio e vou primeiro ao mercantil, Hilda pediu algumas coisas chatas de achar, depois de 1 hora inteira vou fazer a entrega a cidade não é muito grande gosto de fazer tudo a pé, enquanto ando em direção ao endereço, planejo como vou fazer para chegar a mansão abandonada, perdida em meus pensamentos logo me vejo de frente ao endereço, mas pensei que ninguém morasse naquela casa, de qualquer forma bati a porta*

Mulher estranha: Olá, posso ajudar?

*Ela me olhou como todo mundo que me vê pela primeira vez, por isso não faço entrega Hilda sabe que é desconfortável para mim. Mas nunca tinha visto aquela moça, ela era bonita, tinha cabelo ondulado loiro e olhos verdes, parecia ter minha idade, a sua casa exalava cheiro de ferro, estranhamente familiar*

Mulher estranha: Você está me ouvindo?

Aisha: hã… Desculpe, estava divagando nos meus pensamentos, vim deixar uma entrega da floricultura, mas acredito que o endereço está errado devia ser para um homem que foi mordido por um cachorro

Mulher estranha: Não, é aqui mesmo, é para o meu irmão, ele caça e foi mordido por um cachorro do mato. Você não é daqui não é?

*De novo isso, não entendo esses visitantes, nunca viveram aqui e pensam que sabem quem é nativo ou não*

Aisha: Sou daqui sim, cresci aqui, mas você nunca vi

Mulher estranha: Desculpe se fui indiscreta, minha família já viveu aqui há muito tempo, mas eu não era nascida na época.

Aisha: Aqui está, o seu irmão tem muito azar, quase não há cachorros do mato aqui.

*Eu entrego os potes e sacos com plantas para ela e ela pega com uma cara de confusão*

Mulher estranha: Ai meu Deus, pensei vir com instruções, não sei como usar nada disso. Você pode me ajudar?

*Sorrio com o desespero dela, como pode comprar tanto sem conhecer nada*

Aisha: Posso sim, kk você tem caneta e papel para eu poder anotar o que fazer com cada coisa?

Mulher estranha: Porque não faz melhor e me ajuda a preparar?

*Ela faz uma cara de cachorro pidão kkk essa menina é uma graça*

Aisha: Tudo bem, mas tem que ser rápido, tenho de voltar à loja

*Ela sorri e me puxa para dentro*

Mulher estranha: Que bom, pode entrar e ficar à vontade. Me chamo Alice, vem te levo para a cozinha

Aisha: Prazer Alice, sou Aisha, sou filha da Hilda, a mulher de quem você encomendou tudo isso

*Ela me leva para a cozinha, eu observo a casa que parece ser bem grande só para 2 pessoas*

Alice: encomendei tudo por telefone, o hospital aqui não tem as injeções, pede de outro fora da cidade e temos que esperar. Lá pediram para gente procurar a Hilda, essa cidade é pequena mesmo

Aisha: Hilda entende tudo das flores e plantas daqui, ajuda muita gente

Alice: Certo, o que você precisa?

*peço tudo a ela e enquanto preparo as coisas nós conversamos*

Alice: Meu irmão é um cabeça dura, ele normalmente caça com outros, mas viemos na frente alguns amigos da família já não tem casa aqui, então tem que alugar pousadas para chegar

Aisha: Poucos aqui caçam, vocês vieram para cá só para caçar?

Alice: É parecido com uma caravana de caça, onde as presas vão nós vamos atrás

Aisha: Não entendo muito sobre, está pasta vai arder muito caso colocado no ferimento, mas é a melhor para não ter infecção e para uma boa cicatrização você tem que aplicar bem dentro do machucado

Alice: Sander nunca vai me deixar passar, quando éramos menores a nossa mãe sempre tinha que segurá-lo para passar qualquer coisa

*Sander? Ela é irmã daquele homem, como não pensei nisso antes, o cheiro, a aparência e não há muitos visitantes na cidade*

Aisha: Você quer ajuda?

Alice: Claro, ele com certeza vai tentar bancar o machão perto de uma mulher bonita. Você é genial Aisha

*Pego a pasta e ela me arrasta para o andar de cima*

Alice: Sander?

Sander: Entre, sabe que dói para levantar.

Alice: Muito bem! Tenho uma surpresa para você.

*Alice me arrasta para dentro do quarto dele, fico surpresa ao ver ele sentado sem camisa de frente para uma escrivaninha, seus braços fortes tem algumas cicatrizes de aranhões que parecem profundos, a sua escrivaninha está cheia de papéis. Assim que os seus olhos encontram os meus ele fecha o livro na sua frente e tenta se levantar, mas geme de dor e volta a cadeira*

Sander: Aaarr.. Droga de perna, olá Aisha eu não sabia que viria pedi pra Alice só alguma coisa para dor, não para encantar minha vista

Alice: Então vocês já se conhecem, e você parece gostar dela, isso vai facilitar as coisas

*Eles me veem corar e parecem se divertir com isso, só então sander repara na pasta verde em minhas mãos e olha desconfiado para Alice*

Sander: Alice, o que você está planejando?

Alice: Você sabe que está mal, a senhora da floricultura disse que isso é o melhor remédio para que não infeccione e você pode estar bem quando os outros chegarem

Sander: Você só quer se vingar de mim por não ouvir você, não vou permitir que use uma bela mulher para me torturar

Aisha: Eu não sei bem do que estão falando, mas eu tenho que voltar logo ao trabalho então você pode me deixar ver a sua perna Sander?

*Alice sorri e ele cede virando a cadeira de lado para eu poder ir vê-lo, eu me aproximo, mas ele está de calças então não consigo ver nada além das manchas de sangue no jeans azul*

Aisha: Como espera que eu veja seu machucado?

Sander: Na verdade, eu espero que você me ajude a tirar a roupa

* sinto as minhas bochechas queimarem, quando olho os seus olhos ele está sorrindo com um olhar provocante*

Alice: Não abuse seu sem vergonha

*Alice puxa uma pequena faca e rasga a parte da calça que cobre o ferimento*

Sander: Não estava falando sério, só acho que você fica linda quando cora Aisha

Aisha: Pare de me provocar sander

*Me aproximo e vejo uma mordida feia em sua coxa, está bem profundo e ainda sangra, o que me diz que ele ainda não limpou corretamente, quando Alice vê a gravidade parece ficar preocupada*

Alice: Como escondeu algo assim de mim, você é um idiota sabia!?

Aisha: Preciso de um pouco de álcool e bandagens, está sangrando porque não foi desinfetado corretamente

Alice: Vou pegar

*Alice sai, me ajoelho ao seu lado para conseguir ver melhor, tento pegar ao redor do machucado, mas sander pega meu pulso e aperta com força olho em seus olhos, mas ele parece em transe pensando em algo*

Aisha: Sander, você está me machucando

*Seus olhos estão em minha direção, mas sua mente parece distante enquanto ele aperta mais forte, uso a outra mão para apertar seu rosto e aproximo meus olhos dos dele e falo com firmeza*

Aisha: VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO!

*Ele larga a minha mão e os seus olhos parecem em surpresa, não sei se pelas minhas palavras ou se pelos poucos milímetros que separam os nossos corpos, afrouxo o aperto em seus rosto e ele põe a sua mão sobre a minha, desta vez com ternura e os seus olhos parecem procurar fundo em minha alma*

Sander: Me desculpe, não quis te machucar, me perdi em uma lembrança dolorosa.

*Agora que parece perceber nossa distância ele fica um pouco envergonhado*

Aisha: Tudo bem, você realmente parecia longe... Des.. Desculpe ter chegado tão perto

*Tento-me afastar, mas ele passa o braço em volta da minha cintura me prendendo a ele*

Sander: Sabe quando olhei para você, lembrei de uma coisa que a minha mãe contou-me quando era pequeno. O meu pai morreu num tipo de guerra, naquela noite muitas pessoas morreram, e muitas mais teriam morrido, mas uma mulher ajudou mulheres e crianças a ir para longe durante um grande confronto, a minha mãe estava grávida da Alice na época eu tinha alguns anos e não lembro muito, mas minha mãe sempre chamou a mulher de anjo da noite de cabelos brancos como as nuvens, desde o momento que te vi pela primeira vez isso veio a minha mente, quando vi você agora mais de perto me lembrei de olhar para trás enquanto estávamos fugindo e ver uma mulher com cabelos brancos, como a neve, como você Aisha.

Aisha: Sinto muito por você, mas nunca ouvi falar de guerra aqui Sander então acredito que você estava em outro lugar e não devo ser a única pessoa de cabelo branco no mundo. Ainda sim, mesmo que aqui tivesse havido uma guerra e eu fosse filha desta mulher não o poderia ajudar

Sander: Porque diz isso?

Aisha: Não conheci a mulher que me gerou, Hilda, minha mãe, encontrou-me abandonada num cesto ainda bebê no meio da floresta. Não acho que um anjo faria algo assim

*Seu olhar fica incrédulo, e a sua irmã entra pela porta com álcool, bandagens e algodão nas mãos*

Alice: Não acredito que vocês mal se conhecem e já vão se pegar

* Sander me solta e eu me afasto, me sinto tão envergonhada, estava em seus braços até agora e não percebi*

Aisha: Na.. Não é nada disso que você está pensando

Alice: Realmente fica muito fofa vermelha Aisha, não me importo que queira pegar o meu irmão, apenas não se machuque quando partirmos, como te disse, vivemos viajando

*Ela entrega-me as coisas e agora posso voltar ao machucado dele, ela não estava brincando quando disse que não conseguiria sozinha, Alice teve que segura-lo enquanto derramo álcool e passo a pasta no seu ferimento, mas depois de muitos resmungos e xingamentos á irmã eu terminei e coloquei bandagens*

Aisha: Pronto meninão kk, você está liberado, tente não forçar a perna nos próximos 3 dias e limpe uma vez por dia. Tenho que voltar à loja.

Sander: Zombe a vontade, você realmente não poderia ser um anjo, mas pode ter um dom para tortura

*Sorrio para ele e me levanto para partir*

Aisha: Melhoras para você caçador, Alice pode levar-me à porta?

Alice: Claro vamos, obrigada pela ajuda

Sander: Espere! Como posso falar com você Aisha?

Aisha: Eu moro com Hilda, a parte de trás da loja é uma casa, pode ligar para o telefone de lá também, não uso celular.

*despeço-me, Alice me leva à porta e volto à loja com mais coisa ainda para pensar *

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Comments

Edilaine Januário

Edilaine Januário

começando 13/02/25

2025-02-13

0

Margarete Gaya

Margarete Gaya

Olá começando a ler 28/12/24 Ele é um caçador e como foi mordido ele poderá se transformar em lobo e ele vai perseguir ela

2024-12-28

1

Maria Nice Grudgen

Maria Nice Grudgen

Ótima história 🥰

2024-11-23

0

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Atualizado até capítulo 64

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