Capítulo 14

Cristian fitzy narrando:

Já eram sete da noite, Eliza ainda dormia no quarto de hóspedes. Desço até a cozinha para preparar alguma coisa para comer, dormi a tarde toda e quando acordei fiquei um bom tempo pensando na bagunça que minha vida está se tornando.

Ela está noiva e tem um filho com o noivo dela... Ele parece ser bom com ela, coisa que eu não fui. Mas eu não posso desistir de seu perdão, mesmo que ela não queira se aproximar de mim... Eu não posso desistir.

Mas... será que ela ainda gosta de mim?

Será que ela me esqueceu completamente?

Resmungo irritado pegando uma tigela e colocando cereal, coloco leite dentro e me sento comendo. Ouço passos nas escadas e vejo minha querida irmã aparecer vestida na minha camisa. Eliza mal chegou na minha casa e já foi diretamente para meu closet procurar por uma camisa, a mesma estava reclamando da sua que estava apertada.

— Esse apartamento está com uma energia negativa —diz ela se sentando ao meu lado e tomando meu cereal.

Olho irritado para ela.

—  Você devia parar de fazer tatuagens —diz ela com a boca cheia— e será que dá para você vestir uma camisa?

— Será que dá para você parar de ser chata? —falo pegando meu cereal de volta— estou na minha casa, se eu quiser posso andar até pelado.

— Credo, seria a visão do inferno —diz ela— iria ficar traumatizada.

— Já está na hora de você ir para sua casa —falo enquanto levanto a perna da minha calça moletom e retiro minha prótese. Faço uma careta de dor, vejo a área avermelhada e com algumas bolinhas. Amanhã irei ao médico para tratar disso, está insuportável usar a prótese com isso machucando.

— Nossa, que mau-humor —diz ela pegando uma colher e começando a comer do meu cereal, reviro os olhos e começo a comer também, dividindo com ela.

— Estou com alguns problemas —falo.

— Por acaso esse problema se chama Alisson? —pergunta.

— Já te falaram que você é intrometida? —falo.

— Custa você desabafar com sua irmãzinha? —pergunta— você não pode guardar todos os problemas só para você.

Penso se falo ou não, mas no final resolvo falar.

— Ela está noiva de outro —falo— se um dia eu tive alguma chance com ela, ficou no passado.

— Você ama ela? —pergunta.

— Eu não sei... Eu nunca senti isso antes, o jeito dela me atraí, ela é gentil, carinhosa... e tem um lindo sorriso —falo sorrindo ao lembrar dos detalhes.

— Perdi outro irmão, já não bastava o Marius —diz ela.

— O que isso quer dizer? —pergunto.

— Que você está completamente apaixonado por ela, mas não percebe seu idiota —diz ela toda amorosa como sempre.

— Eu estou? É, eu estou —sorriu, mas logo meu sorriso vai sumindo.

— O que foi agora? —pergunta, a mesma já tinha tomado posse do meu cereal.

— Ela está noiva —falo.

— Mas não casada —diz.

— Ela tem um filho com o noivo dela —falo.

— E desde quando filho segura um relacionamento? —pergunta— se fosse assim, metade dos casais do mundo ainda estavam juntos.

— Mas... e se ela não me ama mais? —pergunto inseguro.

— Você só irá saber se tentar —diz— se você a ama, lute por ela. Caso contrário, deixe ela ir.

— Você deveria seguir seus próprios conselhos —falo para ela.

A mesma fica em silêncio enquanto remexe o cereal com a colher.

— Acontece que ao contrário de você, eu gosto de homens —diz, acho que ela fala isso mais para ela do que para mim. A algum tempo atrás acabei ouvindo uma conversa de Victoria com Eliza, elas falavam sobre os sentimentos da minha irmã por Madison. O assunto deixou minha irmã bem irritada.

Madison não trabalha para Victoria a alguns meses, não sei por onde ela anda e nem o que está fazendo.

— Um conselho de uma pessoa que já errou muito no passado para outra que está indo no mesmo caminho —falo encarando ela— valorize enquanto ainda é tempo, porque depois pode ser tarde demais, e não terá mais como voltar atrás.

— Valorizar o quê? Não tenho nada. Sou solteira —diz.

— Você fala mal de mim, mas é igualzinha —falo— depois não vem se lamentar.

— O assunto aqui é você, não eu. Então podemos voltar para você —diz tentando mudar de assunto.

— Não quero mais conversar —falo colocando novamente minha prótese e em seguida me levantando.

— Tudo bem —diz andando atrás de mim— poderia me levar para casa.

— Pega um táxi —falo.

— Por favor, Cris —implora.

— Mas que chata —falo— vai logo vestir sua roupa para eu me livrar de você.

— Obrigada, irmão, te amo —se aproxima de mim beijando minha bochecha e me abraçando.

— Também te amo, sua chata —falo me afastando dela.

— Espera, isso é uma tatuagem do meu rosto? —pergunta olhando para meu abdômen.

— Não —falo colocando minha mão por cima— é a imagem de um monstro.

— Para, me deixa ver —diz tirando minha não de cima.

— Não acredito, que perfeita —fala, ela logo me abraça emocionada.

— Ta bom, agora me larga sua chata —falo empurrando ela.

— A chata que você ama —diz sorrindo.

— Vamos logo, antes que eu desista —falo subindo as escadas.

Apenas visto uma camisa e espero Eliza descer, demora alguns minutos e logo a mesma aparece. Seguimos até o estacionamento subterrâneo e entramos na minha lamborguini. O trajeto foi bem rápido e tranquilo, ou quase. Eliza ficava toda hora falando da maldita tatuagem. Juro que passou pela minha cabeça apaga-lá, mas eu vejo que ela só estava feliz.

Deixo ela em seu apartamento e volto pro meu, o trajeto foi calmo e bem silencioso, as ruas estavam pouco movimentadas. Deixo o carro no estacionamento e sigo para meu apartamento, passando pela porta noto a solidão que se encontrava ali. Fico em silêncio olhando ao redor, não tinha barulho de nada. Somente eu e a solidão que me fazia companhia.

Sigo para meu quarto onde tomo um banho e em seguida caiu na cama sem roupa mesmo. Com o celular em mãos, ligo pro doutor fauster e marco uma consulta pela manhã. Irei ficar com o resto do dia livre e irei descansar, tentar colocar meus pensamentos em ordem. Na terça continuarei a tentar me aproximar de Alisson. Mas agora tenho uma mudança nos planos, irei me aproximar como amigo, se ela realmente ainda tiver sentimentos por mim, aí eu irei avançar na minha conquista.

Agora, caso ela não tenha mais sentimentos por mim, apenas me contentarei com sua amizade e deixarei ela ir. Irei assistir sua felicidade de longe com outra pessoa, mas mesmo assim estarei feliz por ela.

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Comments

Kelly Sartorio

Kelly Sartorio

calma tudo vai ficar tudo bem

2024-06-10

0

Silvia Barbosa

Silvia Barbosa

Agora sim você merece enfim encontrar alguém que te ame sem medidas.

2024-05-17

4

Julia Silveira

Julia Silveira

eu acho que o brando do amigo da Victoria e da Joana qual roubava as roupas delas quando iam tomar banho no lago

2024-04-28

0

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