Capítulo 12

Jane contou a sua sobrinha sobre o namorado dela. A mesma ainda não havia iniciado as relações sexuais com ele- mesmo que tenha dormido na casa dele- mas que estava feliz com aquela relação, pois Luciano era um homem que a respeitava- além de ser muito carinhoso com ela.

Jane: um dia você o conhecerá, ele é simplesmente maravilhoso. Depois que o seu tio morreu há cinco anos, eu pensava que não fosse mais me relacionar e gostar de mais ninguém, mas quando conheci o Luciano, algo dentro de mim me fez perceber que já era a hora de eu seguir em frente e acredito que o mesmo esteja acontecendo ainda com você.

Érica: eu não sei tia. Eu ainda amo o Cássio, afinal, foram dez anos de casamento, que agora foram jogados por água abaixo.

Jane: eu sei minha querida, mas a vida não é um mar de rosas e está na hora de você aprender a seguir em frente sem ele ao seu lado. Aproveite o tempo que ainda te resta.

Érica: é, eu estou fazendo isso. Queria muito ter conhecido o Sílvio há mais tempo porque faltam poucos meses e as vezes tenho medo de durar menos tempo do que o médico falou.

Jane: não pense nessas coisas- ela respira fundo, tentando conter as lágrimas- os seus pais já sabem sobre isso?

Érica: ainda não, o papai continua lá no hospital, mas os médicos disseram que as chances dele acordar são mínimas.

Jane: o seu tio Erick se tivesse vivo, ficaria muito triste em ver o irmão dele naquele estado.

Érica: verdade, o tio Erick era um homem muito bom e íntegro.

Erick era o ex marido de Jane. Ele morreu com câncer no esôfago e desde então todos ficaram preocupados que outros membros da família herdassem o gene do câncer.

Érica já estava na lista para transplante quando o tio dela faleceu. Ele já havia feito uma cirurgia para substituir um rim, mas os médicos disseram que o caso dela era mais grave do que parecia, porque o sangue dele havia sido contaminado quando foi feita a transfusão do órgão.

Jane: eu apenas queria que o médico encontrasse uma solução de te salvar. Foi muito duro para mim, perder o Erick e nem quero pensar em perder você também.

Érica: eu não iria contar agora porque os médicos ainda estão vendo se isso é possível, mas eles estão fazendo um programa do qual estão cuidando de pessoas com estados terminais, dando a chance delas viverem por pelo menos mais dois anos. Eles estão vendo se eu me encaixo nesse padrão e se der positivo, minhas chances aumentam. O único lado ruim é que eu nunca saberei como é estar grávida.

Jane: eu já tive essa sensação, mas durou apenas duas semanas. Aquele dia foi um dos piores da minha vida. Ver um pequeno feto ser expelido de mim fez-me sentir uma pessoa horrível. Nunca mais consegui engravidar depois disso e o seu tio também desistiu de tentarmos.

Érica: entendo, mas a senhora nunca teve vontade de adotar?

Jane: sim, mas é muito difícil hoje em dia aceitarem por eu não ter um homem rico ou uma casa maravilhosa. As minhas condições também não são das melhores. Não tenho conforto, mas vivo bem com o que tenho e com o tempo, aprendi a gostar de viver sozinha.

Érica: é complicado essas coisas tia, mas creio que se for para ser, a senhora ainda terá um bebê, seja pelo método tradicional ou por adoção.

Jane: agora vamos trocar de assunto e aproveitarmos o nosso dia juntas.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

As duas passaram o restante do tempo todo conversando e Érica decidiu voltar para a casa de Silvio às 19h, porque queria descansar e arrumar melhor o seu novo quarto e deixar tudo arrumado na casa para quando Cássio chegar do trabalho.

Érica: Nos vemos em outro momento tia.

Jane: está bem e se cuide. Ah! Não esqueça de aproveitar bastante com o advogado bonitão.

Érica: pode deixar- ela dá um beijo na testa e um abraço em Jane e entra no táxi, rumo ao seu novo lar.

O trajeto foi meio longo devido ao trânsito, mas ao chegar na casa, as luzes já estavam acesas- sinal que havia alguém por ali. Então, Érica tirou as suas sandálias- que já estavam doendo os pés dela- e entrou na casa descalça, encontrando com Silvio sentado no sofá da sala analisando alguns documentos.

Ao vê-la, o mesmo para o que está fazendo e se aproxima dela, lhe dando um abraço:

Silvio: olá- ele faz carinho nos cabelos dela- como foi na casa da sua tia?

Érica: Olá Sílvio- ela retribui o gesto- foi bom, eu gosto muito de estar perto dela. E o seu dia como foi?

Silvio: cansativo, como sempre. Mas pelo menos agora estou em casa e você estando aqui, melhora a minha noite.

Érica: quer que eu prepare algo para comermos?

Silvio: eu tenho que ir ao supermercado e outra vez eu esqueci de fazer compras. O que acha de irmos até o Atacadão? Lá as coisas têm os preços melhores e são muitas variedades.

Érica: tudo bem. Eu apenas preciso colocar um chinelo, porque essa sandália deu calo no meu pé.

Silvio: tá bem, eu te aguardo aqui na sala. Também preciso de um banho e colocar uma roupa mais leve.

Érica optou por tomar um banho frio e ao terminar- porque sentia o seu corpo soado- e ao terminar, vestiu uma calça jeans-clara e uma blusa de manga curta na cor branco.

Já Sílvio quis colocar uma bermuda de malha na cor bege com uma camiseta de manga curta preta e nos pés, calçou um tênis de cor preto.

Ao sair do quarto, Silvio ia caminhando em direção a sala, mas avista Érica passando perfume e fica espiando pela fresta da porta.

Érica percebe que tem algo a observando e olha para trás, vendo Silvio com o rosto vermelho por ela ter descoberto isso dele.

Mas ela tem uma reação diferente, ela abre mais a porta e se aproxima dele e diz:

Érica: estava gostando do que viu?

Silvio: É... me desculpe. Eu iria te esperar na sala como combinamos, mas eu fiquei encantado com a sua beleza. Eu não queria ter te espionado, me desculpe.

Érica: está tudo bem, afinal, aqui é a sua casa e eu não achei ruim você ficar me observando.

Silvio: é mesmo?- ele faz carinho no rosto dela- você é tão linda, sabia?

Érica: Ah, Sílvio! Eu não mereço tudo isso vindo de ti.

Silvio: é claro que merece- ela sente a pulsação dela acelerar- eu posso?- ele olha para a boca dela.

Sem esperar uma resposta, Silvio a toma com um beijo calmo, porém repleto de novos sentimentos por ela. Érica retribui na mesma intensidade, sentindo todo o seu corpo se arrepiar.

Dessa vez ela não recua quando ele aprofunda o beijo e ele aproveita para encostá-la na parede, onde para os beijos e inicia uma trilha de beijos pelo o pescoço dela, a fazendo arfar em seu ouvido.

Érica: Ah... Silvio!- ela geme de leve no ouvido dele, o que faz aguçar algo dentro de ambos.

Ele continua beijando o pescoço dela, mas resolve não avançar muito, retornando para os lábios dela. Porém, nem tudo se pode controlar e ela sente quando ele está com vontade de algo mais profundo.

Apesar do rosto dela ficar avermelhado, ela se pressiona de leve nele, fazendo com que ela sinta como ele está naquele momento.

Silvio gosta da aproximação e sente o seu sangue ficar quente- o que faz ele pegá-la no colo e a levar para a cama onde ela dormiu na noite anterior.

Ele deita por cima dela e continua a beijando, mas logo para quando lembra que a saúde dela pode não estar tão boa para avançar no momento.

Silvio se levanta da cama e a puxa novamente para os seus braços, a beijando outra vez. Érica não entende o motivo dele ter recuado na cama, mas prefere não perguntar e resolve arriscar, colocando a mão sobre o membro dele por cima do short dele.

Silvio: não irei avançar com você hoje.

Ela apenas concorda e interrompe o beijo:

Érica: então é melhor irmos, porque já deve ser quase oito horas e o mercado costuma fechar às 21h.

Silvio: verdade, vamos, mas antes- ele a toma outra vez num beijo mais selvagem, fazendo o corpo dela se aquecer novamente- pronto. Você já está pronta?

Érica: sim...- ela responde meio ofegante- eu gostei do nosso beijo.

Silvio: eu também gostei muito- ele acaricia o rosto dela- eu não sei se você pode fazer ou não, por causa da sua saúde e eu fiquei com medo de arriscar e você passar mal.

Érica: o médico não me proibiu, desde que usasse preservativo porque tenho poucos anti-corpos e não seja tão intenso porque estou em tratamento.

Silvio: entendo e você sente muito desejo em ter relações?

Érica: sim, mas as vezes eu prefiro ir devagar para não passar mal.

Silvio: eu entendo e quando você quiser fazer comigo, estarei a sua disposição- ele dá outro beijo nela e a puxa para a sala gentilmente- vamos, já são 20h25 e eu quero terminar de organizar o meu material de trabalho antes de ir dormir.

Érica: tá bem, vamos- ela segura na mão dele e os dois saem de casa, rumo ao supermercado mais próximo da cidade.

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