Capítulo 11

O dia da festa de boas-vindas ao novo Dono da Companhia chegou, todo o pessoal tem que comparecer.

Emily está um tanto relutante, não quer vestir nenhum de seus vestidos de noite, está um pouco resfriada e o que quer é descansar em casa. Mas é obrigatório, por isso deram a eles um bônus generoso.

“Por que recebi esse bônus, deveria ter recusado e não teria que ir, droga!”

Emily estava trocando de roupa quando a campainha tocou.

“Tomara que seja alguém avisando que a festa foi cancelada, mas se fosse isso, teriam ligado, ai... como isso é chato”, dizia para si mesma enquanto esfregava a testa com certo incômodo.

Quando abriu a porta, era Nathaly, como se a noite não pudesse piorar...

Emily, com seu costumeiro sorriso diplomático para Nathaly e de má vontade, permitiu que ela entrasse.

“Oi, Emy, vim aqui para que você não vá sozinha para a festa, ou você pretende levar alguém?”

“Nem eu quero ir, muito menos levaria alguém!” resmungou baixinho.

“Desculpe, não ouvi.”

“Nada, nada. Está tudo bem; me dê alguns minutos, por favor.” Emily voltou para seu quarto para terminar de se arrumar, sentada em frente ao espelho da penteadeira, maquiava-se um pouco para não parecer tão pálida por causa do resfriado, de repente sentiu um olhar penetrante cravado em suas costas.

Pelo espelho de sua penteadeira, ela conseguiu ver parte do corpo de Nathaly, que a observava da soleira da porta.

Emily teve uma sensação de hostilidade que a fez sentir arrepios.

Levantou-se da cadeira onde estava sentada, virou-se e olhou diretamente para Nathaly, ao fazer isso, a expressão de Nathaly mudou. Era inacreditável que aquela mulher que dias atrás havia dito que tinha medo de dormir em lugares desconhecidos e que tinha uma personalidade tímida tivesse uma expressão tão tenebrosa.

“D-desculpe, eu não queria interromper, acho que você está muito bonita.”

“Huh... obrigada, já estou pronta”, disse ela gentilmente, mas seus olhos tinham um brilho de desconfiança. Por que é tão difícil para essa mulher me dar privacidade? E que olhar maluco foi aquele? Ela pensava enquanto se esforçava para mostrar um sorriso.

“Vamos então.”

“Claro”, disse Emily enquanto se dirigia à porta, certificando-se de fechar portas e janelas; ela foi até seu carro que estava estacionado na rua em frente à sua casa.

Eles chegaram ao Hotel M&H, era tão luxuoso e tão brilhante, decorado de forma ostensiva, mas refinada, assim que entraram, um garçom se aproximou para indicar o caminho, outro se aproximou com bebidas, alguns passos e outro oferecia canapés. Toda a equipe estava atenta para dar o melhor serviço aos presentes.

A bebida ajudou Emily a relaxar um pouco, o ambiente era agradável, então ela se sentiu à vontade, apesar de sua relutância em comparecer e da estranha companhia que estava ao seu lado.

Seus colegas se aproximaram deles, todos conversando e rindo. Alguns minutos se passaram quando a música parou, o mestre de cerimônias no centro do salão pediu a atenção de todos, naquele momento todos prestaram atenção e fizeram silêncio.

“Esta noite estamos aqui para iniciar um novo ciclo da empresa B&co. Agradecemos a todos os presentes por sua presença neste importante evento. O Sr. Bernal, dono da empresa, fará algumas palavras.”

O Sr. Bernal, um homem de 60 e poucos anos, bem conservado, de rosto afável, pegou o microfone e começou a falar.

“*Sejam todos bem-vindos, hoje é um dia importante para todos nós, estamos reunidos aqui para encerrar um ciclo e iniciar outro na companhia de todos vocês que fazem parte desta grande empresa, que nos tornou líderes na cidade e uma das mais importantes do país.

Hoje venho até vocês cheio de alegria por vê-los todos reunidos aqui, talvez esta seja a última vez que o faremos, não nos cruzaremos mais nos corredores, nem nos eventos de final de ano, vim agradecer o apoio e o excelente trabalho, e também me despedir, ao meu lado está o Sr. Alexander Smith, a partir de agora as reclamações são com ele, hahahaha, (toda a plateia ri), a partir de agora a B&co. muda de mãos, também muda de nome. Mas chega de minhas palavras, vamos dar as boas-vindas ao Sr. Alexander Smith.*”

Ouviram-se aplausos e fofocas.

- Ele é muito jovem.

- Ele é muito bonito.

- Ele tem uma excelente postura.

- Será que ele é casado?

- Quero ser sua secretária e sentar em seu colo.

Após os aplausos, toda a plateia fez silêncio, enquanto observava o belo homem que se encontrava no centro do salão.

Ele pigarreia e começa seu discurso.

“Boa noite a todos, espero que não haja muitas reclamações (todos riem) hoje agradeço a todos pelo extraordinário trabalho realizado, que é o que tornou a empresa uma das mais fortes do país, sem vocês não seria mais uma. Espero que continuem assim, a partir de hoje a B&co. muda seu nome para S&co. e espero que possamos nos dar bem e trabalhar duro. Obrigado a todos.”

Enquanto Alexander falava, alguém chamou sua atenção, uma garota de cabelos castanhos e traços delicados estava no fundo da multidão, com uma taça de vinho na mão, ao seu lado estava outra garota com cabelos quase da mesma cor, pareciam semelhantes, mas com menos charme e nada de extraordinário, seus olhos se fixaram em ambas.

Uma delas percebeu aquele olhar. A garota caminhou até os banheiros, enquanto o Sr. Smith recebia saudações e elogios de seus novos subordinados, ele não tirava os olhos da garota que capturou sua atenção.

Ele sentiu seu celular vibrar no bolso do casaco, era uma ligação, quando pegou o telefone percebeu que era uma ligação sem importância, porém, para se livrar de todas as pessoas que o cercavam, ele fingiu atender e fez um gesto de que pedia desculpas e se afastou da multidão.

Ele viu a mulher indo para os banheiros e com passos rápidos a alcançou.

Sem perder tempo, ele a agarrou pelo braço com força e começou a cuspir palavras com uma voz urgente: “É ela?... Estou falando com você... “Meu anjo... é ela.”

“E-eu ainda não sei, Sr. Smith, ainda estou verificando”, respondeu a mulher, o medo em sua voz era evidente.

Ele a segurou pelos ombros com muita força, deu-lhe um forte empurrão contra a parede, estava prestes a perder o controle de seus impulsos, seus olhos brilhavam de raiva,

“Você sabe que eu não estou brincando, então não se faça de boba, é ela? Responda! Sim ou não? Não tente ser esperta!... Finalmente encontrei MEU ANJO."

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