Eu chorava em frente à grega que tentou ajudar-me.
— Eu não tenho condições de pagar pelo hospital, senhorita.
— Eu sinto muito, mas infelizmente eu não posso fazer nada para os senhores Petrakis atenderem-lhe
— Eu não tenho emprego, por favor ajude-me. —
Ela dá-me um olhar de pena e por fim novamente liga…
' A minha avózinha é a única pessoa que me resta no mundo. O que eu farei se perder?'
— Ele disse isso? — Ouço a voz da mulher ao telefone. — Tudo bem eu vou falar. — ela desliga e o seu olhar pousa em mim. — O CEO disse que aqui não fazem caridade. Eu realmente sinto muito. — Passei as costas da mão nos olhos e só me restou sair dali
— Menina?
— Sim?
— Aqui é todo o dinheiro que eu tenho. — ela ergueu-me um bolo de dinheiro e eu fui até ela agradecer.
— Obrigada, muito obrigado.— peguei o dinheiro e saí do enorme prédio onde os vidros reluziam.
"O que eu farei para salvar a minha avó?"
Comecei a caminhar pela calçada até que vi um enorme homem a me seguir. Dei passos mais rápidos, mas como sou pequena parecia que eu estava no mesmo lugar.
— Espere.— Ele gritou e eu comecei a correr.
— Por favor, não me faça mal. — digo em desespero tentando fugir do homem. Que nem precisa se esforçar para segurar o meu braço.
— Por favor senhor, eu só vim aqui porque eu preciso de ajuda.
— Soltei-a, Taurus está a assustar a menina. — uma voz grossa ecoou atrás do muro que me segurava. — Desculpe a abordagem, é que eu precisava alcançar-lhe.— Um senhor de cabelos grisalhos, olhos verdes, alto e muito charmoso fica ao meu lado. O seu terno alinhado mostra que… Que burra, eu já o vi nas revistas. É o senhor Heleno Petrakis. Fiquei a encarar o senhor que me analisava.
— O senhor já disse que não faz caridade. Eu entendi o recado, se me der licença tenho que ver um jeito de arrumar ajuda!
— Não fui eu quem lhe negou ajuda menina.— ele ergueu uma sobrancelha e puxou um sorriso.
— Uma japonesa de olhos azuis?
— Eu não sou jap.…
— Uma coreana, desculpa é que são realmente muito parecidos. — ele se corrige e eu fiquei tentando entender o porquê desse senhor está na minha frente. — Então quer conversar sobre a ajuda que quer? — Eu consegui sorrir de felicidade.
'Será que eu iria salvar a minha avó.' penso abrindo o meu coração.
— Infelizmente eu não trabalho. Melhor dizendo, eu não trabalho fixo em nenhum lugar. A minha renda vem da comida Coreana que eu faço e vendo para os meus poucos clientes! É cozinhado que eu sobrevivo com a minha avó que me ajuda.
— Taurus. — De cabeça erguida eu quase chorei, ele não estava a ouvir.
— Senhor?
— Traga o carro, não é certo conversar com a moça aqui. — Ele estava sim, ouvindo o que eu falava.
'Mas para onde ele iria me levar? E se ele… Os homens como ele pode usar e abusar de uma garota como eu.'
— Senhor, é melhor falarmos aqui. — Dei dois passos para trás. Ele novamente puxa um sorriso que é bonito.
— Não pretendo fazer-lhe mal. Não precisa temer sair comigo.
— Desculpe senhor, mas é o que um agressor falaria para tranquilizar a vítima. —
… Hahahahah… a gargalhada do senhor ecoou.
— Você é muito esperta. Uma coreana que fala a minha língua e apesar do sotaque fala muito bem. Tem olhos azuis lindos e intrigantes e ainda me faz rir. Tenho idade para ser seu pai ou o seu avô se assim lhe tranquilizar. — levei a mão à boca para rir da careta que ele fez.
— Num lugar público? — Ele enruga a testa e parece pensar…
— Que tal um restaurante onde poderemos ter uma sala privada? A senhorita conta-me que posso ser útil e eu lhe digo um sim ou um não? — eu confesso que o não me feriu o coração. Mas não me restava mais nada a não ser concordar.
— Certo, muito obrigada por me ouvir. Se eu receber um não, já foi um grande prazer estar frente a frente com o CEO Heleno Petrakis. Senhor CEO, aliás. — ele sorri novamente e o tal Taurus para o carro no acostamento. Tenho gentilmente a mão do senhor pousada nas minhas costas. Ele guia-me para o carro.
Taurus abriu a porta e eu acomodei-me no banco traseiro, o senhor Heleno sentou-se ao meu lado e Taurus tomou a seu lugar como motorista e em seguida deu partida no carro.
O senhor não fez nenhuma pergunta e o nosso trajeto foi um silêncio agradável.
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"Uau!" Digo internamente ao ver estarmos num restaurante de luxo. Olhei para a placa de apresentação e deu um suspiro.
"" Oikos Petrakis εστιατόρια"" (Família Petrakis restaurante)
Eu estou aqui em busca de ajuda e essa família é dona de quase tudo aqui na Grécia.
— 'Como será ter tanto dinheiro?' — Murmurei
— Não é tão bom assim.— E murmurei alto já que ele havia respondido.
— Desculpe, é que eu preciso de tão pouco para o senhor que tem muito.
— Tenho perdas irreparáveis que o dinheiro não pode trazer de volta! — ouvindo isso só me restou calar.
— Sinto muito! — digo tentando ser solidária.
— Tudo bem, infelizmente faz parte da vida.
— Senhor Petrakis por aqui.— O garçom chama e nós o seguimos e mais uma vez…Uau!... Digo mentalmente ao chegar no segundo andar e observar a vista linda que o lugar tinha. Ele leva a mão nas minhas costas e no lado direito ele puxou a cadeira.
As cadeiras pareciam de ouro, o enorme é imensurável.
— Obrigada, senhor. — Ele assentiu e tomou uma cadeira na minha frente.
— Sei que você comeu comida grega. Mas garanto que em nenhum lugar provou uma culinária como desse restaurante. Sabe, a minha mãe era apaixonada por cozinha. Como deu para perceber, eu já nasci com sobrenome e família reconhecida por excelência e competência administrativa. — Um jeito educado de ele dizer que já nasceu podre de rico. Dou um sorriso e ele completa: — O meu pai construiu esse restaurante para minha mãe como um presente de dois anos de casados.— ele sorriu e olhou à sua volta. — Não deixei acabar a essência do lugar. Modernizamos eu e o meu neto, mas sem tirar o que mais amamos ser essa vista linda e os pratos que ela trouxe era receita da minha bisavó. — Apaixonada, eu olhava para o ambiente moderno com um toque rústico
— É muito lindo e a vista é maravilhosa!
— Sim. Cresci aqui dentro, aqui o meu pai vinha para almoçar conosco e à noite nos pegava para irmos embora. A minha mãe amava ser útil aqui. O meu pai trabalhava o dia todo fora, exceto as refeições que não deixava de estar conosco. Eu…— ele dá uma risada. — Corria escada acima e abaixo o dia todo. Quando eu sentia sono, a babá colocava-me naquele cantinho ali. — Apontou discretamente com o queixo. Girei a minha cabeça e tinha um cercado onde havia uma salinha montada para crianças. Cercadinho, cama, mesinha, o espaço bonito, era realmente um espaço infantil. — A minha irmã caçula quando nasceu eu já estava com 6 anos. Mais arteira que eu, juntos quase deixamos os antigos funcionários loucos antes da abertura do restaurante. — Ele riu e continuou: — A nossa mãe sorria o tempo todo. O nosso pai era só felicidade ao chegar aqui e nós dois pulamos no homem de terno alinhado, amassando o seu terno. Ele não se importava, a minha mãe mandava-lhe sempre ternos reservas para o escritório, eu fui muito feliz aqui dentro! O meu filho e neto cresceram aqui, a minha mãe estava mais velha, mas não deixou o lugar parar nem depois da morte do meu pai. — vejo-o engolir seco e os seus olhos o traírem se enchendo de lágrimas. Ele dá uma leve tossida para se recompor. — A vez da senhorita falar. Saiba que abri o meu coração, vamos ver se ganhará a ajuda desse velho aqui!
— O senhor não é velho. Parece até a minha avó falando, o senhor e ela se dariam muito bem. Bem, a minha história é triste como a do senhor. Como sei que todos são curiosos com os meus olhos. Somos sim, coreanos, porém a minha bisa não era!
— Grega?— Dei uma gargalhada com a dedução correta dele.
— Sim, grega! Os olhos dela, os da minha avó, da minha mãe e os meus são azuis. Uma única herança genética passada de geração em geração.
— Confesso que é fascinante ver esses olhinhos puxados brilharem num azul lindo. Não estou a cortejar.
— Será? — brinco e ele ri.
— Talvez se eu tivesse uns 20 anos, aí sim! — Rimos. — Conte-me tudo, sinto dentro de mim que a nossa conversa será muito agradável e proveitosa para ambos!
— Eu sou a coreana Aein kan, filha única, nascida de uma filha única. O meu pai tinha um irmão. Os meus pais casaram-se, e como já eram do interior começaram a plantar e ganhar o deles. Quando eu tinha 16 anos, eles deixaram que eu fosse a responsável ao lado da vovó pelas compras e entregas de legumes. A minha mãe não ia sem pai e nem pai, ia sem a minha mãe. Eu entendia, eles amavam trabalhar juntos, amavam ficar juntos. E era da terra que saia o nosso sustento. Bem, a minha primeira ida à capital foi marcada pela tragédia! O garçom vem com os pratos, sei que ele não perguntou por ser a preferência de prato do senhor Petrakis.
— Obrigado, Minos.— Ele agradeceu e eu sorri a agradecer também ao homem que novamente deixou-nos a sós…
— Se desejar comer primeiro? Confesso que quero ouvir sobre a senhorita um pouco mais.— assenti e peguei o copo de água e ao girar vendo a água balançar a minha mente reviveu o dia.
— Foi tudo muito rápido, o alerta soou quando estávamos quase chegando. — Eu senti um nó na garganta e respirei fundo tentando acalmar para contar o acontecido: — Na Coreia do Sul os tufões quando vem levam com eles tudo deixando somente dor e tristeza. Naquela tarde ele devastou tudo ao seu redor. Nós já morávamos bem afastados do condado de Pyeongchang, província de Gang-won. Poucas casas e muita plantação.— eu via a imagem e tudo sendo destruído na minha mente, passava como um filme, as minhas lágrimas caiam e eu sentia descendo quente na minha face. Era necessário contar: — Ele ficou mais intenso onde era nossa vila. Eu e a minha avó sofremos pouco porque tivemos ajuda de uma moça que nos puxou até deixar-nos seguros. Pareciam anos até que finalmente ele passou e assim que saímos corremos. Bem, a garota que descobri que tinha a minha idade também foi conosco, pois, os pais dela também plantaram lá. — comecei a soluçar e senti a mão do senhor sobre a minha.
— Quando vocês chegarem lá tudo fora destruído e não havia nenhum sobrevivente, imagino?
— Sim! Ali aos meus 16 anos eu perdi tudo!— ele esfrega com carinho a minha mão.
— Eu sinto muito! Como veio parar aqui?
— A minha avó tem passaporte. Como tudo aconteceu muito rápido, o avião que foi nos buscar tinha um grego e a minha avó implorou para que ele nos trouxesse para cá. Ele não negou ajuda assim que descobriu que nada mais ali tinha importância para nós. A moça que nos ajudou, a minha avó trouxe-a junto! Conseguimos um local para ficar de graça por dois anos. E depois teríamos que arrumar os meus documentos e o de Yarin para podermos continuar aqui na Grécia. Mas não é assim tão fácil viver aqui, e infelizmente não consegui a minha legalidade nem a de Yarin. Paramos de receber ajuda no fim do ano passado e vivemos do que eu cozinho. Yrina ainda teve a infelicidade de cruzar o seu caminho com um idiota que lhe deu emprego, a seduziu e a coitada terminou grávida de três meses. Ainda temos essa criança para cuidar! Ela é nossa família, se é para continuar a sofrer, que seja em família. — Ele soltou a minha mão e entregou-me um lenço. — Obrigada! — Limpei os meus olhos, tomei água e enfim ia chegar onde queria. — Já ouviu a frase que quando está cagado de urubu vem outro e caga por cima?
…Hahahahah… ele riu. — Essa é nova, irei usar.
— Nova para o senhor! Eu quando vejo urubu voando no céu corro para dentro de casa. Chega de sujeira.
… Hahahahah… o senhor se divertia com a minha dor.
— Desculpe, é que você realmente fala coisas que me fazem rir quando eu deveria estar chorando.
— Que bom que eu divirto o senhor. — Falei em tom divertido.
— Me faz rir, eu gosto disso. Então o que o urubu cagou em você? — ele perguntou prendendo o riso.
— Em mim e na minha avó!
— Então a ajuda é para sua avó?
— Sim, senhor! Vovó lavando a cozinha que eu sempre falo que não é para ela fazer, enfim, desobediente como é, bem, ela jogou cloro no chão. Ele ficou escorregadio e teve uma queda feia. A minha avó quebrou a perna e o braço!
— Ela precisava passar por cirurgias e vocês não tem como pagar, já entendi! — engoli em seco e assenti. — Como encontrou-me?
— Yarin sabia do prédio sede.
— A amiga que vocês trouxeram!
— Sim! Antes que pergunte como, vou lhe relatar que trabalha lá o homem que a enganou.
— Como?
— O cara que a contratou como diarista e a engravidou. Ele trabalha lá no RH. — ele ergue uma sobrancelha…
— Qual o nome dele? — Olhei para o nada, afinal a história é de Yarin. — Posso fazer esse sujeito ajudar com a criança. Ela não o fez sozinha. — fala correta dele…
— Artemio! — afirmei olhando em seus olhos.
— Artemio Zervos?— indagou
— Isso! É este idiota mesmo. — Vejo o lábio do senhor tremer. Sei que ele conhece o cara.
— É, você realmente trouxe muita informação para minha vida! Bem, irei cuidar das questões da criança com ele.
— Senhor, tenho que falar com Yarin. Eu temo de ela se magoar se souber por terceiros o que eu lhe contei.
— Pode ficar tranquila, faremos assim, a senhorita irá falar com ela e me dará um proceder. O resto é comigo!
— Combinado!—
'Fui para resolver sobre a saúde da minha avó e acabei ajudando Yarin.' Dei um longo suspiro frustrado.
— Vamos comer? Eu acredito que sua avó precisará de toda sua força para passar pela cirurgia. — levei a mão à boca incrédula e não contive as lágrimas.
— Vai mesmo ajudar?
— Sim! Todos os procedimentos que ela passar serão custeados por mim!
— Céus, eu não acredito. — levantei e com ele sentado eu abracei. — Obrigada, muito obrigada! — Ele riu e deu um tapinha no meu ombro.
— Não por isso! Tome sua cadeira e vá se alimentar. Senhorita Aein, eu vou deixar aqui claro que não lhe custará um níquel sequer o que farei.
— Obrigada. — ele ergueu a mão…
— No domingo depois que tivermos com o médico, eu tenho uma proposta para a senhorita. E não aceito um não como resposta. Eu também tenho uma frase que uso muito. Sabe qual é?
— Não senhor. Qual?
— A troca de benefícios mútuos gera alegrias para ambos os lados. Você está feliz, agora falta eu estar feliz.
— Eu entendi, senhor! O que pedir eu farei de bom grado.
— Eu sei que fará! Sei que confia em mim. E eu confio na senhorita! — Sorrindo um para o outro e eu voltei a minha atenção para a comida. Na mente só vinha:
Ele ajudará a minha avó. Não me tratou com desrespeito. Acredito que o que ele irá pedir seja algo que o fará feliz! Será que ele irá pedir-me para trabalhar para ele? Benefícios para ambos. Sentindo o sabor maravilhoso da comida sai dos pensamentos.
— É muito gostoso! — ele sorri feliz.
— É uma receita da minha mãe! Fico feliz que tenha sido aprovado!
— Eu fico feliz por poder apreciar algo tão delicioso. E já vou adiantar que quero a receita! — Ele riu.
'É tão fácil conversar com ele. Céus, ele nem parece um homem poderoso que é. Eu estou encantada por Heleno Petrakis. Queria tanto que ele fosse meu avô.'
— Pode ficar tranquila que irei eu mesmo lhe ensinar.
— Aí, verdade?
— Sim!
— Mais um prato para minha venda.
— Acredito que não precisará vender o seu talento culinário para terceiros! — assenti e voltamos a nossa atenção para os pratos.
'Ele irá sim me arrumar um emprego, obrigada! Adeus Urubus e que as forças boas venham com tudo! '
Avózinha, eu consegui a ajuda que prometi. Espere por mim, eu te amo!
Venha logo domingo, pois quero um emprego de verdade!
......................
Continua com Argos...
Obrigada aos que estão a ler, e...
Beijos no coração 🥰🥰
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Almezina Santos Oliveira
começando hoje e estou gostando bastante!
2025-01-08
0
Rosilene Oliveira
tô gostando do vovô vai casar o neto com outra só pra ele não casar com a golpista
2025-02-04
0
Maria Izabel
Ainda não li suas obras.
Espero uma boa história.
2025-02-08
0