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Após um longo banho, foi verificar as mensagens em seu smartphone, seus amigos lotou o grupo com possibilidade de convites para viagens. Caio sabia que nenhum deles ficaria na cidade enquanto o inverno se pendura. Ele também não ficaria, nem notou o início daquela estação e nem veria seu fim. Tempos frios são a maior fonte de tristeza que um jovem pode sofrer. Ruas ficam perigosamente derrapantes, neve lota as calçadas o obrigando a ficar confinado em casa, e poucos clubes são abertos. Se abrem, nenhum maluco iria se aventurar numa noite fria para ouvir um discoteca.
Um suspiro deixou seus lábios ao desviar o olhar para a janela, as árvores do lado de fora do apartamento estavam sem vida, os galhos que outrora irritava os vizinhos pela quantidade de folhas que enchiam as calçadas em protesto, pareciam terem sido punidas pelo frio. Agora estavam quietas e sombrias, planejando a vingança quando a primavera retornou. Caio mal podia esperar para ver aquelas velhas árvores protegidas por órgãos públicos, voltar a enlouquecer os vizinhos com mania por limpeza.
Ainda sem retirar o roupão de banho, foi a cozinha fazer um chá. Ele não apreciava café, deixava sua casa inteira impregnada com o cheiro quando fazia, e retirava seu precioso sono. Mas o que pesava na proibição da bebida em seu lar, provinha das lembranças que o cheiro trazia. Quase nada em seu apartamento tinha cheiro, até seus perfumes são de essências fracas, por seu nariz irritar facilmente.
Apesar das sensações serem um prato cheio para a imaginação de um escritor, ele deixava para contemplar em locais apropriados, em seu lar queria que fosse um local vazio de sons, aromas e pensamentos, pois ali descansaria seu corpo e mente. Desse modo, sempre que precisava de inspirações para escrever, fazia longe dali. Sua cabeça suportava ideias demais, como uma concha repleta de informações até transbordar. Raramente sofria com bloqueios criativos se estivesse no lugar certo. Sentando em uma cafeteria, assistindo uma peça teatral, ou num banco de praça, apreciando uma passagem turística de um país. Ali sim podia permitir as sensações do exterior lhe provocar, e imaginar cenas para descrever nos seus livros.
Quando pôs a água para ferver, seu celular vibrou sobre a bancada. Na tela o nome de seu amigo Ralph apareceu com vários emojis que o mesmo pôs para decorar seu nome quando surgisse na tela.
Sem pegar o objeto para levar ao órgão aditivo, pôs em alto falante para conseguir realizar sua tarefa paralela.
__ Que passa Ralph?.__ perguntou focado no chá de menta que aprendeu em uma viagens ao marroco.
__ Preciso de ajuda aconteceu uma tragédia.__ sua voz estava ofegante e embaraçada.
Caio não se preocupou de imediato, estava acostumado com o caos ambulante que seu amigo de infância é. Não fazia nem dois meses que foi socorrê-lo em uma festa privada clandestina que havia sido denunciada por vizinhos com suspeitas de venda de drogas. Caio teve que buscá-lo, pois fugiu com a invasão da polícia e estava perdido pelas ruas.
__ Que tipo?.__ falou pleno tampando o chá para não espalhar o cheiro pela casa enquanto as folhas cozinhavam.
Ralph do outro lado da linha falava o mais baixo possível, rezando para que uma única vez na vida tivesse sorte ao invés de azar. Não conseguia imaginar o porquê de se meter em problemas tão rotineiramente.
A paciência que seu amigo demonstrava do outro lado da linha, com falas demoradas de ser concluída, tornou sua preocupação ainda maior.
Diferente de Caio, Ralph possuía pais bem severos em disciplina, graças a Deus até aquele momento pensava que o filho era um santo. E andava em boas companhias. Quando na verdade tudo é bem o oposto.
__ Só venha rápido, está me devendo. Estou no hotel da rua Castell.
Uma vontade de rir surgiu na face de Caio, confirmou que seu amigo entrou em uma enrascada pelo fato de estar alucinando com a referência em estar o devendo. Porém como um amigo iria se meter no problema junto com ele, se não conseguir resolver sofreria os dois, afinal não tinha compromisso no seu segundo dia de férias até planejar o que faria dali para frente do recesso do trabalho.
Esperou o chá ficar pronto, tomou calmamente e foi ao quarto trocar de roupa. Ralph que o esperasse ficar pronto, não iria de qualquer jeito para uma confusão.
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Caio parou o carro no estacionamento do hotel que por curiosidade é um quatro estrelas no bairro mais chique do país. Um frio na espinha o tocou com o pensamento de estar louco por estar indo defender um completo errado, que é seu amigo num local daqueles. Tudo bem ter se metido em situações mirabolantes, contudo não passou de problemas com peixes pequenos, não tubarões.
Não se arrepende de ter escolhido uma boa roupa para a ocasião, não gostaria de aparecer nas páginas dos jornais como um esfarrapado se o problema fosse grande. Considerando sua aparência mediana, cabelos sem graça pretos, igual uma infinidade de pessoas possuía, sem brilho como várias químicas para controlar o volume, dando o aspecto de seco, fora os olhos fundos de um trabalhador de escritório. Nem os olhos castanhos davam uma cor a moldura de seu rosto, porque se mostravam pretos a maior parte do tempo.
herdou os lábios vermelhos da mãe, mas finos e recados. No geral tinha uma presença média para quem se contentava com o básico.
Andou pelo rol de entrada adimirando pela quantidade de decorativos em dourado. Uma grande e ostensiva referência as pessoas que frequentavam ali. Sentiu uma leve tontura ao olhar o teto enfeitado por um lustre belíssimo. Pessoas passavam pelo recepção com roupas elegantes. Caio se aproximou da moça na recepção que atendia uma senhorita. Nós poucos minutos que esperou ouviu a funcionária se desculpar repetidas vezes por os quartos na cobertura estarem todos ocupados para a moça. Ele ficou surpreso por isso, que lugar conseguia alugar todos os quartos daquele porte. Seus extintos de sobrevivência trama para sair do hotel.
O funcionário responsável por carregar as malas dos hóspedes passou por ele, guiando um casal de senhores mais velhos, que Caio identificou o homem como um dos políticos influentes que já teve a oportunidade de fazer uma entrevista para a revista da editora que trabalha. Sua mão foi até a boca para não soltar palavrões de surpresa. Naquele momento nem lembra de Ralph, faltava um pouco para virar para a saída e deixá-lo ali. Sua astúcia e sociabilidade de nada valeria para salva-lo. Pensou trabalhando as engrenagens da sua mente.
__ Senhor, em que posso ajudá-lo?.__ diz a recepcionista quando terminou de atender a moça.
Ele detestava filas, mais queria estar em uma grande agora. O tempo não foi o bastante para pensar se iria se meter no ploblema do amigo ou não.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Anne Jay
Eitaaaaaaa e agora!!!
Será que Caio e Ralph se meteram em um grande e mirabolante confusão???
Bom só saberemos disso no próximo capítulo de: "Tale of The North"/Chuckle//Chuckle//Chuckle//Chuckle//Sneer/
2024-08-05
1
Cleide Almeida
eita😳😳
2023-07-10
2