Esse Tapa Foi Por Mim

Julie tentou se livrar de Alice, mas como uma das mãos segurava o lençol, não conseguiu e permaneceu de joelhos.

— Me larga, #$#%$$@! Se encostar mais um dedo em mim, eu te mato — Julie xingou Alice.

Alice deu mais um tapa.

— Para! O meu rosto não! Sua @#%$$!!!, ^$%#@!$$@ —xingou Julie.

— A sua mãe não lhe ensinou que xingar é muito feio? Duvido que tenha casamento agora, querida. Então a sua maquiagem será os sinais da minha mão.

— Para! Para! Roger, me ajuda! — Implorou sentindo ardência nos dois lados do rosto.

— Ele não vai lhe ajudar. Não lhe bati por estar Roger, porque se ele não quisesse me trair, isso não teria acontecido, pois já dizia o ditado "quando um não quer, dois não brigam". Estes tapas foram por Evan, pois apesar de tudo, não merecia passar por isso no dia do seu casamento. É melhor ficar quieta, se não quiser apanhar mais.

Alice soltou o cabelo de Julie, empurrou-lhe com tudo no chão.

— Este é o seu lugar — Falou.

Olhou para o lado e viu que Evan já tinha dado alguns golpes em Roger. Foi até ele, segurou no seu braço, impedindo que continuasse a bater mais em Roger.

Colocou as duas mãos em cada lado do rosto de Evan, olhou fixamente nos seus olhos e disse:

—Já chega. Eles não merecem nem o ar que respiramos.

Ela tirou o anel de noivado, jogou em Roger, dizendo:

— Eu não quero nunca mais, ver você de novo — falou e desferiu um tapa no rosto dele — Esse foi por mim, para deixar claro o quanto odeio você.

— Alice, perdão! Eu amo você — falou Roger com dificuldade devido ao inchaço na boca e o gosto metálico que estava nela.

— Amor? Você nunca soube o que é isso de verdade. Aliás, começo acreditar que nenhum homem saiba... — Alice falou e saiu.

Evan olhou para Julie toda descabelada com vários hematomas vermelhos no rosto, sentada no chão com uma mão segurando a bochecha.

— E você, vadia, não apareça mais na minha frente. Ah! E vocês dois estão demitidos — falou Evan.

Julie, além de sua noiva, era a diretora de Marketing da sua empresa.

Evan virou-se para sair, mas antes, ordenou:

— Sumam desta cidade ou não responderei por mim.

Saiu do apartamento, alcançando Alice próxima ao elevador. Este chegou em seguida, ela entrou primeiro e encostou na parede, fechou os olhos para tentar se controlar e não chorar.

A sua vontade de extravasar não era pela decepção, mas por ter aceitado um relacionamento sem amor da sua parte e por ter deixado ser usada por um idiota.

"Como fui ingênua em confiar num homem de novo? Que raiva de mim mesma e daquele mau caráter! Se eu pudesse dar troco na medida certa..." — pensou Alice.

Evan tremia de raiva.

"Que ódio! Desperdicei tantos anos da minha vida com aquela vadia e ainda terei um prejuízo imenso por causa do maldito casamento. Maldito Roger! Será como Alice está se sentindo?" — Pensou Evan e olhou para a mulher ao lado.

Ele foi até ela, abraçou-lhe forte e perguntou:

— O que quer fazer agora?

Desta vez, Alice correspondeu ao abraço e respondeu com o rosto colado ao seu peito:

— Nada. Quero ir para o meu apartamento e ficar sozinha.

— Fica comigo mais um pouco ou senão acabarei voltando lá e os matarei — Mentiu Evan.

Na verdade, queria passar mais tempo com ela.

— Não diga uma besteira desta. Já passamos do limite. Eles podem nos denunciar por agressão. Violência nunca é a melhor opção. Nos deixamos levar, não somos mais aqueles adolescentes revoltados.

— Se bem que eu gostaria de voltar naquele tempo...

O telefone de Evan tocou, ele tirou o aparelho do bolso, soltou Alice, mas ficou segurando no seu braço enquanto saiam do elevador que chegou ao térreo. Essa atitude era para evitar que ela fosse embora.

— Alô — atendeu a chamada.

— Sr. Goldman, aqui Jasper Clyton do Dream SPA, gostaria de saber se a senhorita Toller e o senhor estão a caminho.

Evan pensou rápido numa excelente solução que resolveria todos os seus problemas e ainda poderia lhe trazer uma imensa felicidade.

Olhando intensamente para Alice ao seu lado, ele respondeu:

— Sim, mas altere a reserva. Em vez desta outra pessoa que mencionou mude o nome para Alice Aliston, mantenha todos os serviços.

O homem desligou.

— O que tem eu? Por que alterou uma reserva para o meu nome?

— Vamos para um SPA.

— O quê!? Não vou a lugar nenhum com você.

— Sim. Você vai. E tem mais, você vai se casar comigo hoje.

— Está louco!?

— Chame como quiser. Não vou perder milhões de dólares gastos e ainda, tenho convidados muito importantes que vieram de outros países e confirmaram as suas presenças.

— Evan, acorde deste seu sonho. Eu não vou me casar com você. Quer uma noiva? Ligue para a minha prima Melinda. Ela vai amar esta ideia. De qualquer forma, não entendo porque não ficou com ela em vez de Julie.

Evan balançou a cabeça negativamente.

Ali estava o nó que nunca desapareceu dos seus corações: Melinda Aliston, a prima de Alice que morava na sua casa, após ficar órfã de pai quando criança.

— Saiba que nunca considerei esta possibilidade. Será você — garantiu Evan.

— E se eu não aceitar? — Perguntou Alice encarando-o.

Evan aproximou-se de Alice os seus rostos ficaram a menos de um palmo um do outro. Os corações de ambos, aceleraram enquanto se entreolharam fortemente.

A respiração dele ficou mais pesada.

Evan sentiu uma vontade enorme de beijá-la...

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