04

O gerente nesse momento engole em seco encarando aqueles olhos frios, como se não tivesse vida atrás deles.

Gerente

— Como queira !

Sem conseguir pegar a sua carteira no bolso, pois está com a garota no colo ele resolve a jogar no ombro como um saco de batatas, e assim ele consegue pegar a carteira e fazer o pagamento pelo quarto, entra no elevador e vai em direção ao quarto, chegando lá ele joga a menina na cama de qualquer jeito, e está virando as costas para sair quando ela começa a acordar .

— Ah finalmente resolveu acordar ? Ou só estava se fazendo de boba para eu te carregar ?

Larissa

— Quem é você ?

— Não importa , o que estava fazendo naquela ponte ?

Larissa

— Sabe o que eu estava fazendo , por que não me deixou cair ?

— Você é louca ?

Larissa

— Talvez eu seja .

— O que fez para o gerente desse lugar ? Ele não queria deixar eu entrar aqui com você .

Larissa

— Eu não fiz nada .

Ele olha completamente incrédulo para ela e Larissa dá um sorriso amargurado.

Larissa

— Me olha como eles .

— Do que está falando ?

Larissa

— Como se eu fosse uma praga , quer saber o que eu fiz para o gerente me odiar ? Na verdade essa cidade inteira me odeia .

— É uma garota muito má, essa é a razão para uma cidade inteira te odiar né ?

Larissa

— É , você deve estar certo , o fato de eu ter sido estuprada e ter denunciado meus violentadores não deve ter nada a ver com isso , mas para o meu azar os agressores eram filhos de pessoas bem conhecidas na cidade , e eles me odeiam por isso.

Ele a encara de uma forma diferente.

Larissa

— Para essa cidade eu não sou a vítima, eu sou a escória Rsrs .

— Qual a sua idade ?

Larissa

— Dezessete por quê?

Ele a encara , ele não entendia por que justo hoje tudo isso tinha que acontecer! Essa garota , esse dia , naquela maldita ponte em particular, mas ele não queria se meter em nada que envolvesse a cidade.

— Nada , eu preciso ir reservei o quarto até amanhã , eu só quero sair desse maldito lugar.

Larissa ao escutar o que ele diz se levanta rapidamente da cama .

— Vai sair da cidade ? Pode me dá uma carona ?

Ele para na porta e diz de forma curta e grossa .

— Não !

Ele sai fechando a porta , mas Larissa não desiste e corre atrás dele pelos corredores .

— Por favor , todos nessa cidade me odeiam , eu só quero deixar esse lugar para trás assim como você.

Ele para na metade do caminho e a encara de forma fria como sempre faz quando quer afastar alguém .

— Olha só, eu não quero participar do seu drama adolescente , por que você não volta para casa e conversa com seus pais?

Larissa

— Se eu pudesse faria isso .

— Nossa ! Que saco , olha garota isso não é problema meu, já estou atrasado , adeus .

Larissa

— Você é um idiota , então por que não me deixou cair ? Pelo menos eu estaria livre desse lugar , dessas pessoas .

— você quer tanto se livrar dessa cidade dessas pessoas porque só não sai?

Larissa

— É o que pretendo fazer se me ajudar , o que vai te custar uma carona ?

— Vai me custar muito , não faço caridades .

Larissa

— Por favor ? Nunca sentiu que precisava de novos ares ? Que estava sufocado , pois é assim que me sinto a muitos anos , não vê que estou no meu limite ? Se não faz caridade por que não me deixou cair ?

Ele suspira a encarando e então finalmente confirma .

— Por que sou um idiota , olha eu te ajudo a sair da cidade , mas será apenas isso , depois você se vira , deu para entender?

Larissa

— Sim! Muito Obrigado de verdade .

— Tanto faz ! Vamos logo antes que eu mude de ideia .

Larissa sai rapidamente atrás do homem que ela nem mesmo sabe o nome , mas ter a chance de sair dali, ela não poderia perder , e se ele fosse fazer alguma mal a ela não a teria salvado naquela ponte , quando ela chega na recepção as pessoas ali a encaram como sempre , ela sai e entra no carro , é quando ela vê sua bolsa , o homem dirige até uma pista de decolagem onde um pequeno avião de suprimentos está parado quando o carro chega ali o homem do avião aparece na porta .

— Demorou em, eu já estava indo sem você .

— Tive um imprevisto .

— Quem é a garota ? O combinado foi só você sabe disso .

— Pago pela bagagem extra .

— Claro que paga , mas lembre que não gosto de surpresas vou deixar passar dessa vez . Entrem logo não tenho a noite toda .

Os dois entram no avião , quando o mesmo começa a subir voo , treme muito Larissa está com o olhar apavorado , e depois de mais de 4 horas tensas para ela que nunca havia entrado em um avião na vida , eles acabam pegando uma turbulência, e Larissa acaba dando um grito e se agarrando ao acento improvisado já que era um avião de carga e não de passageiros .

— Sabe , para alguém que se jogou de uma ponte com destino a morte, não faz sentido nenhum você está com medo de uma turbulência .

Larissa

— É diferente.

— Diferente por que? Se a sua intenção é morrer, importa a forma?

Larissa olha bem para ele dizendo .

— Se você gosta muito de um vinho , mas ele acabou e te servem um vinho diferente inferior você se importaria ?

— Mais aí mudaria o sabor .

Larissa

— Exato, a uma diferença .

Ele sorri de lado , recosta a cabeça fecha os olhos e diz .

— Já estamos quase chegando e não se preocupe é mais provável te ver pular de uma ponte do que esse avião cair .

Larissa

— Espero que esteja certo .

Larissa encara ele que está de olhos fechados e então ela pergunta .

— Qual é o seu nome ?

Ele continua de olhos fechados sem responder nada .

Larissa

— Para onde estamos indo?

E mais uma vez ele não responde , nem mesmo abre os olhos então ela resolve parar de puxar assunto e tenta se distrair com outra coisa , então ela pega o papel de emancipação que sua tia deu a ela e começa a ler . Vendo que a garota ficou quieta ele abre os olhos e vê ela lendo aquele papel .

— O que é isso ?

Larissa olha para ele de forma seria .

— Agora quer conversar?

— Não, só perguntei o que é isso.

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