Capítulo 5

Atualizando

Angelo Garcia

Meu braço direito chega em minha casa com uma jovem, que ao que parece está acuada e ela me lembra um gatinho assustado, tadinha se não se acalmar pode fazer xixi nas calças se bem que eu estranho ela estar nesse calor insuportável com o sobretudo do Fantasma, mas deixo isso quieto, pois cada pessoa é de um jeito. Aqui no Rio de Janeiro faz um sol de mais de 40 graus, de repente a menina está resfriada. Sentimos frio num calor quando estamos doentes.

Peço para a pequena se aproximar de mim, pois eu não mordo.

— Você me lembra um grande amor de minha vida do passado, fomos separados pela família dela — A semelhança é incrível é a Mariana todinha.

— Ela é minha mãe, papai.

Ela diz isso puxando um colar, que eu me lembro dele com carinho e que achei que nunca ia ver novamente.

Não me resta dúvida essa gatinha acuada e assustada é minha filha.

— Não tenho dúvidas que você seja minha filha, mas onde está sua mãe porque não veio com você?

A pequena me dá uma notícia que explodiu como uma bomba em minha cabeça e essa notícia ecoou em meus ouvidos:

— Ela morreu, papai, e eu estou aqui, pois prometi para ela que ia te encontrar.

Não ouvi mais nada e em minha mente só ecoa:

Ela morreu papai... Ela morreu papai.

Eu nunca me envolvi com nenhuma outra mulher e olha que eu tinha mulheres em meu pé, gostosas e de corpões, mas meu amor se foi e eu tomo uma decisão zelar pela segurança de minha filha.

Me aproximo dela e a puxo para um abraço apertado.

— Como me achou?

— Pelo endereço que ela me deu papai, confesso que eu não iria encontrar problemas mas infelizmente encontrei.

— Como assim, minha filha que tipo de problemas? Eu cuido da segurança do complexo do Alemão .

Pressiono a minha filha, mas ela está emocionada demais para falar qualquer coisa.

Pergunto novamente:

— Que tipo de problemas Bianca? Fale eu tenho que saber o que está acontecendo debaixo do meu nariz.

Quem responde é meu braço direito Ezequiel:

— Bem, chefe, após um sustão ela está aqui inteira.

Olho para a minha filha que está abraçada a mim de olhos fechados e íntimo meu homem:

— Do que está falando Fantasma?

— O que aconteceu que eu não estou sabendo?

— Fala homem?!

Ele limpa a garganta só para dizer que Piauí tentou abusar da minha filha com mais dois malacos e pelo que me consta esses homens andam em trio tocando o terror aqui no morro e estão na minha mira.

— Fantasma não brinque com coisa séria, todos aqui sabem que eu não aceito estupradores aqui.

— Jamais brincadeira com um assunto desses AG você me conhece.

— Pergunte a sua filha, ela poderá relatar melhor a situação.

Minha filha se liberta do abraço, me olha com um olhar parecido com o de sua mãe e diz:

— É verdade, papai eu me perdi aqui no morro e esses homens me seguiram e me renderam no beco

— Se não fosse pelo Fantasma acho que eu nem estaria aqui em sua casa.

A fúria me invade por completo, ele ousou tocar no sangue do meu sangue e mesmo que ela não fosse a minha filha, eu não permito esse tipo de lixo aqui no morro do Alemão.

Mando o Fantasma ir atrás dos três homens e prendê-los aonde ele conhece bem. Naquele galpão do tribunal do tráfico eu vou julgar e condenar. E posso garantir que eles não vão sobreviver para contar a história.

Agora eu compreendo o porquê a minha filha usa o sobretudo de Fantasma.

— Querida, sentem-se aqui depois e peço para o Fantasma providenciar algumas roupas para você, pois pelo que vejo você esta apenas com sua bolsa em mãos.

Peço para ela me contar como foi que a minha amada Mariana morreu, pois até onde eu sei ela era uma mulher saudável.

Ela assente e me conta que sua mãe morreu devido há um carcinoma agressivo em seus pulmões. Que foi o tempo da descoberta e depois de dois meses ela perdeu a luta para a doença.

— Ela me pediu para te procurar, pois não queria que eu ficasse em São Paulo sozinha — Estou hospedada em um hotel e minhas coisas estão lá.

— Pequena e eu aqui longe não pude estar por perto para aliviar o seu sofrimento.

Me sinto vazio eu deveria saber para apoiar a minha filha, mas não dá para voltar atrás e eu vou cuidar dela, dar não bem materiais mais amor, o amor de um pai para ela.

Peço que minha filha aguarde o retorno do Fantasma e busque suas coisas no hotel, eu não permitirei que ela fique sozinha nessa cidade tão imensa, agora que eu a encontrei não vou deixá-la ir.

— Filha eu vou te ensinar como funciona o movimento aqui no morro, explicarei todas as coordenadas, aqui eu tenho uma ONG e você cuidará dela para mim

— Essa ONG cuida das crianças carentes que sofreram maus tratos de seus pais ou são órfãs de pai e mãe.

— Amo crianças, papai e vou abraçar essa causa.

Observo a minha filha ela se parece demais com a Mariana, embora ela tenha o mesmo jeito de olhar que eu, observo suas pequenas mãos e noto uma pequena pinta que ela tem abaixo do dedo médio da mão esquerda, essa pinta se passa de pai para filho e para mim só é mais uma confirmação de que essa jovem que chegou aqui em minha casa com o Fantasma é minha filha e filha do meu grande amor, embora eu nem imaginasse que ela existisse, foi gerada com muito amor.

Tenho ódio quando, as palavras ecoam em minha mente " Piauí tentou abusar da Bianca com mais dois malacos AG".

Eu mandei o Fantasma procurar aqueles vermes e prender no tribunal, minha filha aprenderá na prática o que acontece com esse tipo de verme aqui na minha área.

Eles vão sofrer antes de eu meter uma bala na cabeça deles com o meu berro.

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