Quando foi a noite despertei mas aquela imagem de Rodrigues tentando me agarrar daquela forma, não saía da minha mente, depois a imagem do senhor Costello me abraçando e podia sentir até o perfume dele.
— Que vou fazer?
Aquele sentimento ficou me remoendo até que não aguentava mais, me levantei e caminhei até a sacada, chorei horrores tentando encontrar um motivo para aquilo ter acontecido.
Fico imaginando quantas pessoas já passaram por isso e se elas tinham se sentindo assim e como conseguiram virar essa página e retornar ao seu trabalho.
Busquei informações na internet vi que isso era muito mais comum do que se imaginava, mas eu era uma mulher de 30 anos que estava se redescobrindo, estava renascendo e não poderia retroceder eu não queria isso.
Não seria justo abdicar do que conquistei devido a algo que não era culpa minha, porque ele foi a pessoa que me desrespeitou, ele foi a pessoa que entrou no meu ambiente de trabalho apenas no intuito de me desrespeitar.
Enxuguei minhas lágrimas, levantei minha cabeça, me recompus voltei para dentro do apartamento, peguei meu batom vermelho aquele que passei a primeira vez, me olhei no espelho e falei para mim mesma.
— Sou dona do meu destino, dona da minha vida e não vou permitir que me humilhem novamente.
Passei ele, fechei os olhos e me olhei novamente, aquela era eu, eu renascida, pronta para virar o jogo, voltei para cama e dormi.
Quando acordei me arrumei, fiz minha maquiagem e fui para meu trabalho, entrei e não me importava se alguém estava curioso para saber o motivo de ter ido embora ou por sair com o todo poderoso.
Me sentei plena na minha cadeira, liguei meu computador, poucos minutos Otávio apareceu com meu cappuccino, pegou uns documentos e fez um comentário.
Otávio: Clara queria me desculpar, por ser tão invasivo.
— Não precisa se desculpar, eu respondi sua mensagem sem querer, achei que era Andreia com as mesmas perguntas rsrsrs, me desculpa.
Otávio: Sério?
— Sim, foi um mal entendido, acabei sendo grossa contigo.
Otávio: Vou te ajudar com esses contratos, mas pelo que estou sabendo amanhã começa uma nova estagiária.
— Mas vou ter que ensinar tudo de novo?
Otávio: Eu vou voltar para o financeiro, tirar cópias de documentos, arquivar contratos e recibos.
Talvez o senhor Costello não entenderia, mas estava disposta a explicar para ele, então olhei para Otávio e perguntei.
— Otávio? Eu vou falar com o senhor Costello, mas me prometa que não irá mais fazer isso.
Otávio: Na verdade eu vou sair hoje com a Isabella.
— Hummm e aquela história de ficar? Quer saber esquece rsrsrs
Estávamos rindo da situação quando o senhor Costello chegou, passou por nós e me olhou, em seguida deu aquele bom dia, me chamou para ir a sua sala.
Assim que entrei fui até a cadeira me sentei com a agenda em mãos, mas quando pensei em começar a falar alguma coisa ele tocou na minha mão.
Rodrigo: Então como você está Clara?
— Estou bem, preciso agradecer ao senhor por tudo, foi importante seu apoio.
Rodrigo: Depois que você fez a denúncia, o senhor Rodrigues me ligou, pediu que te convencesse a retirar a queixa em troca ofereceu assinar um contrato com o dobro do valor.
— O senhor fez o quê?
Rodrigo: Prefiro não te contar, mas não precisamos dele, podemos negociar com outro muito melhores.
— Bom queria lhe pedir algo, talvez vai achar estranho, mas tenho uma boa justificativa.
Rodrigo: Claro, depois do que houve ontem, me sinto na obrigação de te recompensar de alguma forma.
— Queria pedir que deixe a nova estagiária no financeiro, eu conversei com o Otávio foi um mal entendido e ele já sabe todo o serviço, assim não preciso ensinar tudo de novo.
Rodrigo: Se é isso que deseja, por mim tudo bem.
— Aí que ótimo, fico muito grata senhor Costello.
Depois voltamos ao trabalho, repassamos os contratos e expliquei as cláusulas, naquele dia teríamos uma reunião com uns japoneses eu precisava organizar a sala de reunião e imprimir os contratos.
As coisas voltariam ao seu normal se ainda não existisse um assunto pendente entre mim e o todo poderoso, pois toda aquela confusão no resort ainda estava pendente no ar.
— Eu vou avisar para o Otávio então, obrigada!
Saí da sala dele, Otávio ficou feliz por não ter que voltar para o financeiro, em seguida fui para a sala de reunião e comecei a arrumar, os japoneses sempre eram mais exigentes, por isso era sempre um desafio as reuniões.
E foi nesse dia que descobri o motivo de não ter sido mandada embora apesar ser ter sido a secretária mais estranha do prédio rsrsrs, eu era a única a falar o mandarim.
Hiroshi: Ohayōgozaimasu, Kosu tero-san. Anata ga watashitachi no gengo o hanasenai koto wa wakatte irunode, tsūyaku o tsurete kimashita. (Bom dia, senhor Costello, trouxemos nosso tradutor, pois sabemos que não fala nossa língua.)
A tradutora ameaça de responder quando eu interrompo mostrando que estavam enganados, nesse momento eles entre olham, então passam a falar e a olhar para mim. Entre eles tinha um que era muito audacioso e ambicioso ao ponto de ter coragem de me fazer um proposta indecente, no bom sentido é claro.
Hiroshi: Keiyaku jōkō o tadashiku kakinaoshita no wa anatada to omoimasu ka? (Imagino que foi a senhorita que refez as cláusulas do contrato correto?)
— Hai, goran no tōri, madarin o hanasu no wa watashi dakedesuga, nanika shitsumon wa arimasu ka? (Sim, como vê, sou a única falar o mandarim, alguma dúvida?)
Hiroshi: Jūyōna jōkō o 8-banme ni henkō shimashita (Alterou uma cláusula importante para nós a de número 8)
— De, nani ga mondaina no? Kono jōkō wa kaisha ni songai o ataemashita. (E qual o problema? Essa cláusula prejudicava a empresa.)
Hiroshi: Moshi sore o mamotte itadakerunara, watashitachi wa anata ni jūbun'na okane o haraimasu, anata ga nani ka machigatta koto o shita to itte kudasai, soshite watashi wa anata ga kōkai shinai koto o yakusoku shimasu. (Podemos lhe pagar um bom valor se puder mantê-la, diga que fez algo errado e prometo que não irá se arrepender.)
Já estávamos conversando há alguns minutos e o senhor Costello apenas ficava observando esperando que eu comentasse algo, então ao escutar aquilo, olho para ele e peço para que pudéssemos conversar por uns minutos fora dali.
O Senhor Hiroshi estava certo que eu aceitaria, mas se tem algo que aprendi com meus pais foi ser honesta eu não tolero falta de caráter, enquanto caminhávamos para as sala, peguei meu batom como alguém que vai aguerra…
E você?
Já passou seu batom vermelho hoje?
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"Feitas de carne, guiadas pela emoção, diferentes entre si, mas iguais em coração. Não procuro sua razão, pois para mulheres não existe definição."
Fonte: https://www.mundodasmensagens.com/poema-mulher/
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Celma Rodrigues
Amando demais ver a Clara toda poderosa dando a volta por cima e sendo feliz.
2024-05-11
4
Margarida
Que boca bonita FDS, quero uma assim e os dentes branquelos 🥰🤗.
2024-02-12
0
Adriana
Língua falada na china🫢
2023-09-07
7