A Vila das Crianças Demoníacas

A chuva continuava forte lá fora, rugindo como um leão faminto. O grupo de amigos estava em pânico, sem saber o que fazer. Eles sabiam que precisavam encontrar um lugar seguro para ficar, mas tudo o que encontraram até agora eram estradas vazias e florestas escuras. Foi então que viram uma luz ao longe, uma luz que parecia emanar de uma pequena vila.

Enquanto se aproximavam da vila, os amigos notaram que todos os seus habitantes eram crianças. Crianças pequenas, médias e grandes, todas correndo pelas ruas, brincando e se divertindo. Parecia uma cena comum, mas algo estava errado. As crianças pareciam não se importar com a chuva, nem com o fato de ser noite. Elas olhavam para o grupo com olhos brilhantes e cheios de malícia.

"Por que todas as crianças estão acordadas a essa hora?", perguntou um dos amigos.

"Ainda é muito cedo para elas estarem dormindo", respondeu outro.

"Parecem um pouco assustadoras, não acham?", comentou mais um.

O grupo entrou na vila e foi imediatamente cercado pelas crianças. Elas não pareciam amigáveis e suas vozes eram arrepiantes. O grupo tentou se acalmar, se apresentando como viajantes perdidos.

"Desculpe incomodar vocês, crianças, mas estamos procurando um lugar seguro para ficar esta noite", disse um dos amigos.

"Vocês não vão gostar do que temos para oferecer", respondeu uma das crianças, com um sorriso macabro. "Mas vocês são bem-vindos, desde que se comportem. Sigam-nos."

As crianças levaram o grupo até uma casa no centro da vila. Parecia uma casa comum, mas as coisas começaram a ficar estranhas assim que eles entraram.

Havia um cheiro de enxofre no ar e a casa estava escura, exceto pela luz de algumas velas. As paredes estavam cobertas de símbolos estranhos e runas demoníacas. O chão estava manchado de vermelho escuro, quase preto. Algo parecia estar escorrendo por debaixo da porta.

"Sintam-se em casa", disse uma das crianças.

"O que aconteceu aqui?", perguntou um dos amigos, apontando para as manchas no chão.

"Não se preocupem com isso", respondeu outra criança. "Vocês vão dormir agora, estamos cansados de suas perguntas."

Os amigos foram levados para um quarto escuro e úmido. Havia apenas uma cama e um buraco na parede que servia como janela. A chuva ainda caía lá fora, os trovões rugiam no horizonte.

Um dos amigos notou algo no canto do quarto. Era um diário velho, coberto de poeira. Ele pegou o diário e começou a ler.

"Eu sou só mais uma criança da vila. Mas todos nós somos demônios, criaturas infernais enviadas para sugar a alma dos humanos. Só as crianças vêm até aqui, porque nossos pais não conseguem lidar com o fato de que somos capazes de matar quem se opõe a nós. Há muito tempo é assim, e nada nunca vai mudar."

Os amigos se olharam, horrorizados. Isso explicava tudo. As crianças da vila eram demônios, e eles tinham acabado de se tornar suas presas.

"Acho que deveríamos sair daqui", disse um dos amigos, tentando manter a voz calma. "O que vocês acham?"

"Concordo", respondeu outro. "Mas como vamos fazer isso?"

Antes que eles pudessem concluir sua conversa, a porta se abriu. As crianças da vila entraram no quarto, todas com expressões más no rosto.

"Está na hora", disse uma delas. "Está na hora de vocês se juntarem a nós."

Os amigos sabiam que precisavam fugir. Eles correriam o máximo possível e lutariam se tivessem que lutar. Com coragem, começaram a lutar contra as crianças demoníacas, mas a situação ficou cada vez mais difícil. A chuva ainda caía lá fora, mas dentro da casa a batalha começava a se intensificar.

"Não podemos deixar que nos prendam aqui", disse um dos amigos. "Temos que encontrar um caminho para sair."

Eles correram na direção da porta, esperando conseguir escapar. Seria uma batalha dura e difícil, mas eles não haviam sobrevivido até agora por estarem lutando contra seus próprios medos. Eles se jogaram para fora da porta, começando a correr pela chuva forte para tentar encontrar uma saída.

O grupo não sabia para onde estava indo, mas sabia que tinha que continuar correndo. A Vila das Crianças Demoníacas não era um lugar seguro para se estar.

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