Capítulo 7

Na segunda _feira Cecilia não estava se sentindo bem. Acordou com uma terrível enxaqueca. Tentou se levantar e desmaiou. Por sorte, sua diarista estava chegando e a viu caída no chão da cozinha. Foi um desmaio breve e Cecília voltou a si trêmula. Jane a leva para a cama e lhe faz um café forte. Cecília tenta convencer Jane a deixá_la levantar _se e ir trabalhar. Sem chance nenhuma. Jane era do tipo maternal e gostava muito dessa menina tão doce e forte ao mesmo tempo.

_ Nada disso Cissa. Você trabalha demais. Seu corpo e mente estão lhe enviando um aviso que não estão bem. Descanse. Avise o seu patrão. Tenho certeza que ele não vai te despedir.

_Está bem Jane. Você venceu._ Suspira Cecília. Liga para o escritório e pede para o Alex, o seu assistente avisar ao senhor Luke que não estava se sentindo bem e teria que ficar em casa. Assim que desliga o telefone recebe uma ligação.

_ Bom dia senhorita Mansini. O que está sentindo?

_ Senhor Kennethy, bom dia._ Surpresa com o rápido retorno dele Cecília fica apreensiva pois é nova no emprego e apesar dele ser tão arrogante ela amava o seu trabalho e precisava dele. _ Amanheci com uma enxaqueca muito forte. Tentei levantar para tomar um banho e ir trabalhar mas não consegui. Peço desculpas por isso. Posso repor depois o dia perdido ou se melhorar irei a tarde.

_ Nada disso Cecília. Precisa ir ao médico. Você está se alimentando direito? Vou pedir ao meu médico para ir vê_la.

_ Não senhor. Não precisa. Estou acostumada com essas crises. Já tomei meu remédio e logo melhora. Estou me alimentando bem sim._ A culpa é sua senhor, pois seus beijos ainda queimam meus lábios_ pensou ela.

_ Por ora aceito essa resposta. Se no fim do dia não estiver melhor enviarei o médico certo?

_ Está bem senhor Kennethy. Obrigada.

_ Não precisa se preocupar com o trabalho. Hoje está tranquilo e qualquer coisa o Alex resolve. Descanse e melhoras.

_ Obrigada._ Cecília pensou que ele estava diferente com ela. Mostrando cuidado. Não passou desapercebido que a chamara pelo nome. E gostou disso.

Jane além de arrumar a casa preparou uma sopa pra ela. A ajudou no banho. Ela se sentiu cuidada e protegida. Jane foi para casa obrigada pois queria ficar e cuidar de Cecília. Mas ela não permitiu pois sabia que tinha filhos esperando por ela. Agradeceu a ela e pagou um extra pelos cuidados. Jane aceitou porque tinha que comprar remédios para o filho caçula. Assim que Jane saiu, o porteiro avisa a Cecília que tem uma. visita. Senhor Kennethy. Ela arregala os olhos surpresa e libera a entrada.

_ Senhor Kennethy precisa de alguma coisa?

_ Saber se melhorou Cecília.

_ Sim senhor. Estou melhor, obrigada. Não precisava se incomodar vindo aqui.

_ Atrapalho em alguma coisa?

_ Não senhor. Mas sei que está cansado.

_ Você se alimentou hoje?_ Ele pergunta e sem esperar resposta entrega axela uma refeição que tinha o cheiro muito bom.

_ Ob.. obrigada senhor Kennethy. Parece delicioso. Minha ajudante veio aqui hoje e preparou uma sopa para mim.

_ Então vamos jantar. Trouxe refeição para nós dois. onde pego os talheres?

Cecília busca os talheres, prepara a mesa e os dois jantam em silêncio. Cecília não conseguia entender o que se passava na cabeça dele. Esse era um lado que ela não pensava que ele tinha. Um lado gentil e humano. Luke ficara o dia todo preocupado com ela. Quando estava chegando em seu escritório ouviu Alex no telefone e sem esperar o recado ligou para ela. Mal conseguiu trabalhar. Agora se sentia no céu ao lado dela, comendo uma refeição que pedira para sua cozinheira preparar. Era agradável o apartamento dela. Refletia sua personalidade. Bom gosto e simplicidade.

Ao terminarem, Luke recolheu os pratos e os lavou. Cecília cada vez se surpreendia mais com ele. Não esperava isso. Ela era somente sua secretária. Será que ele fazia isso com todos os funcionários?

_ Devo admitir senhor Kennethy que me surpreendeu hoje.

_ Por que?

_ O senhor tem o costume de fazer isso com todos seus funcionários?_ Pergunta ela olhando_o diretamente nos olhos.

_ Bem, não pessoalmente. Mas todos os funcionários têm um bom plano de saúde. Mas como a senhorita se recusou a ir ao médico vi a necessidade de vir aqui para me certificar que estava bem.

_ Ah sim. Agradeço muito por seus cuidados. A comida estava deliciosa. E foi bom o senhor ter vindo pois pode levar os pacotes.

_ Pacotes?_ Luke levanta a sombrancelha sem entender nada._ Que pacotes?

Cecília pede licença e volta com os pacotes contendo o traje e tudo mais que recebeu para o evento.

_ Pretendia levá_los hoje. Mas não pude. Está tudo perfeito, mas se caso o senhor quiser verificar tem minha permissão.

Luke fica um pouco irritado. Ela voltou a ser a senhorita Mansini.

_ Senhorita, como realizou seu trabalho perfeitamente gostaria que aceitasse como presente o traje e acessórios.

_ Co...como?_ Agradeço mas não posso aceitar. Eu fico feliz por saber que desempenhei bem meu trabalho. Mas é claro que não posso aceitar.

_ Por que não pode?

_ Porque o senhor disse que é uma regra da empresa fornecer o traje. Usei e portanto devo devolver para a empresa.

Luke ficou impaciente e resolveu falar a verdade.

_Tudo bem senhorita Mansini. Eu admito que menti para você. A empresa não fornece traje para nenhum funcionário. Por isso quero que fique com tudo.

_ Então por que mentiu? Achou que eu não tinha capacidade escolher o traje adequado e iria envergonhar_lhe?

_ Não é isso Cecília. Eu sabia que escolheria um traje adequado, porém sério. E eu queria ver você vestida como se veste para se divertir. Pronto. É isso.

_ Não entendo. Por que?

_ Por que o quê?

_ Por que não queria que eu me vestisse com um traje sério e adequado a uma secretária se é o que sou?

_Porque eu queria ver você com esse traje. Por que pergunta tanto?

_ Quem escolheu o traje senhor Kennethy?_ Pergunta desconfiada mas já sabendo a resposta.

_ Eu mesmo. Com a ajuda da Amanda claro.

_ Bem, quanto a isso não posso fazer nada. Mas não posso aceitar o traje mesmo assim.

_ Vai aceitar sim senhorita teimosa.

_ Não vou senhor mandão._ Responde Cecília no mesmo tom.

Luke achou graça do atrevimento dela, mas não estava com disposição para discutir isso e mostrou sua irritação.

_ Pois dê para alguém, então. Eu não vou aceitar de volta. Foi um presente de boas vindas que resolvi lhe dar. É tão orgulhosa assim senhorita Mansini?

Cecilia percebeu a mudança de humor dele e viu que era perda de tempo. A dor de cabeça estava ameaçando voltar e ela decidiu por um ponto final na discussão.

_ Está bem. Obrigada pelo presente senhor Kennethy. Mas da próxima vez eu mesma escolho o traje. Não se preocupe que mando fotos para ver se está de acordo, certo. Agradeço muito por tudo e se não importa preciso descansar.

_ Está tudo bem com você?_ Pergunta aflito. Viu uma careta de dor. _ Acho melhor chamar o médico. E já pega o celular.

Cecília toca em sua mão para impedir que ligue. Uma corrente elétrica passa por todo o seu corpo. E no dele também. Eles se perdem um no outro. Cecília começa a ficar sem ar e ele se aproxima. Antes que ela pense toma seus lábios num beijo invasivo e quente. Cecília sente o chão sumir e se vê colada no corpo dele. O beijo fica cada vez mais exigente, entorpecendo os sentidos dela. Luke se afasta e termina o beijo com pequenos selinhos na sua boca.

_ Hã... Cecília eu não deveria ter feito isso. Você está precisando de médico e eu fui um canalha.

_ Não, não foi. Não preciso de médico. Estou bem. Só preciso descansar. Eu... também o beijei.

_Sim. Mas eu quem começou. Mas não me arrependo. Só não tenho o costume de atacar uma mulher indefesa.

_ Eu não sou indefesa senhor Kennethy Correspondi ao beijo. Mas eu preciso de descansar.

_ Tem certeza que não quer que o médico venha?

_ Sim, tenho. Obrigada.

_ Então já vou indo. E se não estiver melhor amanhã eu virei pessoalmente com o médico. E não adianta retrucar. Boa noite Cecília.

_ Boa noite Luke.

Ele olhou para ela e sorriu. Aí e como fica mais lindo sorrindo_pensa Cecília.

_ Sonhe comigo Cecília.

Ela fica vermelha e o empurra porta agora. Ele sai rindo alto.

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