Nataly E Igor

Após o longo e apaixonado beijo registrado por diversos celulares, os recém-casados mais uma vez não conseguiram ficar sozinhos. Desta vez foi Nataly que aproximou deles e Evan discretamente fez sinal para que Igor fizesse o mesmo.

Ele não queria ir, mas não podia falar um não ao Evan. Respirou fundo e se juntou ao trio.

— Não sei o que aconteceu entre vocês no passado, mas já se passaram muitos anos. Sempre fomos muito amigos, sendo assim, por favor, conversem e se entendam, pois, conviveremos muito diariamente a partir de agora. Tenho certeza que Alice, também quer o mesmo. Assim como vocês, nós dois — referiu-se a ele e Alice, fazendo um gesto mostrando-lhes — também teremos a nossa conversa — disse Evan que gentilmente puxou Alice para longe de Nataly e Igor.

Na verdade, Evan sabiam bem o que havia acontecido no passado, mas não queria expor o amigo, uma vez que ele prometeu a Nataly que ninguém saberia o que houve entre eles.

Assim que se afastaram, Alice parou e falou:

— Tenho certeza que assim como eu, você sabe muito bem o que houve entre eles.

Evan sorriu e beijou a sua testa:

— Sim, eu sei. Mas não poderia deixá-los sem graça.

Alice balançou a cabeça e sorriu.

— Algo me diz que os dois ainda se gostam, mas não fizeram as pazes por nossa causa — comentou Evan.

— Eu penso o mesmo e já falei várias vezes para Nataly ir atrás dele. Os dois foram muito imaturos no passado...

— Assim como nós...

— A nossa situação é diferente. Eles não souberam lidar com a intensidade dos sentimentos deles e ficaram com medo de enfrentarem os pais dela. Poderiam ter ficado juntos e quando estivessem seguros, assumiriam que fizeram sexo antes da hora. Já tinha acontecido mesmo, fazer o quê? E ela não engravidou. Não era motivo para terminar. Eram jovens demais, eu sei, mas se amavam, pelo menos é o que diziam.

— Alice, não acredito que está dizendo isso. Você mesma implorou para eu não contar para ninguém que nos beijamos. Imagina se tivéssemos feito como eles...

Ela ficou envergonhada, mas fingiu naturalidade ao dizer.

— Tem razão. Falar, agora, após tanto tempo é fácil.

— Não foi só isso. Acredito que a nossa separação acabou forçando-lhes a tomar está decisão. Nataly acabou culpando o Igor de ser o meu cúmplice.

Alice não disse nada apenas olhou para o chão.

Evan fez carinho no seu rosto e disse:

— Sabemos o quanto a adolescência traz grandes conflitos internos, positivos e negativos. Na mesma hora que achamos que sabemos tudo e até mais que os adultos, que os somos os melhores, vem a derrota, pois descobrimos que as falas e os conselhos dos nossos pais eram e são muito mais eloquentes, portanto, os sábios são eles e não nós.

— É uma fase tempestuosa para muitos — complementou Alice.

— Sim. Expor as nossas vidas pessoais e inseguranças, desculpar-se e assumir nossos erros são as principais dificuldades nesta fase da vida. É muito fácil julgar, mas é difícil se colocar no lugar de dois pirralhos que cometeram um erro gigantesco para a idade deles. Principalmente, porque Igor é mais velho que ela. Imagine se fosse a nossa filha...

Alice suspirou e assentiu com a cabeça.

— Quando foi que se tornou tão maduro? — Perguntou ela, porém era mais um pensamento alto do que um questionamento.

— Sempre fui. Você não me deu oportunidade para falar. Por isso, eu te digo que na nossa idade o que eles fizeram é o mais certo a se fazer, é tão natural, não acha?

— Falei cedo demais! — Ironizou Alice para disfarçar os seus sentimentos ainda conflituosos.

Evan sorriu ao perceber que Alice ficou um pouco apreensiva, aproximou-se dela e disse:

— Falando neste assunto, precisamos ir agora.

Alice engoliu seco, olhou para os lados e falou baixo:

— Sabe que ainda não conversamos como será o nosso casamento por contrato, certo? Você já se aproveitou demais da minha pessoa, hoje. Já fizemos o grande show dos recém-casados apaixonados. Acredito que podemos seguir como estamos, cada um no seu apartamento. Nós nos encontraremos para eventuais jantares e ocasiões sociais necessárias...

Ele aproximou-se mais uma vez e sussurrou no seu ouvido, interrompendo-lhe:

— Nunca. Não haverá a mínima possibilidade de vivermos separados. E apenas corrigindo a sua fala, eu não fingi estar apaixonado. Agora, vamos até os nossos pais para nos despedirmos, sairemos em seguida.

— Evan!

— Alice, não há negociação desta vez. Já está decidido e pronto.

Ele beijou levemente os seus lábios e foram até a mesa aonde os seus familiares estavam.

Louise e Mary chamaram Alice para ir até um camarim para tirar o vestido de noiva.

Ela ainda tinha esperanças de convencer Evan, pelo menos prorrogar alguns dias para começarem a viver juntos.

Após terminar de trocar de roupa, se despedirem dos seus pais, todos acompanharam às suas esposas até uma sala de espera perto do cômodo que Alice estava antes, saíram discretamente sem passar pelo grande salão.

Evan abraçou Alice e seguiram até o carro que os aguardavam, três seguranças os acompanharam.

Assim que se aproximaram, o motorista abriu ambas as portas para cada um adentrar ao veículo.

Como um bom cavalheiro, ele cuidadosamente, ajudou a sua esposa, primeiro.

— Evan!

Ele fez um gesto de silêncio com o dedo e depois levou o mesmo até ouvido e apontou para frente, para ela entender que deveria ter cuidado com o que falasse, pois, poderiam ser ouvidos.

Evan aproximou-se dela de uma vez, Alice pensou que ele fosse beijá-la como fez no final da cerimônia do casamento. Aquele tipo de beijo avassalador...

Enrijeceu o corpo, porém, ele apenas puxou o cinto de segurança que não foi colocado por ela e o afivelou.

— Obrigada! — Agradeceu, mas no fundo se sentiu frustrada.

Evan sorriu discretamente ao notar a sua reação.

Ela suspirou, encostou a cabeça no encosto e fechou os olhos, porém adormeceu.

Ele aproximou-se mais uma vez para que Alice usasse o seu ombro como apoio.

Trinta minutos depois, chegaram até o seu destino.

— Meu Amor, chegamos — Falou docemente Evan e tocou o braço dela para acordar.

Alice, ainda sonolenta, endireitou o corpo ao perceber que havia dormido, encostada nele.

— Vamos lá!? — Falou Evan.

Ela olhou para fora do carro, atentou-se onde estava, voltou a olhar para ele como se exigisse uma explicação.

— Sim. É isso mesmo que está pensando, — disse Evan que sussurrou o restante — vamos para a nossa lua de mel.

— Evan, você está exagerando... Por que ir para a lua de mel, se o nosso...

Ele pegou-a desprevenida e beijou os seus lábios, interrompendo-a de dizer que o casamento era "falso".

— Não Pense demais, apenas curta o momento... Nós precisamos deste tempo a sós e você sabe disso, — o restante da frase foi sussurrada no ouvido dela: — nada acontecerá se você não quiser. No entanto, eu quero muito e farei o meu melhor para que me aceite...

— Evan... Evan... você está "brincando com fogo". Sabe que poderá sair queimado, certo? — Disse Alice com o coração acelerado e a pele arrepiada pelas palavras sussurradas por ele.

"Ou serei eu, quem sairei queimada?" Pensou Alice, lembrando dos beijos que trocaram naquela noite.

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