Capítulo 17: Entre Ternura e Tensão.

À medida que os dias se passavam, Serkan e eu começamos a passar mais tempo juntos, cuidando de Erhan. Enquanto dividíamos a responsabilidade de criar o bebê, também experimentávamos uma mistura complexa de emoções.

Havia momentos de ternura, quando nos pegávamos sorrindo juntos enquanto observávamos Erhan correr, cair e se levantar sorrindo ou soltar suas primeiras gargalhadas altas do dia. Era nesses momentos que a tensão que nos cercava parecia desaparecer, substituída por um sentimento de cumplicidade e conexão.

Em uma tarde ensolarada, Serkan e eu levamos Erhan para um parque próximo. Enquanto o bebê se deliciava com as cores vibrantes dos brinquedos e o balanço suave, Serkan e eu nos encontramos em um olhar intenso, um lampejo de atração pulsando entre nós.

— Ayla, eu não posso negar a atração que sinto por você! — ele disse em um sussurro rouco, sua voz carregada de desejo reprimido. — Mas ainda há uma nuvem de desconfiança entre nós. Eu não sei se posso me entregar completamente a esse sentimento.

Eu senti meu coração acelerar diante de suas palavras, meu corpo reagindo ao magnetismo que existia entre nós. Mas a incerteza persistia, um lembrete constante de que a confiança ainda era frágil.

— Serkan, eu entendo suas preocupações! — respondi, lutando para manter minha voz firme. — Eu sei que a estrada à nossa frente é desafiadora, mas eu acredito que podemos superar as barreiras. Precisamos construir uma base sólida de confiança e compreensão. Não vou negar que sinto algo por você, e também quero saber exatamente o que é.

Serkan se aproximou de mim, seus olhos buscando os meus com intensidade.

— Eu quero acreditar em você, Ayla. Quero acreditar que você é a mulher que eu procuro, a mãe que Erhan merece. Mas eu também tenho medo de me machucar novamente. Tenho medo que esteja fazendo isso apenas por Erhan, me usando.

Eu coloquei minha mão em seu rosto, acariciando-o suavemente.

— Eu entendo seus medos, Serkan. Eu também tenho os meus. Mas acredite em mim quando digo que meu amor por Erhan e minha dedicação a ele são genuínos e únicos como a mãe dele. Eu quero construir um futuro juntos, baseado no amor e na confiança.

Serkan ficou em silêncio por um momento, sua expressão oscilando entre a dúvida e o desejo. Então, ele se aproximou ainda mais, seus lábios roçando levemente nos meus. Uma corrente elétrica percorreu meu corpo, intensificando a chama que ardia entre nós.

Mas antes que o beijo pudesse se aprofundar, a voz de Erhan nos interrompeu, enchendo o ar com sua risada adorável. Serkan e eu nos afastamos abruptamente, nossos corações acelerados.

— Erhan sempre parece saber quando interromper o momento! — Serkan disse, tentando disfarçar o constrangimento. — Ele é um mestre em nos manter no limite.

Eu ri, sentindo a tensão se dissipar um pouco.

— Sim, ele certamente tem um senso de oportunidade. Talvez seja um sinal de que devemos focar em construir uma base sólida para ele primeiro.

À medida que os dias se desenrolavam, Serkan e eu continuamos a encontrar momentos de ternura, compartilhando risos e brincadeiras com Erhan. Mas também havia momentos de tensão sexual e discussões acaloradas, quando nossos desejos e inseguranças colidiam.

Em uma noite, enquanto discutíamos sobre as precauções de segurança para Erhan, nossas vozes se elevaram em um confronto acalorado. Serkan estava preocupado com a segurança de Erhan e eu estava determinada a não permitir que ele superprotegesse nosso filho.

— Serkan, eu entendo sua preocupação, mas Erhan também precisa aprender a enfrentar os desafios! — eu disse, minha voz cheia de frustração. — Ele não pode crescer em uma bolha protetora. Precisamos deixá-lo explorar o mundo e aprender por si mesmo.

Serkan olhou para mim, seus olhos injetados de raiva.

— Você não entende, Ayla! Ele é meu filho, um mafioso conhecido e sendo assim minha responsabilidade. Eu não vou permitir que nada o machuque.

Eu senti meu sangue ferver diante de sua teimosia.

— E eu também sou a mãe dele, Serkan! Eu sei o que é melhor para o meu filho. Nós dois temos o mesmo objetivo, Serkan, mas precisamos encontrar um equilíbrio.

Silêncio pairou entre nós, a tensão enchendo o espaço. Eu olhei para Serkan, seus olhos ainda queimando com a raiva, mas também com uma pitada de arrependimento.

— Ayla, eu não queria discutir com você! — ele disse, sua voz suavizando. — Eu só quero proteger Erhan. Eu me preocupo tanto com ele, às vezes acabo deixando o medo controlar minhas ações.

Eu respirei fundo, sentindo a raiva se dissipar aos poucos.

— Eu também me preocupo com ele, Serkan. Mas nós dois precisamos encontrar um meio-termo, um lugar onde possamos ser pais amorosos e protetores, mas também permitir que Erhan cresça e se desenvolva.

Serkan me olhou por um momento, sua expressão amolecendo.

— Eu quero fazer o que é melhor para ele, Ayla. Vamos encontrar uma maneira de trabalharmos juntos como pais.

Enquanto a noite avançava, Serkan e eu nos reconciliamos, entendendo que a tensão fazia parte de nossa jornada. Nós compartilhamos momentos de ternura e diversão com Erhan, mas também aceitamos que haveria desafios pelo caminho.

O amor que compartilhávamos por Erhan nos impulsionava a superar nossas diferenças, a encontrar um equilíbrio que nos permitisse ser os pais que ele merecia. E com cada obstáculo superado, nos aproximávamos cada vez mais, construindo uma base de confiança e compreensão mútuas.

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