Descoberta 1/2
Depois de verem aquele corpo morto, Antônio e John tentaram procurar Maria, mas não acharam ela e como não a viram no terceiro andar, imaginaram que ela tinha ido pra casa cedo.
Depois de jantar com sua família, Antônio foi para seu quarto, estava sem camisa e se preparando para dormir, quando seus olhos foram para seu espelho. Ele viu algo no próprio ombro que sumia, provavelmente estava nas costas. Antônio ficou intrigado, se aproximou lentamente do espelho e virou de costas, com dificuldade viu ali uma rosa vermelha com espinhos que subiam sobre seus ombros.
Ele viu essa tatuagem, não lembrava ter feito. Como isso era possível?!
Antônio
Merda.. Agora não posso andar sem camisa dentro de casa. Meu pai não liga, só que, eu não lembro de ter feito isso.
Antônio
Será que foi a Kaya?
Ele pensou consigo mesmo, os dois tinham uma brincadeira de desenhar no rosto um do outro, mas estava tão bem feito que sabia que não tinha sido sua irmã.
Ele colocou uma camisa de manga curta e tomou um pequeno susto com o barulho da sua porta.
Kaya
Tá surdo é? Eu tô batendo nessa porta há muito tempo.
Antônio
Foi mal, eu não tinha escutado.
Antônio
Tá precisando de alguma coisa?
Kaya
Quero conversar com você.
Kaya fechou a porta e se sentou na cama do seu irmão esperando ele sentar para ambos conversarem. Antônio não demorou muito e se sentou na cama também.
Kaya
Você tá ligado que temos um baile chegando né?
Kaya
Eu queria saber se você acha que devo chamar a Suzane.
Kaya
A.. Ela é uma garota loira de olhos azuis, você não deve conhecer.
Antônio
Chama ué, faz teu nome.
Kaya deu um soquinho no braço de Antônio e isso o fez rir de forma desastrada.
Kaya
Eu estou falando sério.
Kaya
Não sei que fruta ela curte e nem sei se ela vai aceitar.
Antônio
Bom, você só vai saber se pedir.
Antônio
Fica tranquila, o máximo que ela pode dizer é não.
Ele disse colocando uma de suas mãos no cabelo de Kaya. Os dois conversaram mais um pouco durante a noite e Kaya foi para o quarto dela dormir.
No dia seguinte na escola, todos estavam ainda falando do baile de inverno, os burburinhos eram cheios de alegria. John estava esperando Antônio chegar, mas foi abordado por outra pessoa.
Daniel
Desculpa te atrapalhar, mas posso te perguntar uma coisa?
Daniel chegou do completo nada e isso fez John se dispersar do seu celular.
Daniel
O que você e seu amigo foram fazer ontem lá em cima?
Daniel
Vocês só saíram correndo.
John
Ah, nada demais. Só curiosidade.
John sorriu, claro que estava mentindo, mas não poderia falar coisas assim para alguém que acabou de conhecer. Seus olhos foram para a rosa cor de rosa no antebraço de Daniel, era parecido com a parte visível da tatuagem de Maria.
John
Gostei da sua tatuagem. Onde você fez?
Daniel
Ah.. Isso. Eu não sei, não lembro. Só acordei com isso no meu corpo.
John
Só acordou? Isso é impossível. Para de brincadeira, onde tu fez?
Daniel
Eu já disse, não lembro.
John ficou um pouco assustado, enquanto Daniel olhava o próprio antebraço. Antônio chegou naquele momento, vendo de longe o clima estranho entre Daniel e John.
Antônio
Eai, John. Você é o cara que ajudou a gente ontem. Valeu mesmo.
Daniel
Não foi nada. Aliás, o que foram fazer lá?
Antônio
Nada de importante. E-...
Ele olhou o antebraço de Daniel, seu coração bateu errado e ficou um tempo sem reação, até apontar para aquela tatuagem e perguntar.
Daniel
De novo?.. . Tá.. Eu não lembro.
Ele olhou em volta, antes de falar qualquer coisa.
Antônio
Nós fomos lá pra cima, porque achamos que uma colega nossa tinha se machucado.
Daniel
Mas o que tem lá em cima?
Daniel
Lembro de semana passada ter escutado um rugido ou coisa assim.
John
Espera.. E você não ficou curioso em saber?
Daniel
Não. Eu não gosto de me meter em assuntos que não são meus.
Antônio e John se olharam confusos.
John
Tem uma coisa lá... Lá em cima.
John
É horrível e talvez seja por causa disso que estamos voltando pra lá pra cima..
Daniel
Eu sei. Eu não parava de escutar gritos e arranhões, então aproveitei que não tinha ninguém pra ver e.. Vi aquela garota ser atingida, mas o medo foi mais forte.
Antônio
Então você viu? Como que a gente não reparou nisso?
Daniel
Talvez por conta de uma coisa enorme que estava tentando matar vocês?
Antônio
É, deve ter sido isso.
Maria chamou do final do corredor, chamando Antônio e John, mas por algum motivo não andaram ainda, mesmo que Maria estivesse chamando. Antônio olhou para Daniel.
Antônio
Você.. Não vai contar pra ninguém, não é?
Daniel
Por que eu contaria?
Antônio suspirou e começou a andar em direção a Maria, seguido por John e Daniel.
Antônio
Depois te explico. Me diz o que você quer falar.
Antônio e John ficaram apreensivos, Daniel ficou confuso por conta disso, mas não entendeu de certa forma. Seus olhos foram para aquele trio, Daniel não os conhecia, mas por algum motivo queria protegê-los.
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