Batom Vermelho - O Renascer De Uma Mulher!

O Pileque

— Calma está segura Clara.

Eu na hora pensei opaaa é alguém conhecido e isso não estava nos meus planos, quando ele conseguiu sair comigo do mar, eu não sabia o que fazer, se abria os olhos primeiro ou se largava dele, nesse caso a opção foi começar a rezar, quando ele ainda me segurando falou.

— Clara, pode me largar rsrsrs

Sabe quando você começa a fazer os movimentos de forma lenta rezando em voz alta pedindo a deus que não permita que sua vergonha seja maior?

É mais dessa vez Deus não me ouviu, coloquei os pés nos chão, abri os olhos bem devagar um por vez para ser mais exata e para minha tristeza era o todo poderoso.

— Ah não senhor, isso é muito castigo.

Rodrigo: Não deveria ser obrigada por me salvar?

— Por que o senhor tinha que fazer isso? Pelo amor de deus não tem mais ninguém nesse lugarrrr?

Rodrigo: Se quiser te jogo na água de novo.

— Olha um piadista, não sabia que o senhor gostava dessas coisas.

Rodrigo: Para quem me chamou de mal educado até que aprendeu rápido né?

— Me desculpa, não era isso que eu queria, apenas que não tivesse sido o senhor só isso, mas nesse caso será que podemos fingir que isso não aconteceu?

Rodrigo: Tá bom, mas terá que pedir para aquelas pessoas também.

— Que pessoas?

Rodrigo: Olha atrás de você rsrsrs

— Tem pessoas da empresa aqui?

Rodrigo: Pelo que estou vendo não são do seu departamento.

Ele falava cochichando no meu ouvido, então tive uma ideia, caramba porque não pensei nisso antes, lembrei do meu chapéu.

— Pode pegar meu chapéu ali, por favor?

Rodrigo: Que pretende fazer?

— Me esconder claro.

Rodrigo: Com um chapéu?

— Não apenas um disfarce, vamos logo com isso.

Bom como meu chapéu era grande usei para esconder meu rosto e voltei para o hotel, fui direto para o quarto tomei um banho e coloquei outra roupa, definitivamente água não era uma boa ideia pelo menos por enquanto.

Estava na sacada tentando recuperar minha vergonha quando Andreia bateu na porta, sabia que era ela porque não parava de falar.

Andreia: Amiga me conta que história foi essa do todo poderoso te salvar.

— Quem contou?

Andreia: Umas moças do outro departamento, disseram assim: "Olha sabe a moça do batom vermelho foi salva pelo gostosão do chefe."

Nesse caso não foi muito agradável ser conhecida pelo meu batom né? kkkk mas ao mesmo tempo muitas estavam morrendo de inveja isso sim, quem não queria ser conhecida como a mulher do batom vermelho?

— Foi quase isso, eu não estava precisando ser salva, estava tudo sob controle, agora acho que vou comer estou com fome.

Andreia: Espera vou com você, falando nisso já escolheu um vestido para a festa a noite?

— Não vou à festa alguma, já chega de passar vergonha por hoje.

Obvio que para almoçar eu coloquei óculos escuros, fiz meu prato e depois fui sentar numa mesa bem afastada, como isso resolvesse já que para onde eu ia às pessoas ficavam me olhando, se eu pudesse fazer um pedido sério naquele momento queria ser um avestruz, enterrar minha cabeça no chão e só sair quando fosse para ir embora.

Quando terminei de almoçar, voltei para o quarto, mas que merda ele tinha que estragar meu fim de semana né? Porque fui inventar e lavar a bunda no mar, que coisa mais idiota.

Só sei que quando chegou a noite já não aguentava mais assisti TV, pera aí eu passei a vida inteira fazendo isso, então peguei meu amigo na minha bolsa, eu olhava e era como se ele estivesse envergonhado por minha causa.

Peguei aquele batom, ele era o meu poder, me olhei no espelho e falei para mim mesmo… após passar ele novamente.

— Deixa de ser uma covarde Clara, olhe para esse batom, olha quanto você mudou, vai se trancar no quarto devido a uma coisa tão idiota?

Eu olhava para aquele batom, como se ele fosse um amuleto, então peguei um vestido, coloquei uma rasteirinha, porque não iria passar vergonha com salto e desci.

Quer saber que olhem não estava nem aí, quando eu apareci logo Andreia e Isabella vieram falar comigo e me puxarem para dançar.

Andreia: Que bom que mudou de ideia, vem vamos dançar.

— Vamos claro.

***IMAGEM ILUSTRATIVA***

Ao olhar para o outro lado do salão lá estava ele o todo poderoso, isso já parecia perseguição mas fazer o que ele era o CEO da empresa ele teria que estar ali na festa né?

Andreia: Quer uma bebida?

— Quero, tem o quê?

Andreia: Todas com álcool.

— Nesse caso qualquer coisa, faz tempo que não bebo mesmo.

Como estava sem comer, bastaram alguns copos para ficar um pouco tonta, então depois de umas músicas fui para o jardim, eu precisava mesmo tomar um ar, mas peguei uma taça de vinho e fui para lá.

Pouco tempo depois eu estava no silêncio e com uma taça vazia, mas para meu desespero meu chefe apareceu, tentando ser cortês.

Rodrigo: Pelo jeito temos um problema.

— Temos mesmo, eu passei a maior vergonha da minha vida por sua causa

Rodrigo: Quem entrou no mar sem saber nadar foi você rsrsrs

Mas já escutaram aquela conversa que quando está alterado para não dizer bêbado não se recorda das coisas? É mentira, mas que deixa a gente de língua solta isso é verdade.

— Sabe, o senhor não deveria estar ali... Tanto lugar para ir, mas não o todo poderoso tinha que ir à praia.

Peguei minha taça e pedi que ele me servisse o que ele fez de imediato, ele tentou falar alguma coisas, minha língua estava descontrolada.

— O senhor é um chato, convencido, não sei porque as mulheres ficam babando por sua causa.

Rodrigo: Elas ficam é?

— Todas, menos eu é claro, porque te conheço bem, é chato, mal educado e um mulherengo.

Rodrigo: Então foi você que me colocou esse apelido em mim?

— Claro, ou acha que algumas delas pensaria num nome tão original, dá mais um pouquinho desse negócio aí ... Nossa muito gostoso.

Rodrigo: Não acha que bebeu demais?

— Estamos numa festa, sabe quanto tempo não vou numa festa, uffff há muito tempo meu filho, sinceramente pretendo dormir aqui, não tenho condições de ir para lá. Sem contar que aquele Otávio é um moleque atrevido, se ele me irritar hoje vou meter um tapão na cara dele.

Rodrigo: Gostei rsrsrsrs.

Não sei o que aconteceu depois de mais um goles, só sei que de repente tudo se apagou ....mas quando eu acordasse com certeza teria que fingir demência devido ao álcool e outras coisinhas…

E você?

Já passou seu batom vermelho hoje?

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"Mulher é poesia, palavra e amor

Mulher é poesia e é palavra

que ensina e vontade que não

acaba e é tempestade levada

e trazida vezes sem fim.

Mulher é misericórdia e é a

razão que nunca se perde e

é aquele pecado tão desejado

tão perdido, tão encontrado.