O guarda costas

A noite chegou e Dafne se despediu de Amélia com um abraço carinhoso, prometendo voltar em breve para saber mais detalhes sobre Gabriel. Amélia ficou sozinha em casa, pensando em como seria a convivência com um guarda-costas.

Na manhã seguinte, ela se arrumou e esperou ansiosamente pela chegada de Gabriel.

Ela ouviu um carro estacionado na frente de casa ela sentiu as pernas tremerem.

A voz de homem ressou do outro lado.

Ela se levantou e abriu a porta na primeira batida, e ficou chocada ao encontrar Gabriel, o guarda-costas que seu sogro havia contratado para protegê-la. Ela percebeu imediatamente que ele era o mesmo Gabriel que ela havia conhecido anos atrás, durante um curso de informática.

Gabriel perguntou sorrindo: - Bom dia, posso entrar?

Amélia, respondeu ainda um pouco atônita: Claro, entre.

Gabriel entrou, fechando a porta atrás de si. Ele parecia ainda mais alto e bonito do que ela se lembrava, com seus olhos verdes brilhantes e seu cabelo penteado em um corte social baixo. Ele usava um terno preto que delineava seus músculos, e Amélia não conseguia deixar de olhar para ele enquanto ele se apresentava.

Gabriel disse: - Eu me lembro de você, da época do curso de informática - como você está?

Amélia respondeu, sentindo-se um pouco acanhada: - Ah, eu estou bem... obrigada - Gabriel parecia tão confiante e seguro de si, enquanto ela se sentia pequena e envergonhada.

Gabriel explicou a Amélia um pouco mais sobre seu trabalho como guarda-costas, e também sobre como havia conseguido o emprego. Ele disse que o pai dele era dono da empresa de segurança que prestava serviço a família de Carlos a anos, e que como ele já era conhecido no morro, optou por ter Gabriel trabalhando protegendo Amélia, para evitar conflitos com os traficantes.

Gabriel agia tranquilidade e profissionalismo, explicando como seria a rotina de proteção e perguntando o que Amélia precisava ou gostaria durante o período em que ele estivesse lá.

Enquanto Gabriel falava, Amélia não conseguia tirar os olhos dele. Ela se sentia atraída por ele, como se nada tivesse mudado desde a época em que se conheceram. No fundo de seu coração, ela sabia que Gabriel sempre fora o seu primeiro amor, mesmo que ela não tivesse percebido até agora.

Amélia sentiu que estava entrando em um jogo perigoso, mas porque seu primeiro amor retornaria logo agora que ela estava começando a aceitar seu noivo?

Amélia se sentiu um pouco desconfortável com a presença de Gabriel em sua casa. Ela não estava acostumada a ter um guarda-costas seguindo-a o tempo todo, e não queria que ele interferisse em sua rotina diária.

Gabriel percebeu a hesitação de Amélia e se ofereceu para ajudá-la em alguma coisa, talvez limpando a casa ou até mesmo cozinhando. Mas Amélia educadamente recusou a oferta, explicando que ele estava ali apenas por ordem do seu sogro e que ela não desejava que ele interferisse em seu dia a dia.

Gabriel ficou um pouco ofendido com a recusa de Amélia, mas entendeu seu posicionamento. Ele sabia que ela estava passando por um momento difícil na vida, e ele queria ajudá-la de alguma forma. Mas ele também respeitava a decisão de Amélia e sabia que ela tinha direito de escolher como queria conduzir sua rotina.

No fundo, Gabriel desejava que Amélia abaixasse a guarda e permitisse que ele pudesse ser seu amigo de novo. Ele se lembrava dos momentos divertidos que passaram juntos durante o curso de informática, e sentia falta da amizade que tinham. Mas ele sabia que levaria tempo e esforço para reconquistar a confiança de Amélia.

Com um sorriso gentil, Gabriel disse a Amélia que estaria no carro caso ela precisasse de algo, e em seguida se retirou, deixando-a sozinha em sua casa. Amélia suspirou, sentindo-se um pouco solitária. Ela não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia que precisava aprender a confiar em Gabriel novamente se quisesse ter uma rotina normal.

Amélia, termina de preparar o almoço e sai para chamar Gabriel, ela bate no vidro do carro e ele sai.

Já na casa enquanto almoçam eles conversavam alegremente sobre o curso de informática que haviam feito juntos, relembrando histórias engraçadas do passado.

De repente, a vó de Amélia, que sofria de Alzheimer, começou a ter um surto e Amélia ficou agoniada, sem saber o que fazer. Gabriel rapidamente se levantou e se ofereceu para ajudar. Ele levou a avó de Amélia até o carro e dirigiu junto com Amélia até a UPA mais próxima para que a avó pudesse receber os cuidados necessários.

Durante o tempo que passaram juntos na UPA, Gabriel encontrou alguns dos outros alunos que haviam feito o curso de informática com eles. Alguns perguntaram se ele e Amélia haviam se casado, e os dois ficaram sem graça, informando que não.

Quando a avó de Amélia se recuperou, eles voltaram para casa. Amélia agradeceu imensamente a ajuda de Gabriel, que respondeu com humildade que esse era o seu trabalho como guarda-costas.

Após esse episódio, Amélia começou a confiar em Gabriel, e agradeceu pela atenção e cuidado.

Ela passou um café e eles se sentaram no sofá, conversando, Amélia contou como sofreu com a morte da mãe, e que o pai a estava vendendo para a família de Joel, Gabriel ficou desconfortável ao ouvir isso e sentiu uma pontada de raiva, lágrimas escorriam do rosto de Amélia.

Ele estendeu a mão para enxugar o rosto dela, eles acabaram se envolvendo em um momento de ternura, que é interrompido pelo pai de

Amélia, que chega em casa.

O pai de Amélia percebeu que a filha estava um pouco tensa e perguntou o que havia acontecido. Amélia explicou a situação da avó e como Gabriel a havia ajudado a lidar com tudo.

De repente, o telefone tocou e era Joel, pedindo para que ela fosse encontrá-lo no shopping para comprar novas roupas e arrumar o cabelo. Amélia não estava com vontade de ir, mas o pai insistiu, dizendo que seria bom para ela sair um pouco com o noivo e se distrair.

Gabriel ficou em silêncio, assistindo à cena. Ele sentiu uma mistura de ciúme e insegurança pelo fato de Amélia ter que sair com outro homem. E relembrou que o sentimento que tinha por ela não era de mera amizade. Mas, como era seu trabalho acatar as ordens da família, ele não interferiu.

Gabriel então levou-a até o shopping onde Joel a aguardava. Gabriel ficou no carro, esperando por Amélia, sentindo-se desconfortável pela situação. Ele pensou em como gostaria de estar ao lado de Amélia, e que se tivesse sido corajoso no passado eles hoje estariam juntos como um casal.

Após algum tempo, Amélia retornou ao carro com sacolas de compras nas mãos, Gabriel levava Amélia de volta para casa, no carro estava um silêncio constrangedor.

Gabriel puxa assunto perguntando se Amélia está feliz com Joel. Amélia revela que não ama Joel e que está fazendo isso pela família.

Após a confissão de Amélia sobre seus sentimentos em relação a Joel, Gabriel lhe dá uma ideia que acende uma luz dentro do coração dela. Ela sempre sonhou em fazer a faculdade de medicina, mas nunca havia pensado em tentar, por causa da falta de recursos e da expectativas da família em relação a ela. Que talvez agora com o casamento ela poderia pagar sua faculdade.

Ela diz que não havia pensando nisso, Gabriel liga o som do carro em uma música suave e Amélia acaba adormecendo no ombro dele.

Quando chegam ao destino ele a leva nos braços para dentro de casa. O pai de Amélia, que estava bêbado, vê a cena e solta um grito, acordando Amélia abruptamente.

Gabriel se desculpa e diz que não quis acordá-la, por isso a levou nos braços, mas o pai de Amélia já começou a insultá-la, chamando-a de vagabunda e dizendo que ela estragará tudo com seu noivo (Joel), dizendo que ela é uma mulher fácil igual a mãe, Amélia fica furiosa e responde que o pai é o única embuste da história que sempre traiu e que a mãe morreu de desgosto. Ele estende a mão para bater em Amélia, mas Gabriel consegue impedir antes que qualquer violência aconteça.

Amélia está chocada e assustada com a atitude do pai, mas Gabriel está lá para confortá-la e apoiá-la. Amélia pega na mão de Gabriel e entra no carro pedindo que ele a leve para longe.

No carro ele diz que ela não merece esse tipo de tratamento e que ela é livre para fazer suas próprias escolhas na vida.

Gabriel pergunta a Amélia onde ela irá dormir. Amélia fica em silêncio por um momento antes de responder que não sabe. Gabriel sugere levá-la a um hotel, mas Amélia responde que não tem dinheiro para pagar por uma noite.

Gabriel então pergunta se ela gostaria de dormir em sua casa. Amélia fica em dúvida, preocupada que dormir na casa dele pudesse causar problemas com o noivo, Joel.

Ela então pede emprestado o celular de Gabriel e faz uma ligação para sua amiga Dafne, perguntando se ela poderia passar a noite na casa dela. Dafne concorda e Amélia respira aliviada.

Gabriel promete buscar Amélia na manhã seguinte e a acompanha até a porta para se despedir. Eles compartilham um olhar terno e Gabriel promete cuidar dela, não importa o que aconteça.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***