Eu tenho me dedicado ao meu casamento, e tudo que diz respeito ao nosso relacionamento e que envolve o nosso entorno.
Mas preservo a minha liberdade de atos, ações e decisões. É de menino que se desentortar o pepino. Minha mãe sempre disse essa frase e agora faz todo sentido. Eu me casei, amo meu marido muitíssimo, mas jamais vou permitir que ele grite comigo ou que me falte com o respeito, até mesmo, podendo eu estar errada, ele que se controle e que pense antes de falar, pois eu o respeito e o amo, mas não posso aceitar que me maltrate ou perca a paciência comigo.
Quando entrei dentro do quarto e me tranquei no banheiro, a primeira coisa que fiz foi ligar o chuveiro, sentar no vaso sanitário e ligar para uma chamada de vídeo entre amigas.
O mais importante é ter pessoas em quem podemos confiar nos momentos difíceis, somos como irmãs e tenho certeza que, o que conversamos entre nós, nem nossos maridos ficarão sabendo.
Salete me aconselha a dar um gelo bem grande nele. Giovana diz para eu bancar a louca e provocá-lo, até o limite de resistência dele. Laila fala para eu não olhar em seus olhos e fazer de conta que ele não existe até que me peça perdão e, Marina me pede, para que não vá muito longe com o castigo, assim que ele pedir perdão, logo o perdoe. Pois no início do casamento é muito difícil e com a gravidez, fica mais complicado por uma série de problemas.
Estamos indispostas, não é sempre que estamos bem com a nossa cabeça, nosso corpo e os hormônios.
Somos o lado frágil e inseguro no relacionamento e eles estão passando por uma adrenalina constante de medo, responsabilidade e maturidade. O homem é igual Fusca velho, só pega no tranco e quando pega não pode desligar senão a bateria arreia.
Temos que saber conduzir o casamento, Laila, por exemplo: Tem a sogra que sempre está enfiando a colher de pau no casamento deles. Se Laila não tiver sabedoria, ela fica como a ruim da história e perde o marido.
Salete tem o Sandro que é hiperativo e se ela não for controlada psicologicamente, ele a enlouquece.
Eu larguei tudo, minha loja, meus planos de abrir as filiais, meus pais e minha vida, para viver um amor com uma pessoa que é totalmente diferente de mim.
E já assumindo um relacionamento com dois filho.
Eu pensei muito em tudo que foi falado e fiz a receita do bolo, o resultado foi um relacionamento fortalecido e uma base bem estruturada.
Acordei depois de horas de sono bem relaxada e com algumas marcas pelo meu corpo, de um amor intenso e cheio de paixão. Eu tomo um banho, visto uma roupa fresca e procuro dona Josefa na cozinha.
Meu sogro está sentado na boca do fogão, com uma xícara de café numa mão e na outra o cigarro de palha.
Ele enrola o paiol, equilibrando o café e o cigarro, uma perna em cima do fogão e a outra equilibrando o corpo no chão. Seu jeito caipira o faz um mineiro tradicional, com sua fala arrastada em tom cantado.
__ Cê tá procurando a Zefa?
__ Sim, eu queria fazer um prato especial para o almoço. O senhor sabe se o Renan almoçará em casa?
__ Eu não sei! Cê tem que perguntar pra ele.
Ele fala e continua do mesmo jeito sem mudar de posição.
__ E onde ele está?
__ Foi na vila, já deve tá vortando.
Eu ligo para ele que não demora atender, e diz que está esperando uma encomenda chegar da capital e que vem para o almoço. Ele pede para que eu coloque mais água no feijão, porque teremos visita.
Como aqui raramente não tem visita, já é normal fazermos almoço que sobra para a janta.
Começo a picar os legumes para a salada e dona Josefa chega com dois frangos abatidos e prontos para serem feitos, eu sinto um enjoo devido ao cheiro das penas e acabo não conseguindo voltar na cozinha.
Eu fico na varanda comendo abacaxi e esperando Renan chegar da vila, vejo o carro vindo na porteira e logo me ponho de pé para ir encontrá-lo.
Ele desce do carro e vem ao meu encontro e quando me abraça, eu vejo pelos seus ombros, os meus pais chegando alegres e cheios de presentes.
Eu choro de alegria ao vê-los, me emociono quando meu pai toca meu ventre e conversa com as crianças com todo carinho:
__ O vovô chegou, meus amores. Só vou embora depois que vocês nascerem.
Minha mãe me abraça e diz:
__ Seu pai não dá sossego, ele fica de lá preocupado com você e seu irmão. Agora está preocupado com os netos.
Renan ajuda com as bolsas, mas não vejo as malas.
__ Onde estão as malas?
__ Deixamos no Gustavo, ele também precisa que fiquemos com ele um pouquinho. Mas não se preocupem, vocês se cansarão de nós por aqui.
Os dias vão passando e, a cada dia me sinto mais pesada e cansada. De dois em dois dias temos uma conversa no grupo de amigas e quando eu sinto alguma coisa eu converso com Salete. A lua cheia já passou e não foi nessa virada que o bebê nasceu. Eu me acalmei depois de receber alguns tratamentos vips do meu esposo. Sempre carinhoso e cuidando muito bem de mim.
Ele levanta cedo e vai para a lavoura, essa noite meus pais ficaram aqui em casa, pois o delegado vai trabalhar com o fazendeiro na máquina de limpar café. Minha mãe fica comigo e resolvo fazer um bolo de fubá. Mas não estou bem disposta, muitas dores nas costas e nas pernas.
É quase hora do almoço e vou tirar o bolo do forno, dona Josefa me olha por trás e diz:
__ Filha, por quê sua roupa está molhada?
Eu olho para minhas pernas e água escorre por entre elas.
Eu procuro me acalmar e minha mãe com sua tranquilidade diz:
__ Fica calma! Eu vou pegar o carro e vamos para o hospital.
Não temos muito tempo, as dores começam a vir em ondas. Eu não consigo andar e minha mãe não consegue me levar para o carro, fico com medo de ter meus filhos na sala da fazenda, com dona Josefa empilhada nos nervos e minha mãe nessa calmaria.
Minha esperança agora é que Renan apareça e me leve para o hospital...
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Sandra Maria de Oliveira Costa
/Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/pior que é mesmo kkkk
2024-11-29
1
Suely Rodrigues
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2024-05-25
1
Imaculada Abreu
tomara que cheguem no hospital
2023-11-15
3