" A razão do mais forte é sempre a melhor."
Vermelha.
Red.
Dava para ouvir as risadas de Rony.
Quando vai parar de me chamar assim?
Nunca.
Meus joelhos ameaçaram falhar enquanto a encarava.
— Por que me chamou assim?
O impulso que sentia para mudar de forma era insuportável. Parecia que as paredes do lugar fechavam-se na minha direção.
Corra, Vermelha. Corra para sua matilha. Você não pertence a este lugar.
Certamente, Deni percebeu minha ansiedade, pois me agarrou pelos braços, forçando-me a encará-lo.
— Vermelha? Ei, relaxa. Ela não tinha intenção de te magoar.
Notei que ele achou que a raiva de Rubia havia sido o motivo por que quis mudar de forma. Mas não era esse o problema.
— É verdade. Desculpe se irritei você.
Ela deu de ombros; seus olhos brilhavam insolentes como se ela quisesse que eu a tivesse atacado.
— Foi uma ideia que me veio à cabeça. Combina e é hilário.
Mal conseguia escutá-la, devido ao ruído em meus ouvidos. Era como se tivesse sido sugada de volta para um sonho.
Não, não um sonho, um pesadelo. Sentimentos que eu havia sido capaz de enterrar enquanto estivera sozinha
vieram à tona, inundando meu peito.
A expressão de divertimento desapareceu do rosto da garota.
— Alguma coisa errada?
Fiz que não com a cabeça, com um nó na garganta, desejando que um buraco se abrisse no chão e me tragasse.
Podia ouvir Rony sussurrar o apelido
em meu ouvido. Será que eu e Deni não podíamos ficar mais de cinco minutos
sozinhos sem sermos lembrados da única pessoa capaz de nos separar?
Também com os dentes trincados, Deni respondeu:
— É que tinha uma pessoa que costumava chamá-la assim.
Uma pessoa. Agora não apenas ouvia o sussurro provocante de Rony.
Também via seu rosto e lembrava a forma como ele havia me agarrado na noite em que fugi de Wolf Cite.
Da cerimônia em que eu deveria ter me tornado sua companheira. Ele havia me beijado, implorado para que ficasse. Onde estaria agora?
Havia mentido para que conseguíssemos escapar. Não queria pensar no preço que ele pagara por aquela mentira.
Wolf Cite. Lar. Meu coração saltava no peito, dificultando a respiração. Por que estou aqui?
Cravei as unhas nas palmas das mãos, esforçando-me para não me virar para os Inquisidores e voar em cima deles na forma do lobo que rosnava dentro de mim, louco para lutar, para estar perto de minha matilha.
Os olhos de Rubia abandonaram o maxilar retesado de Deni e focaram meu rosto, avaliando-me.
— Ah.
Comentou ela em voz baixa, sem a intenção de disfarçar o sorriso no canto dos lábios.
— Uma pessoa. Entendo.
Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. Finalmente, Lary estalou os dedos e lançou um olhar sugestivo para Rubia.
— Então já estamos liberados do posto de carcereiros? Não que isso não
seja emocionante, especialmente se compararmos com os combates mortais
para onde geralmente mandam a gente.
— Você nunca cala a boca?
Repreendeu-o Deni. Um sentimento de culpa arrepiou minha nuca. Sabia que o mau humor de Deni tinha mais a ver comigo do que qualquer outra coisa.
Mesmo que as piadas estivessem começando a ficar um tanto irritantes.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 75
Comments
Boneca De pano
nem sempre
2023-08-31
9
Maria Izabel
só aguardando
2023-08-06
7
Boneca De pano
sério, não sabia
2023-07-11
7