Apenas Uma Noite
Narrador
O tilintar das taças se chocando era um som agradável, despertando a curiosidade dos frequentadores do restaurante, que olhavam a cena, curiosos. O champanhe borbulhando nas taças e o sorriso dos que brindavam, mostrava claramente a euforia da comemoração de uma grande vitória.
— Parabéns, chefe Dom, parabéns pela vitória! — falou uma jovem senhora, que brindava com todos.
— Obrigado, Grace, você ajudou bastante, com seu trabalho esmerado. — respondeu Domênico, para aquela que foi sua secretária, que se esmerou para que tudo desse certo.
— É verdade, Grace, você foi fundamental para que conseguíssemos a vitória. — confirmou o sócio de Domênico, Sandez.
— Agora começaremos uma nova etapa. — disse Domenico…
— Só que agora estará por sua conta e risco, você fará todo o trabalho e nós não estaremos lá. — argumentou Sandez.
— Não fale assim, chefe, ele terá outra equipe eficiente para ajudá-lo. — falou a secretária de Sandoz, Yumi, uma asiática esguia e linda, com 28 anos.
— É verdade, os dois estão certos, mas isso será daqui a uma semana, vamos comemorar. — falou Domênico.
Um casal, de suprema elegância, entrou no restaurante sendo guiado pelo mestre até sua mesa reservada e isolada das demais. O homem imponente, avistou o grupo comemorando e sorrindo de lado, deixou sua acompanhante sentada à mesa reservada e se dirigiu ao grupo.
— Boa noite, Domênico. — falou o homem, com sua postura elegante e voz tranquila e aveludada.
Quando Domênico ouviu aquela voz conhecida, levantou-se e encarou o homem. Lamentou ter tirado seu blazer que colocou no encosto da cadeira, pois agora, faria uma enorme diferença diante daquele homem imponente. Mas lembrou-se, a tempo, que o vitorioso ali era ele e estava comemorando com seus amigos, não tinha do que se envergonhar.
— Olá, Alexander, veio comemorar conosco? — perguntou Domênico, irônico.
Alexander manteve seu sorriso de lado, ignorando a pergunta irônica e estendeu a mão em cumprimento.
— Parabéns pela vitória, espero que consiga tirar aquela empresa do buraco, já que investiu todas as suas economias para adquiri-la. — esperou Domênico apertar sua mão, o que foi rápido, para se retirar.
— Com certeza farei daquela empresa, um grande sucesso, adeus.
Alexander já estava se virando para sair, quando ouviu aquelas palavras e apenas voltou o rosto para seu adversário e sorriu inteiro, virando-se e retirando-se totalmente. Domênico sentou-se, com a expressão fechada e seu sócio percebeu.
— Não ligue para ele, você venceu com o melhor lance e é um ótimo administrador. Dará tudo certo, vamos continuar nossa comemoração, temos esse direito. Um novo brinde! — Sandez encheu sua taça e fez um novo brinde, voltando a alegria para todos e Domênico esqueceu o incidente, estava muito feliz, seus planos estavam dando certo.
Estavam todos meio embriagados, quando se retiraram do restaurante. Sandez colocou as secretárias em um táxi e entrou em outro, com Domênico, que ficou na frente de seu edifício, enquanto seu sócio seguia. Ao entrar em seu apartamento, tirou os sapatos na entrada, após fechar a porta. Era um bom imóvel, simples e humilde.
As economias que Domênico fez, incluíam seus gastos pessoais e apesar de ter ternos caros para seu trabalho, no âmbito pessoal, tudo que lhe pertencia, era o mais simples e barato possível. Ele economizou cada centavo que podia, inclusive com comida, emagrecendo mais do que devia. Tudo pelo propósito que realizou agora, comprar a Empresa de distribuição daquele que o incentivou a ser alguém na vida.
Após tomar um banho morno em seu minúsculo banheiro, secou-se, vestiu a calça do pijama, escovou os dentes e finalmente deitou-se. Ficou olhando para o teto, sem enxergar, mas lembrando de seu passado, quando era só o filho da empregada e brincava na área de serviço. Até que sua mãe faleceu e ficou sozinho, precisando enfrentar o juizado de menores e o casal Bastos se responsabilizou por ele.
Foi matriculado em um colégio interno e a cada retorno do casal de alguma viagem que faziam, o senhor Bastos mandava o motorista buscá-lo e mostrava a ele as empresas, ensinando pouco a pouco, tudo o que agora utilizaria para salvar a empresa. Só uma coisa o constrangia, era a filha legítima dos Bastos. Ela nunca se aproximava e sempre o olhava com antipatia.
Quando se lembrava dela, era sempre com desgosto, pois não entendia como uma garota que tinha os pais mais divertidos e bons do mundo, podia ser tão rude e desinteressante. Nunca a viu sorrindo e sempre que ele estava presente nas refeições, ela sequer o olhava, comia e se retirava, sem nem falar com ninguém.
Conforme cresceu, dedicou-se a aprender o máximo possível sobre negócios. Procurou não frequentar mais a casa de seus benfeitores, para não ter mais contato com aquela menina chata e acabou se afastando também do casal Bastos, quando começou a trabalhar e formar seu próprio empreendimento no exterior, onde foi estudar para se aprimorar e conheceu Sandez.
O casal Bastos, começou a fazer grandes viagens pelo mundo e apareciam muito nas mídias sociais, por sua vida escandalosamente perdulária, frequentando os lugares mais caros, usufruindo de tudo que fosse luxuoso, sem prestar atenção nas contas e em como estava funcionando as empresas. Cléia nunca estava ao lado deles, o que o espantava, mas somente fez com que lutasse com mais afinco, pois sabia que um dia aquele mundo iria ruir.
Foi assim que ele, economizando ao máximo e com a ajuda de seu sócio, que lhe concedeu todo o lucro da empresa de software que haviam montado e cresceu muito em pouco tempo, que agora conseguiu comprar a empresa. Infelizmente, seus protetores haviam morrido antes que assumisse as empresas.
Agora chegaria lá, pronto para todos os desafios e o maior deles seria enfrentar Cléia Bastos, que pelo que soube, tornou-se secretária executiva e o serviria, o que era uma grande incoerência. " Serei o chefe daquela que me desprezava no passado ", pensava.
Doce vingança!
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Maria Helena Macedo e Silva
📖 vamos a mais uma leitura...
muitos pais excluem os filhos e acolhe os filhos de terceiros, os tratando desigualmente , aparentemente felizes em uma família de outdoor, na realidade ninguém sabe o que realmente são ...
2024-09-10
0
Celia Chagas
Adoro esses começos contraditório 🙂🙂
2024-05-04
1
Celia Chagas
Começando o décimo quinto livro 03/05/24 às 19:47 viciada Kkkk 😁
2024-05-04
2